Como gastar menos nas férias
Em tempos de real desvalorizado, voos mais caros e combustível nas alturas, veja dicas para que a sonhada viagem doa menos no bolso
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Capriche na pesquisa para comprar passagens –
O preço das passagens vêm aumentando, no Brasil e no mundo. Garimpar tarifas mais baratas, então, requer uma pesquisa mais minuciosa: use buscadores de voos como o Kayak, o Skyscanner e o Google Voos para ver gráficos de comparações de preços durante o mês e crie alertas para receber por email. Neste link tem alguns exemplos de valores de voos pré-pandemia, para ter uma base de comparação. Se você tem mais flexibilidade, pode checar promoções-relâmpago, que normalmente são válidas para períodos de baixa temporada, monitoradas por sites como Melhores Destinos e o Passagens Imperdíveis. Passagens por milhas também aumentaram: procure com mais antecedência do que antes. Sites como o Hurb e o Submarino Viagens podem ter pacotes interessantes e permitem parcelamento. Vale a pena também fuçar também o 123Milhas, que consegue tarifas mais baratas a partir de um banco de milhas. Se for para fora do país, lembre-se de checar direitinho as exigências mais atualizadas em relação a covid-19. -
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Fique no Brasil e viaje no contrafluxo –
Com o real desvalorizado, viagens domésticas têm se mostrado a melhor saída. É bom lembrar, porém, que tudo fica notavelmente mais caro na alta temporada: julho, Natal e Réveillon e feriados. Evite esses períodos e dê uma olhada nessa lista de destinos com melhor custo/benefício mês a mês pelo Brasil feita pelo especialista Ricardo Freire, do blog Viaje na Viagem. Para passagens nacionais, aliás, ele recomenda comprar com antecedência de 45 a 60 dias. Pense também onde você consegue chegar de carro ou de ônibus, apurando o olhar para lugares bacanas que talvez não conheça e não estão tão longe assim da sua cidade. Destinos de ecoturismo e serra, aliás, costumam sair mais em conta do que lugares badalados de praia: você conhece o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (SP)? A Chapada dos Guimarães (MT)? Aiuruoca (MG)? O Brasil é um prato cheio de viagens de natureza. Quem se dispuser a acampar e ficar em albergues (ou misto de hotéis com hostels, como a rede moderninha Selina, presente em várias cidades), pode gastar ainda menos. -
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Alugue uma casa e viaje em grupo –
O mercado de aluguel de imóveis para temporada cresceu na pandemia. Muitos locais que já eram alugados ganharam reformas e wi-fi rápido e novos empreendimentos surgiram (no Brasil, a plataforma Holmy, por exemplo, faz curadoria de casas que oferecem experiências diferenciadas com preços diversos). Quem fica em imóveis alugados muitas vezes consegue pagar menos do que em hotéis e pousadas. No exterior, isso pode significar ter mais espaço e conforto e economizar com refeições, como o café da manhã, que muitas vezes não está incluso no valor da diária. No geral, quem viaja em grupo muitas vezes consegue economizar mais: para rachar o aluguel da casa e de um carro, dividir o valor da gasolina e a diária de um guia para um passeio, por exemplo. -
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Faça o real valer –
Países com custo de vida mais baixo oferecem oportunidades de viagens mais em conta: Peru, Bolívia, Colômbia, México, Marrocos, Egito, Leste Europeu e Balcãs (República Tcheca, Bulgária, Polônia), Índia, Sudeste Asiático (Tailândia, Vietnã, Indonésia, Filipinas). Nesses lugares, seu real vai valer consideravelmente mais do que em lugares como EUA, França, Itália, ainda mais se planejar a viagem por conta própria (agências de viagem obviamente cobram mais pelo trabalho de organizar a coisa toda). Na América do Sul, se conseguir tarifas aéreas atraentes, mesmo em Argentina, Chile e Uruguai é possível fazer viagens econômicas. Quando estiver calculando os gastos para qualquer destino, lembre-se de pensar o valor das atrações: em Bonito (MS), por exemplo, a maioria dos passeios sai mais de R$ 150; em Orlando, nos EUA, precisa contar o valor da entrada para os parques diariamente. No mais, pesquise dias e horários em que museus são de graça, tome cuidado com restaurantes e atrações caça-turistas (alô museus de cera), cacife mercadões, feiras e pequenos restaurantes de rua para comer e elimine ou reduza as compras durante a viagem. -
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Diminua os deslocamentos (e a bagagem) –
O “slow travel”, que propõe roteiros mais “lentos”, com mais experiências enriquecedoras e mais preocupação com sustentabilidade, já era tendência, e ficou mais em foco com a pandemia, ainda mais com a possibilidade de trabalho remoto ampliada. E essa ideia também serve para aliviar o bolso: quanto menos deslocamentos, menos gastos. Isso significa repensar roteiros corridos do tipo cinco países em 20 dias e escolher menos destinos para passar mais tempo (o Airbnb, inclusive, tem descontos para quem se hospeda por sete dias ou mais). No blog Viaje na Viagem, o autor lembra que “a pressa também torna tudo mais caro: você acaba gastando mais em transporte local (táxi ou ônibus hop-on/hop-off em vez de transporte público), em alimentação (não tem tempo de sair das áreas turísticas para comer) e em passeios (tem que fazer os guiados, ou não aproveita como poderia os cartões de descontos para turistas).” E bagagem não precisa nem dizer: se até as companhias aéreas nacionais cobram para despachar a mala, quem leva menos, paga menos. Além disso, torna mais fácil pegar transporte público em vez de táxi para chegar ao hotel, por exemplo.
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