Normal People é lenta. E clean. Ao mesmo tempo, é agridoce e profundamente sexy. A adaptação do livro de Sally Rooney, em menos de duas semanas desde sua estreia no Brasil, já foi receitada como remédio para os mais solitários (vide a Antologia Profética de Fernando Luna), ao trazer cenas de sexo inspiradas e inspiradoras e oportunidades iguais de nudez. Estrelada por Daisy Edgar-Jones e Paul Mescal, conta as idas e vindas do jovem casal irlandês Marianne e Connel, ela pobre menina rica, ele filho da amorosa faxineira da família dela. Ele, popular na escola; ela, nerd esquisitona; os dois, inteligentíssimos e lindos, pegam fogo juntos. A primeira temporada, de 12 episódios de 30 minutos, está disponível na plataforma Starz.
Depois de uma atípica incursão pelo terror com “Suspiria” (2018), versão atualizada do clássico setentista de Dario Argento em Berlim, o cineasta italiano Luca Guadagnino reencontra as paisagens do norte de seu país natal, já aproveitadas como o belíssimo cenário do filme “Me Chame pelo Seu Nome” (2017), vencedor do Oscar de melhor roteiro adaptado. Em “We Are Who We Are” (somos o que somos), a estreia do diretor em séries de televisão, a história não ocorre em um casarão ensolarado de veraneio, e sim numa base militar dos EUA na cidade de Chioggia, próxima a Veneza. Em foco, estão dois adolescentes americanos, interpretados por Jack Dylan Grazer (de “It - A Coisa” e “Shazam!”) e a estreante Jordan Kristine Seamón, em um elenco que também conta com atrizes como a americana Chloë Sevigny e a brasileira Alice Braga, além do rapper americano Kid Cudi. Sem grandes acontecimentos ou reviravoltas, a série, com produção da HBO, acompanha o cotidiano e a amizade dos dois jovens, que juntos passam por algumas das agruras tradicionais do amadurecimento, como conflitos familiares, relacionamentos amorosos e a descoberta da sexualidade.