Mauricio Valladares é fotógrafo, jornalista, radialista, DJ, e, agora, podcaster. Seu programa de rádio Ronca Ronca existe desde 1982, um dos mais queridos e duradouros da rádio brasileira: passou por diferentes emissoras, mudou de nome, criou playlists para gerações, e nesse ano, conquistou seu lugar no Spotify. Seja pela linguagem descontraída, pela seleção musical eclética e elegante, pelos comentários ou pela presença de convidados como Teresa Cristina e Moreno Veloso, o Ronca Ronca vale cada minuto. No site do programa de rádio, estão disponíveis episódios mais antigos, além de outros conteúdos produzidos por Valladares, como textos e fotografias.
“Grandes canções sem as quais eu posso viver” ou “aquele que escapou”. É assim que Neil Young define “Homegrown”, álbum gravado entre 1974 e 1975 mas que ficou na gaveta por 45 anos. Composto em uma época conturbada da vida do músico, que tinha acabado de perder amigos importantes e passava por um término de relacionamento, Young optou por não publicar o álbum pois era doloroso e pessoal demais. Meio século depois, foi remasterizado e os fãs de Shakey finalmente podem ouvir o álbum que parecia ter escapado. Foi uma semana rara, em que dois gênios lançaram grandes obras, uma vez que Bob Dylan saiu com o seu novo “Rough and Rowdy Ways”.
A ideia é recriar a atmosfera dos jantares entre amigos, uma prática que parece tão distante quanto desejada. Em volta da mesa estão a executiva de marketing Daniela Cachich, o publicitário German Carmona, o jornalista Lúcio Ribeiro, e um convidado. No último episódio do Podcast Freestyle, a diretora-geral do Twitter Brasil, Fiamma Zarife, contou sua trajetória até o posto de comando da rede social, a partir do nascimento da filha de 16 anos, quando chegou à maternidade respondendo e-mails de trabalho. Na próxima terça-feira (15), é a vez do cantor e multi-instrumentista Silva sentar-se à mesa (ainda que à distância) e contar como, ao se desapontar com a religião evangélica, foi de músico de apoio gospel à estrela da nova MPB.
O rapper Kunumi MC, nome artístico de Werá Jeguaka Mirim, abre o clipe de “Xondaro Ka'aguy Reguá” com uma frase que soa tão solene quanto uma profecia. “Existe uma lenda Guarani muito antiga, contada pelo nossos ancestrais. Ela diz que das águas nascerá um guerreiro que levará o seu povo a uma nova existência”. O vídeo de “Guerreiro da Floresta”, o nome da música de Kunumi em português, coloca o MC como o herói da profecia que busca a nova realidade. Rimada em Guarani, a música é um protesto de resistência e existência dos indígenas brasileiros, pedindo por demarcação de terra e reconhecimento do povo originário do Brasil. Dirigido pela dupla Angry, formada pelos cineastas Bruninho e Gabe Maruyama, o clipe está disponível no YouTube.
Certas dores deveriam ser globais. Seja ela advinda de algo que ocorreu em Salvador, onde o músico Bruno Capinan nasceu, em Toronto, onde é radicado, ou em Minneapolis, onde George Floyd morreu. “Oitenta”, primeiro single do novo álbum do artista brasileiro, escancara a violência policial e o descaso brasileiro direcionado à população preta. Em uma atmosfera melancólica, Capinan relembra os 80 tiros disparados pela polícia militar que vitimaram o músico Evaldo dos Santos Rosa. “A polícia tá matando lá no Vidigal, a polícia tá matando em Vigário Geral, a polícia tá matando lá em Salvador, a polícia tá matando no interior do Brasil. Matando preto como nunca se viu”, canta. O single será lançado na sexta-feira (5) e o novo álbum de Capinan está previsto para o segundo semestre.
“Você já parou pra pensar que você é parte de um sistema gigante? Um sistema que envolve todos os seres vivos, todos os elementos do planeta, todas as células do seu corpo.” É com essa frase que Emicida começa sua nova empreitada, “AmarElo Prisma”. Inspirado nas reflexões de seu último disco, “AmarElo” (2019), o rapper paulista produz conteúdos multimídia (vídeos, podcasts e posts em redes sociais) de forma colaborativa e os publica durante quatro semanas. Divididos em movimentos, os assuntos englobam os quatro pilares utilizados para compor o álbum de 2019: paz, clareza, compaixão e coragem. No canal do YouTube do músico, o primeiro vídeo do projeto fala sobre saúde física, alimentação e corpo e conta com os depoimentos do rapper Rael, de Dona Jacira, além da coordenadora nacional do MST, Débora Nunes. No podcast, Emicida e seus amigos compartilham histórias que relacionam paz e corpo.