Doze anos após o nascimento do meme Caetano-estaciona-carro-no-Leblon, eis que sua autoria é revelada num longo texto cheio de humor e de reflexões sobre o tempo. Em uma carta ao artista publicada na Piauí, Elisangela Roxo fala sobre a era dos paparazzi, o que desejava fazer aos 26, e o que efetivamente conseguiu. A partir do depoimento, desenha o retrato de uma geração que equilibrou idealismo com a então nascente política de cliques. (Isabelle Moreira Lima)
Novo documentário da HBO, "Fake Famous" explora o significado da influência no universo digital. A produção é quase um experimento: tenta transformar três anônimos em influenciadores por meio de montagem de fotos e compra de seguidores, na tentativa de desmistificar a fama dessas personalidades. Produzido pelo ex-editor da Vanity Fair Graydon Carter, o documentário permanece em cartaz na plataforma até 10 de março. (Manuela Stelzer)
Morta no último sábado (30/1), a produtora e compositora escocesa Sophie deixa um legado para a estética do pop deste século: suas canções de batidas distorcidas, texturas digitais e vozes manipuladas discutiam gênero, identidade, aparência, essência. Esta playlist organizada pelo New York Times ressalta composições próprias e colaborações com figuras do calibre de Charlie XCX e Madonna. Vale ouvir seu único disco, de 2019. (Guilherme Falcão)
Comandado por Tatá Werneck, o talk show Lady Night, um dos programas de maior audiência do Multishow, ganhou versão em podcast. Com a participação do ex-BBB Babu Santana, de Xuxa e de Luciano Huck, a quinta temporada é a primeira a ficar disponível no Spotify. Os que dormem cedo ou não têm acesso ao canal agora podem ouvir as piadas de Tatá e o bate-papo com os convidados pelo fone de ouvido. (Manuela Stelzer)
A lista compilada por Manohla Dargis e A.O. Scott, principais críticos de cinema do New York Times, já começa anunciando que "estamos numa era de ouro para a atuação". Num esforço louvável de inclusão e diversidade, os nomes variam entre os previsíveis como Nicole Kidman e Willem Dafoe; os inusitados como Melissa McCarthy e Oscar Isaac; e surpresas como o mexicano Gael Garcia Bernal, Mahershala Ali e a atriz chinesa Zhao Tao. Do Brasil, Sônia Braga entra na lista na esteira de suas colaborações com Kleber Mendonça em Aquarius e Bacurau. (Guilherme Falcão)
Um protesto pacífico contra a guerra do Vietnã se torna um violento confronto com a polícia e, posteriormente, um dos mais famosos julgamentos da história americana. Conhecidos como “Os 7 de Chicagos”, a história do grupo que desafiou o governo americano na década de 1960 se torna filme nas mãos de Aaron Sorkin, ganhador do Oscar por “A Rede Social” (2010). O longa, produzido pela Netflix, é uma das grandes apostas para varrer o Oscar do próximo ano e conta com um elenco estelar para isso, com nomes como Eddie Redmayne, Sacha Baron Cohen, Joseph Gordon-Levitt, Michael Keaton e Yahya Abdul-Mateen II.Bem recebido pela crítica internacional, o longa traça um paralelo com os protestos que acontecem nos dias de hoje e mostra que, onde há injustiça, há aqueles que lutam para superá-la.
Michaela Coel encantou o mundo do entretenimento com sua série “I May Destroy You” (2020). Escrita, produzida, dirigida e atuada por Coel, a série se transformou em um sucesso ao falar sobre violência sexual de uma maneira diferente de tudo o que havia sido feito na mídia até então. Capa da GQ de novembro, Coel se sentou com o também encantador Donald Glover, responsável por “Atlanta” (2016), e os dois tiveram uma das conversas mais interessantes do turbulento ano de 2020. Parte desconhecidos, parte amigos, eles navegam em um bate-papo sobre seus processos criativos, suas vidas e suas carreiras. A conversa pode ser lida na íntegra no site da GQ. Revolucionários — cada um à sua maneira —, os dois criadores provaram que há espaço para séries pensadas a partir da perspectiva negra. Vale acompanhar a produção — e as conversas — de duas das mais novas estrelas da TV mundial.