Gama indica: 6 HQs nacionais
Entre releituras, crimes bizarros e questões sociais, Gama indica seis HQs nacionais em homenagem ao Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos
No dia 30 de janeiro de 1869, “As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de Uma Viagem à Corte” foi publicado no Brasil. Feita pelo cartunista Angelo Agostini, a obra é tida como a primeira história em quadrinhos do país e conta a história de um jovem do interior do país e suas aventuras na cidade grande.
Em 1984, a Associação dos Quadrinhistas e Caricaturistas do Estado de São Paulo escolheu a data de lançamento do quadrinho como o dia de celebração das histórias em quadrinhos brasileiras. Desde então, o dia 30 de janeiro é conhecido como o “Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos“.
Para celebrar a data, Gama indica seis quadrinhos nacionais que podem ter passado despercebidos por você no último ano.
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Beco do Rosário
de Ana Luiza Koehler
“Beco do Rosário” traz a história de Vitória, uma mulher negra que sonha em ser jornalista na Porto Alegre de 1920. Fruto de uma extensa pesquisa histórica, o quadrinho acompanha a vida de Vitória e a modernização da capital gaúcha, traçando paralelos entre as duas e demonstrando como a desigualdade social, racial e de gênero moldou a cidade e as pessoas que ali habitavam. Na 33ª edição do Troféu HQMix, “Beco do Rosário” faturou quatro prêmios.
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Jeremias: Alma
de Jefferson Costa e Rafael Calça
Jeremias nunca foi um dos destaques da Turma da Mônica, mas a releitura do personagem feita por Jefferson Costa e Rafael Calça em 2019 transformou esse coadjuvante em uma das mais interessantes figuras do universo criado por Maurício de Souza. Em “Alma”, Costa e Calça revisitam a história do garoto e abordam temas como ancestralidade e apagamento cultural de forma delicada e bela, construindo um quadrinho capaz de emocionar crianças e adultos.
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48 km
de Iara Naika
“48 km” conta a história de duas garotas, Kelly e Jade, e o trajeto de ônibus que ambas fazem diariamente. Apesar de serem muito diferentes, as duas passam a se conhecer e eventualmente se apaixonam. A dificuldade de se comunicar, no entanto, faz com que as coisas se tornem mais difíceis do que elas deveriam ser. Publicado de forma gratuita, o quadrinho digital já tem mais de um milhão e meio de visualizações e oferece uma história de amor doce e engraçada.
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Confinada
de Leandro Assis e Triscila Oliveira
Sucesso nas redes sociais, “Confinada” é uma crítica sarcástica e venenosa a elite brasileira e seus comportamentos mesquinhos. Acompanhando a quarentena de Fran, uma influenciadora com milhões de seguidores, e de Ju, sua empregada doméstica, Leandro Assis e Triscila Oliveira escancaram o racismo e o classicismo presentes em nossa sociedade com uma boa dose de humor e ironia.
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Meta – Depto. de Crimes Metalinguísticos
de Marcelo Saravá, André Freitas, Omar Viñole e Deyvison Manes
Um desenhista é morto de maneira brutal. Os principais suspeitos? Os personagens que ele criou. Para resolver esse estranho mistério, uma polícia mais estranha ainda entra em cena – META, o departamento de crimes metalinguísticos. Essa organização secreta é composta por detetives de outros universos midiáticos, como quadrinhos, teatro, literatura e cinema, e investiga crimes que quebram a quarta parede. Ganhador do prêmio Jabuti de melhor quadrinho, a obra de Marcelo Savará investiga a influência que a arte e a cultura pop tem na sociedade atual.
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Ajuricaba
de Ademar Vieira e Jucylande Júnior
Ajuricaba foi um grande líder indígena que, durante cinco anos, lutou bravamente e impediu o avanço da ocupação europeia em terras amazonenses. Para honrar seu legado, os artistas Ademar Vieira e Jucylande Júnior produziram o quadrinho “Ajuricaba”, que conta a história do herói manaó. De sua incansável batalha contra os portugueses ao seu trágico e corajoso suicídio, a obra revisita o legado de uma das mais importantes lideranças indígenas e reafirma Ajuricaba como um símbolo de resistência e liberdade.