Quanto custa o seu sono?
Para o rapper Drake, mais de R$ 2 milhões. Gama investiga a nova febre entre os super-ricos, os colchões de seis dígitos — e o quão eficientes eles são
O que une o rapper canadense Drake à um conto de fadas dinamarquês escrito em 1835? Aparentemente, a preciosidade de uma boa noite de sono.
Se em “A Princesa e a Ervilha” de Hans Christian Andersen, a princesa em questão tem dificuldade em dormir em 20 colchões empilhados por conta de uma simples ervilha, o autor de “Hotline Bling” está a um passo à frente da realeza dinamarquesa e parece já ter solucionado o problema.
Um colchão de US$ 400 mil. Esse é o segredo de Drake. Sim, é isso mesmo que você leu. Um colchão que custa, aproximadamente, mais de dois milhões de reais. O artigo de luxo foi revelado em uma entrevista que o rapper deu ao Architectural Digest, onde ele ofereceu um tour da sua mansão em Toronto.
Entre os inúmeros itens extravagantes — algo de se esperar de uma mansão de 46 mil metros quadrados –, um dos que mais chamou atenção do público foi o colchão “Grand Vividus“.
Produzido pela Hästens, uma tradicional marca de colchões sueca, em parceria com o designer de interiores de luxo Ferris Rafauli, o colchão leva 600 horas para ser produzido e é composto por materiais naturais como crina de cavalo, lã, algodão e linho, além de um grande número de molas.
Mas será que vale a pena? Para Drake, sim. “O quarto é onde eu venho para me desligar do mundo no final da noite e onde eu abro meus olhos para aproveitar o dia”, ele disse a Architectural Digest. “A cama te faz flutuar…”
Drake pode ter sido o primeiro a se deitar em um Grand Vividus — afinal, foi o próprio Ferris Rafauli que o ajudou a projetar sua mansão –, mas está longe de ser o único a cobiçar tal produto. Há uma lista de espera para aqueles que desejam ter o colchão confeccionado.
Cada vez mais populares entre os ricos, os colchões de seis dígitos oferecem uma confecção manual, com materiais raros e naturais
Camas de luxo se tornaram item essencial para você que é uma celebridade ou um astro mundial. Dúvida? É só perguntar para Cristiano Ronaldo, Maria Sharapova ou Will Ferrell. E o “Grand Vividus” não está sozinho no hall de colchões caríssimos.
Se procura por preços mais “acessíveis”, a própria Hästens oferece outras opções. “Vividus”, o antigo modelo mais caro do mundo, sai pela bagatela de U$ 200 mil. Modelos intermediários da marca custam em torno de U$ 50 à 40 mil, enquanto os mais baratos ficam na casa dos U$ 10 mil.
Cada vez mais populares entre os ricos, os colchões de seis dígitos oferecem uma confecção manual, com materiais raros e naturais — além é claro, do status. O atendimento ao cliente também é parte da atração, sendo possível até marcar um test-drive de colchões.
No Brasil, a produção e venda de colchões de luxo vem aumentando — mas os modelos nacionais não chegam as mesmas cifras dos internacionais. Com tanto barulho, a pergunta que fica é: será que investir tão caro num colchão vale a pena?
Colchão não faz milagre
“A busca por um sono ideal sempre existiu e a indústria sempre procura trazer alguma novidade, algo que impacte de maneira positiva a qualidade do sono das pessoas.” Quem afirma isso é Danilo Sguillar, médico otorrinolaringologista e diretor da ABMS (Associação Brasileira de Medicina do Sono).
Para ele, a preferência por modelos de colchões diferentes varia muito de pessoa para pessoa. O alto preço pago pelos colchões de luxo — e o refinamento dos materiais utilizados na confecção — logicamente tornam tais colchões mais confortáveis. Em uma época onde perdemos cada vez mais a qualidade do nosso sono, a busca por um colchão melhor é inevitável.
A busca por um sono ideal sempre existiu e a indústria procura trazer novidades. Mas será que estamos perdendo a qualidade do sono por conta do colchão?
“Mas será que estamos perdendo a qualidade do sono por conta do colchão?”, indaga Sguillar. “Ou nossas preocupações têm sido cada vez maiores?” O médico entende que parte do problema é a maneira com que somos bombardeados de informação na internet e nas redes sociais , que sempre nos convidam a permanecer acordado por mais dez minutinhos.
“O uso abusivo de aparelhos que emitem uma luz azul estimula o sistema nervoso central a faz com que as pessoas demorem mais para pegar no sono e quando pegam, tem esse descanso fragmentado.” Para o médico, o colchão entra nessa história como um amuleto e são os hábitos noturnos que devem ser corrigidos para ter uma melhor noite de sono.
“Um local escuro e com pouco ruído, longe de celulares e tablets”, é a recomendação do médico para aqueles que querem dormir melhor. Sguillar acredita que, acima de qualquer colchão, um ambiente propício para dormir é a melhor opção para quem deseja uma boa noite de sono.
Se você está com problemas para dormir — mas não tem o dinheiro do Drake para comprar um colchão superluxuoso — Gama separou oito dicas que podem te ajudar a vencer a insônia.