Conheça professores brasileiros que fazem a diferença — Gama Revista
Vai faltar professor no Brasil?

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Bloco de notas

Conheça professores brasileiros que fazem a diferença

De norte a sul, esses educadores se destacam com soluções inovadoras para ensinar artes, esportes, ciências, línguas, direitos humanos e literatura

Conheça professores brasileiros que fazem a diferença

Sarah Kelly 13 de Outubro de 2024

De norte a sul, esses educadores se destacam com soluções inovadoras para ensinar artes, esportes, ciências, línguas, direitos humanos e literatura

  • A leitura de autores negros potencializou a autoestima dos alunos em uma escola quilombola em Jequié, na Bahia. Chamado de Clube de Leitura Preta, o projeto da professora e escritora Jéssica de Oliveira propõe encontros semanais para ler, discutir e produzir textos sobre literatura feita por autores negros. Ao Podcast da Semana, ela conta que as obras tratam de assuntos próximos à realidade dos estudantes, que vivem em uma das cidades mais violentas do Brasil: “São meninos que têm uma vivência do que acontece nesses livros na vida real.”. O intuito do clube, além de conscientizar sobre o racismo, é combater a evasão escolar, já que ao mergulhar na literatura, os adolescentes de 13 a 16 anos se interessam mais pelo estudo.

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    A interdisciplinaridade parece ser outro caminho de sucesso para despertar a curiosidade dos estudantes. Considerado profissional do ano de 2023 pelo portal de educação Toda Matéria, o professor de inglês Jardel Ferreira Pedrosa é o criador do “Clip Project”, programa que já impactou 17 mil alunos na Escola Estadual Amélia Santana Barbosa em Betim, Minas Gerais. Na gincana, os jovens são desafiados a produzir um clipe sobre o tema escolhido, uma revista bilíngue sobre o processo de criação, e a divulgar o trabalho utilizando estratégias de marketing. Por fim, ainda criam uma coreografia. Segundo Pedrosa, além de integrar diferentes áreas do conhecimento, o programa com mais de duas décadas estimula a criatividade individual e ajuda a construir uma sociedade plural, promovendo respeito às diferenças.

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    Reconhecida pela terceira vez como uma das melhores ONGs do Brasil, a Casa do Zezinho oferece aulas português, inglês, esporte, audiovisual, programação de games, além de oficinas de arte, às crianças do Capão Redondo, bairro periférico da capital paulista. A fundadora da instituição, a pedagoga Dagmar Rivieri, mais conhecida como Tia Dag, conversou com Gama sobre suas visões para a educação, que envolvem a empatia e a preocupação com os impactos da desigualdade social. Ela defende que “para educar, precisa se colocar no lugar do outro, sem discurso moral” e que “todo mundo tem algo para ensinar”.

  • Finalista do Teacher Prize 2020, uma das mais importantes premiações internacionais da área, Doani Emanuela Bertan é professora de educação inclusiva e português em Campinas, São Paulo. Quando percebeu a ausência de materiais em libras nos livros da escola em que lecionava, Bertan decidiu criar um canal no YouTube para surdos e ouvintes, ampliando a educação bilíngue e a acessibilidade ao ensino de libras. “Criei o Sala 8 [seu canal] por um problema de exclusão entre meus alunos. Não podia ser conivente com isso”, conta ao Uol. Em 2022, ela ganhou sua própria versão da Barbie em uma homenagem no Dia Internacional das Mulheres.

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    Falta de estrutura para o ensino e violência são desafios enfrentados pela comunidade escolar em Terra Firme, bairro no sul da capital paraense. O projeto “Juventude Periférica: Do Extermínio Ao Protagonismo!”, da professora Lília Melo, surge da necessidade de ouvir os estudantes após uma chacina que causou 11 mortes em Belém. A iniciativa premiada pelo Ministério da Educação incentivava os jovens a desenvolverem produtos artísticos, como filmes, teatro e dança, que abordassem sua identidade e cotidiano.

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    Para a professora brasiliense Gina Vieira, o grande diferencial que uma escola pode ter é a criação de sentimento de pertencimento nos estudantes. Visando o fortalecimento da comunidade escolar, ela criou em 2014 o projeto “Mulheres Inspiradoras”, no qual propôs aos alunos da região de Ceilândia que lessem obras de autoria feminina, estudassem a biografia de mulheres importantes para a história do mundo e entrevistassem personagens do gênero feminino de sua região. Em 10 anos, a iniciativa recebeu quase 20 prêmios e atualmente é política pública em Brasília. Na conversa com Gama, Vieira compartilha as dificuldades da educação pública brasileira e os caminhos para superá-las.

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    A educação inclusiva é um ponto de discussão que está em alta. Mas já em 2000, o professor Rubens Ferronato se preocupava com isso e se sentiu desafiado a facilitar o aprendizado de um aluno deficiente visual na disciplina de Cálculo Diferencial e Integral em uma faculdade em Cascavel, no Paraná. Após persistir em pesquisas e diferentes improvisos, o professor criou um novo método de matemática: o Multiplano, um instrumento que possibilita a compreensão de conceitos matemáticos por meio do tato. Hoje qualquer professor pode aprender a utilizar o material com as aulas disponibilizadas no site do projeto, que apresenta a ideia como “alternativa para auxiliar na efetivação de uma sociedade com oportunidades iguais para todos, sem preconceito, amenizando possíveis injustiças sociais”.

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    Uma boa educação pode começar com um olhar atencioso para os alunos. No caso da professora Priscilla Castro dos Santos, a atenção especial e poética resultou em um projeto premiado, composto por breves narrativas de texto e imagem em que acompanhava crianças autistas em uma escola de educação infantil em Vitória, no Espírito Santo. Semanalmente, a professora comunicava os acontecimentos dos pequenos no grupo de WhatsApp da escola, sensibilizando outros profissionais a enxergarem as particularidades e potências dos pequenos.

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    Aos 34 anos, Joana Marques de Lima Saar Xavier conquistou o terceiro lugar no Prêmio Educador Transformador, prestigiado reconhecimento de educação no país. Professora na creche Sagrado Coração de Maria em Rio Branco, no Acre, Xavier propõe a educação étnico-racial desde a primeira infância. Ela levantou a temática em brincadeiras e interações em uma turma com crianças da faixa etária de 2 aos 4 anos e, agora, desenvolve cursos para que mais profissionais tenham a prática antirracista ao ensinar.