Conheça dez cápsulas do tempo famosas e aprenda como fazer a sua — Gama Revista
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Guilherme Falcão

2

Semana

Cápsulas do tempo e de histórias

A mania de preservar registros de uma época em pequenas (ou nem tanto) caixas para a posteridade existe há mais de 200 anos. Gama relembra dez cápsulas do tempo famosas e dá as dicas a quem quiser montar uma para chamar de sua

Mariana Payno e Manuela Stelzer 08 de Novembro de 2020

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Semana

Cápsulas do tempo e de histórias

Guilherme Falcão

A mania de preservar registros de uma época em pequenas (ou nem tanto) caixas para a posteridade existe há mais de 200 anos. Gama relembra dez cápsulas do tempo famosas e dá as dicas a quem quiser montar uma para chamar de sua

Mariana Payno e Manuela Stelzer 08 de Novembro de 2020

Pinturas, diários, fotografias, gramáticas, mapas, enciclopédias. Não são poucos os registros históricos que documentam há séculos o estar da civilização no mundo — parece que desde as inscrições rupestres na pré-história ou as tumbas do Egito Antigo o ser humano tenta dar um jeito de eternizar seu modo de viver. Se capturar aquele tempo de alguma forma é importante para os que estão no presente, quem vem depois se fascina com as descobertas. Essa velha ideia de habitar o futuro é, afinal, a que está por trás da criação de cápsulas do tempo.

Mania conhecida pelo menos desde o século 18, esse tipo de artefato — caixas contendo jornais de determinado ano, a moeda corrente e as roupas da moda, por exemplo, tudo escondido para ser desvendado anos depois + — tem revivido nos últimos anos, talvez como “uma reação à digitalização de tudo”, diz a Gama o historiador e professor da Universidade de Iowa Nick Yablon. Apesar de haver iniciativas para preservar a memória da internet e dos dados +, há quem não acredite que a nuvem possa guardar nossa história pela eternidade. “A coleta e o encapsulamento de objetos físicos representam um renascimento de concepções anteriores de memória como algo tangível e corpóreo”, observa Yablon.

Embora as cápsulas do tempo muitas vezes funcionem como retratos de determinado período e mostrem como aquela sociedade “via seus deveres para com as próximas gerações”, o pesquisador acredita que dar às lembranças alguma materialidade posterior faz mais sentido para as pessoas naquele presente imortalizado do que para os futuros historiadores. “Serve como uma forma de unir comunidades ou como um golpe publicitário. Também pode permitir às pessoas imaginar um futuro melhor, além de suas próprias vidas”, explica ele, que também é autor do livro “Remembrance of Things Present: The Invention of the Time Capsule and the Politics of Posterity” (University of Chicago Press, 2019) +.

Não à toa, a invenção dessa espécie de tesouro do passado se popularizou, principalmente nos EUA. Por lá, eles levam a prática tão a sério que, em 1990, criaram até uma Sociedade Internacional das Cápsulas do Tempo na Universidade de Oglethorpe, em Atlanta +, para investigar o fenômeno. Segundo o grupo, as cápsulas criam “vozes independentes para o futuro” — e, claro, todo mundo quer falar: famílias, figuras históricas e políticas, artistas. “Ao fazer essas curadorias, as comunidades podem articular seu próprio senso de presente e futuro”, afirma Yablon. Uma oportunidade que muitas empresas não deixaram passar: a partir da década de 1930, diz o especialista, houve uma apropriação da ideia por grandes corporações. “Muitas eram celebrações rigidamente controladas da tecnologia e do capitalismo de consumo.”

A seguir, Gama mostra como a pioneira Westinghouse, a Nasa e até Steve Jobs deixaram sua contribuição na história das cápsulas do tempo. E recupera outras iniciativas que tentaram, com a construção desses artefatos, perpetuar o presente ao tornar o passado palpável no futuro.

O fantástico mundo de Andy Warhol

Ao longo de 13 anos, o artista deixou 610 caixas com objetos de seu cotidiano

Quando mudou de estúdio, em 1974, Andy Warhol desenvolveu um certo apreço pelas caixas de papelão: percebeu que ali poderia guardar registros diários de sua vida. A partir daquele ano e até sua morte, em 1987, ele criou 610 cápsulas do tempo simplesmente mantendo uma caixa de papelão aberta ao lado de sua mesa e depositando nela o que lhe convinha — correspondência, revistas e jornais, fotos, presentes, recibos, objetos pessoais, lixo eletrônico, obras de arte originais que nunca exibiu e, claro, latas de sopa Campbell. Quando a caixa se enchia com a sua seleção de fragmentos cotidianos, Warhol a lacrava, datava e começava uma nova. O resultado é um incrível registro da vida privada do artista e da cena cultural nova-iorquina dos anos 1970 e 80, preservado hoje pelo Andy Warhol Museum, em Pittsburgh, nos EUA. A Time Capsule 21, que abriga obras do artista das décadas de 1950 e 60 e outros documentos, pode ser examinada pelo público no museu e também foi destrinchada em livro.

As 610 caixas que imortalizaram a rotina de Andy Warhol estão no museu dedicado ao artista em Pittsburgh, nos EUA

A memória da escravidão no Brasil

Cápsula de 1871 com jornais da época foi encontrada em 2012 no Rio de Janeiro

Nos exemplares de três jornais brasileiros de 15 de setembro de 1871, 17 anos antes da assinatura da Lei Áurea, estavam anúncios de aluguel de alguns escravizados e denúncias da fuga de outros. Foi justamente nas ruínas de um antigo cais de comercialização de escravos no Rio de Janeiro que as edições daquele dia do Jornal do Commercio, de A Reforma e de O Diário Oficial do Império do Brasil foram encontradas, junto a nove moedas de bronze, prata, cobre e ouro. Os artefatos, que ajudam a lançar luz sobre um capítulo sombrio e decisivo da história do Brasil, estavam em uma caixa de madeira e cobre, descoberta em 2012 durante escavações arqueológicas do Museu Nacional da UFRJ nas obras da Zona Portuária da capital fluminense. A cápsula do tempo foi escondida na pedra fundamental da reforma do antigo cais do Valongo — por onde passaram dezenas de milhares de escravizados entre meados do século 18 e as primeiras décadas do 19 —, uma tradição comum para identificar a época de novas construções. Com as iniciais da Companhia Docas Pedro II, a caixa estava cheia de água e fungo, e os jornais tiveram que passar por um longo processo de esterilização e restauração, do qual participaram técnicos do Instituto de Pesquisa Energética e Nucleares da USP e da Biblioteca Nacional, onde o material está guardado.

Jornais e moedas de 1871 foram encontrados em uma caixa escondida na Zona Portuária do Rio de Janeiro

Lembranças musicais da Ópera de Paris

Urnas cilíndricas de chumbo guardaram discos por 100 anos

Verdi, Wagner, Mozart: as cápsulas do tempo escondidas na Ópera de Paris, na verdade, não revelam grandes surpresas sobre os compositores celebrados no início do século 20 — afinal, salvo alguns nomes da ópera francesa da época, são mais ou menos os mesmos imortalizados até hoje. O mais curioso da empreitada, pois, foram os bastidores, com direito a uma jogada de marketing, uma pequena atualização tecnológica e um roubo. As cápsulas foram idealizadas pelo então gerente da Gramophone Company, o nova-iorquino Alfred Clark, para chamar a atenção do público para a empresa. Em 1907, a ideia foi colocada em prática: 24 discos com gravações de grandes estrelas da ópera, como Enrico Caruso, Nellie Melba, Feodor Chaliapin e Francesco Tamagno, foram acomodados em urnas cilíndricas de chumbo e escondidas no prédio da Ópera de Paris. Cinco anos depois, cientes dos avanços tecnológicos da indústria fonográfica, os responsáveis pelo projeto acrescentaram mais discos, agulhas para tocá-los e um gramofone a manivela, com instruções de uso. A intenção era que a cápsula não fosse aberta por 100 anos, mas em 1989 uma obra no sistema de ar-condicionado da Ópera descobriu o arquivo arrombado e sem o gramofone. Na ocasião, as urnas foram transferidas para a Biblioteca Nacional Francesa, sendo abertas de novo apenas na data prevista, em 2007. Em 2009, as gravações foram lançadas em CD.

A turma do nova-iorquino Alfred Clark, empresário da Gramophone Company, montando as cápsulas do tempo da Ópera de Paris

Cápsulas do tempo espaciais

Duas naves da Nasa vagam pelo espaço com registros da Terra

Há 43 anos, entre agosto e setembro de 1977, a Nasa lançava as naves espaciais Voyager 1 e 2, que tinham como objetivo principal a observação minuciosa de Júpiter e Saturno. Mas as missões foram expandidas: hoje, elas vagam pelo espaço em busca de novas descobertas e levam consigo discos dourados anunciando que há vida na Terra. O grupo de discos, sinônimos de cápsulas do tempo, carrega pequenas placas de metal que indicam o ano de lançamento das naves, seu lugar de origem (a Terra), imagens da anatomia de um homem e de uma mulher e áudios do planeta. Divididos em três categorias, os áudios de “Saudações da Terra” foram gravados em 55 línguas diferentes, entre elas árabe, aramaico, francês, alemão, latim, ucraniano, wu (um dialeto chinês) e português — este dizendo “paz e felicidade a todos”. Já nas 19 faixas de “Sons da Terra”, estão barulhos de vulcões em erupção, passos, batimentos cardíacos, trens, automóveis, cães, chimpanzés, o som de um beijo. E na categoria “Músicas da Terra” estão composições eruditas de Beethoven, Bach e Mozart, passando por canções folclóricas de tribos aborígenes australianas, do Peru e do Azerbaijão, além das canções “Johnny B. Goode” (1958), de Chuck Berry, e “Melancholy Blues” (1927), de Louis Armstrong.

Os discos dourados (abaixo) das naves Voyager 1 e 2 vagam pelo universo com informações sobre a vida na Terra
NASA

Os segredos de Cervantes

Caixa do século 19 estava escondida em estátua do autor de Dom Quixote

Se Miguel de Cervantes, o autor do clássico “Dom Quixote” (1605), deixou para a posteridade uma das maiores obras da literatura mundial, sua estátua na Plaza de Las Cortes, em Madri, guardou por quase 200 anos o testemunho de um período conturbado para a monarquia espanhola. Durante uma obra no local, no final de 2009, os pesquisadores do Museu Arqueológico Regional de Alcalá foram acionados para investigar uma caixa de chumbo lacrada, encontrada embaixo da estátua de Cervantes. A cápsula do tempo, envolta por uma substância química que a protegeu do mofo e de parasitas, datava de 1834 e continha um jornal e um calendário daquele ano, moedas, cinco volumes de “Dom Quixote” editados em 1819 e um manifesto progressista, supostamente da autoria do próprio Miguel de Cervantes, que viveu séculos antes de o artefato ser enterrado. A cápsula foi criada na época das chamadas Guerras Carlistas, entre os partidários do absolutismo e os apoiadores de um regime monárquico mais liberal. Depois da descoberta, o governo de Madri declarou a intenção de substituir aquela caixa por uma nova, que retratasse a Espanha do século 21.

A cápsula do tempo mais antiga dos EUA

Registros da independência norte-americana foram descobertos em 2015

Em 1795, o filósofo político Samuel Adams e o operário Paul Revere, que participaram do processo de independência dos EUA, enterraram uma caixa contendo uma placa de prata com inscrições, cinco jornais da época, 24 moedas valiosas — entre elas uma cunhada em 1652 pelos colonos para desafiar a Inglaterra —, uma medalha de bronze retratando George Washington e outra de prata com o rosto de Revere. Já corroído pelo tempo e pela oxidação, o objeto de quase cinco quilos foi encontrado 220 anos depois, durante uma obra contra infiltrações no Massachusetts State House, prédio que abriga escritórios do governo norte-americano em Boston, e se tornou a cápsula do tempo mais antiga do país. Após análise, pesquisadores do Museu Fine Arts de Boston afirmaram que a cápsula já havia sido aberta em 1885, quando os itens foram documentados, outros foram acrescentados e a caixa foi enterrada novamente.

A Westinghouse e o sétimo milênio

As cápsulas do tempo feitas no século 20 para durar até depois do ano 6000

Turistas visitam uma exposição sobre as cápsulas do tempo da Westinghouse na World's Fair de Nova York, em 1965

Em 1939 e 1965, a companhia americana Westinghouse Electric & Manufacturing produziu duas coleções para a posteridade, que contam com objetos, imagens e escrituras sobre a vida norte-americana no século 20. Além de pretender retratar cem anos de hábitos e cultura, a Westinghouse ousou na longevidade: as caixas só poderão ser abertas no sétimo milênio, mais precisamente no ano de 6939. E é claro que o futuro incerto demanda precauções extras. Caso a língua inglesa tenha sofrido alterações ou o mundo tenha sido invadido por extraterrestres, junto aos itens foi enterrado um livro de instruções para as gerações futuras, explicando como abrir e ler o conteúdo das cápsulas sem danificá-lo. Com tecnologia de ponta para a época, os recipientes elaborados pela Westinghouse contêm algumas descobertas científicas, artigos, energia atômica, assinaturas de personalidades como o Papa Paulo VI e três mensagens arrebatadoras: uma de Albert Einstein, outra do físico e vencedor do Nobel Robert Andrews Millikan e a última do escritor Paul Thomas Mann. As mensagens podem ser lidas na página da Wikipedia sobre as cápsulas.

Os conteúdos das cápsulas criadas pela Westinghouse em 1939 (à esquerda) e 1965 (à direita). Um dos materiais é o livro
Os conteúdos das cápsulas criadas pela Westinghouse em 1939 (à esquerda) e 1965 (à direita). Um dos materiais é o livro “Book of Records”, que entre outras coisas explica como funciona a língua inglesa (abaixo)
Bettmann / Getty Images

Um dos tesouros mais desejados do mundo

Enterrada pelo elenco da série “M*A*S*H”, a cápsula foi encontrada por um operário

Apenas duas das cápsulas do tempo mais desejadas do mundo, de acordo com o levantamento da Sociedade Internacional das Cápsulas do Tempo, foram encontradas — mas o paradeiro de uma delas, a criada pelo elenco do sitcom “M*A*S*H” (1972-1983), é um pouco controverso. A caixa, com adereços da série, foi enterrada secretamente pelos atores no estacionamento da 20th Century Fox em Hollywood em 1983 e permaneceu um mistério até 2005, quando o ator Alan Alda revelou que ela foi encontrada. Em seu livro de memórias, Alda conta que poucos meses depois do final da série o estúdio vendeu o terreno do set, e um operário da construção civil desenterrou a cápsula durante uma obra e tentou devolvê-la. Segundo o ator, ele disse para o anônimo trabalhador guardar a caixa consigo. O episódio, porém, frustrou o elenco, que esperava que o tesouro só fosse desvendado muitos anos depois.

O mouse de Steve Jobs perdido por 30 anos

O objeto foi enterrado em 1983 em um grande tubo cilíndrico junto a centenas de outros itens da época

O discurso de Steve Jobs na International Design Conference de 1983 ficou para a história como um anúncio premonitório do que a internet, os computadores e os celulares fariam com as nossas vidas nas décadas seguintes. Ao fim do evento, que olhava para o futuro, os organizadores, entre eles Jobs, quiseram guardar lembranças daquele presente: reuniram diversos objetos do dia a dia em um cilindro de quatro metros de comprimento e o enterraram em um descampado em Aspen, cidade dos EUA que sediou a conferência. Batizado de Aspen Time Tube, o artefato acabou ganhando outra alcunha com a ascensão do cofundador da Apple: a cápsula do tempo de Steve Jobs. De fato, o item mais icônico era o mouse do computador Lisa, usado por Jobs durante sua fala no evento — mas ali também estavam os crachás dos participantes, um cubo mágico, uma gravação de músicas da banda The Moody Blues e uma caixa de cerveja, entre centenas de outras coisas. A ideia era reabrir a cápsula na virada do milênio, em 2000, mas ela ficou perdida por 30 anos por causa de mudanças na paisagem. Foi só em 2013 que os apresentadores do programa “Diggers”, do National Geographic Channel, finalmente a desenterraram.

Um hospital para memorar

Dois artefatos foram enterrados, um em 1941 e outro em 2017, para eternizar a história da Santa Casa de Campo Grande

Depois de 71 anos enterrada, a cápsula do tempo da Santa Casa de Campo Grande foi encontrada em 2012 por um mero desconhecido, que a manteve em sua casa por três anos até conseguir abri-la e perceber que se tratava de um artefato histórico. Na caixa de cobre, escondida em um terreno baldio desde 1941, havia uma ata com os nomes das pessoas presentes na inauguração de um dos pavilhões do hospital, uma cópia do estatuto da instituição e lembranças da data do evento, como um exemplar do extinto jornal O Progressista, uma cédula de 10 mil réis, oito moedas e uma pedra que fez parte da construção do pavilhão inaugurado na época. O achado fez com que o então ouvidor-geral do hospital, Gilton Almeida, quisesse elaborar uma nova cápsula em 2017, para ser aberta 50 anos depois. Dessa vez, a caixa foi enterrada no Jardim da Santa Casa para evitar extravios, com notícias, documentos, imagens e moeda corrente em seu interior. De acordo com o Dr. Esacheu Nascimento, presidente da instituição naquele ano, a cápsula serviria para “carregar fatos históricos do nosso tempo” e, quando aberta, informaria “sobre o trabalho da Santa Casa e sobre a vida da comunidade”.

Como fazer sua cápsula do tempo

Gama dá as dicas para quem quer eternizar uma época

  • Estipule uma data para a abertura

    O primeiro passo é básico, mas fundamental. Afinal, o tempo que sua cápsula passará escondida pode definir do material da caixa aos itens que estarão dentro dela. Segundo a Sociedade Internacional das Cápsulas do Tempo, guardá-las por 50 anos ou menos aumenta as chances de a sua própria geração encontrar os artefatos. As cápsulas centenárias, no entanto, são as mais intrigantes — e não à toa: quanto mais tempo passa, mais difícil e surpreendente fica a missão de encontrar e revelar o tesouro.

  • Escolha bem o recipiente…

    É preciso ter em mente que não só a caixa, mas os materiais que estarão dentro dela, precisam resistir aos anos que você estipulou para a cápsula. Para o invólucro, pense em um cofre ou caixa de arquivo, um recipiente de plástico ou de vidro — o ideal é que o interior possa ser mantido frio, seco e escuro para preservar o conteúdo.

  • … e os itens que serão escondidos

    Os objetos devem ser pensados como testemunhos de uma época: jornais, sons e músicas, uma carta para quem for abrir, panfletos de eleições ou manifestações, fotos, canhotos de ingressos. Para lembrar de um 2020 pandêmico, vale incluir máscaras caseiras e listas de mercado repletas de itens como álcool e desinfetantes. Os papéis e fotografias podem ser armazenados em plástico para durarem por mais tempo; já os arquivos digitais são uma questão à parte: evite tecnologias, como CDs ou pen-drives, que possam ficar obsoletas e impossíveis de resgatar quando da abertura da cápsula.

  • Não enterre sua cápsula

    A parte que parece a mais divertida é, na verdade, um erro: enterrar sua cápsula do tempo pode fazer com que ela se perca ou se deteriore por intempéries da natureza, principalmente a umidade. O ideal é mantê-la em um local interno, seco e seguro, de preferência marcado com um sinal que indique a presença da cápsula, a data e as instruções para a abertura.

  • Mantenha registros

    Esse é um passo importante para você ou quem quer que seja no futuro simplesmente não se esquecerem da cápsula do tempo — a Sociedade Internacional das Cápsulas do Tempo diz que isso acontece com bastante frequência, inclusive a curto prazo. Por isso, há um espaço no site da organização para que você registre sua cápsula. Além disso, os especialistas recomendam “renovar a memória”, lembrando os aniversários do fechamento da caixa ou enviando convites antecipados para a abertura; também é ideal manter um inventário de tudo que foi lacrado ali. Se você se considera esquecido, porém, há serviços especializados em guardar seu artefato e enviá-lo de volta na data estipulada.