A obra “In the North the Negro had better educational facilities” (1940–41) é parte do legado do artista Jacob Lawrence (1917-2000), dos EUA, que retratou a história da migração dos afro-americanos do sul ao norte do país em busca de liberdade, dignidade e educação.

Paulo Freire (1921-1997) em um de seus livros mais conhecidos, “Pedagogia do Oprimido” (1968). Para entender mais sobre a vida do educador, esse episódio do podcast Ilustríssima, da Folha de S. Paulo, é bem didático.

O SALÁRIO DOS DOCENTES do Brasil é o mais baixo de 40 países, segundo estudo da OCDE (Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico) divulgado em setembro – os dados se referem a professores de instituições públicas. Também há desigualdade de gênero em relação à remuneração: apesar do Brasil ser um país de professoras, que representam 81% dos docentes, elas ganham 12% a menos do que os homens.

Na Gama, discutimos algumas das QUESTÕES LATENTES NA EDUCAÇÃO hoje, tanto políticas quanto pandêmicas (ou as duas coisas juntas). Em entrevista, o professor da USP, escritor e filósofo Renato Janine Ribeiro, que foi Ministro da Educação do governo Dilma Roussef (2011-2016), diz que um projeto de educação leva tempo e que reconstruí-lo após as ações do atual governo será difícil. Em outra reportagem, professores do ensino superior compartilharam situações de estresse e ansiedade causadas pela pandemia e pelo ensino à distância.

“Enquanto você explica a próxima atividade, uma suspeita te envolve. E se os alunos nem estiverem te ouvindo porque estão jogando Minecraft? Você se atrapalha com as palavras. ‘Alguma dúvida?’ Um vasto silêncio em resposta.” Crônica divertida da revista The New Yorker traz um pouco da rotina vivida pelos PROFESSORES NA QUARENTENA, cheia de trapalhadas tecnológicas. Já esta reportagem do UOL fala do estrangulamento da autoestima e do encanto dos professores com a profissão como uma marca deixada pela pandemia.

A pandemia acelerou ainda mais o fenômeno dos PROFESSORES-YOUTUBERS, que somam milhares de seguidores ensinando matérias diversas: o professor Paulo Jubilut dá aulas de biologia com muita empolgação; Noslen Borges, de português, convida até famosos para contar dos tempos de escola; e Débora Aladim fala de história e redação e dá dicas de organização de estudo.

A PROFESSORA E LÍDER INDÍGENA Ana Claudia Martis Tomás, da etnia Baré, faz um trabalho e tanto no Parque das Tribos, ocupação indígena na zona oeste de Manaus onde vivem cerca de 1,2 mil pessoas. Ali, onde até 2013 não existiam escolas próximas, ela criou um centro que ensina a língua nheengatu (variação moderna do tupi), além de conhecimentos sobre plantas medicinais, produção agrícola coletiva e danças tradicionais da floresta. Para mergulhar mais fundo em realidades como as dela, vale assistir o documentário “Educação Escolar Indígena” (2003).

Diz “To Sir, with Love”, canção-tema do filme homônimo de 1967 que retratou questões sociais e raciais de uma escola na periferia de Londres.

Entre os FILMES COM PROFESSORES marcantes, difícil não lembrar de “Sociedade dos Poetas Mortos” (1989), com Robin Williams (1951-2014) como um docente de literatura inspirado que reage contra a direção reacionária de um colégio tradicional. Já o francês “Entre os Muros da Escola” (2008), indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, se passa em uma escola na periferia de Paris e traz reflexões sobre o sistema de educação público do país e as relações interpessoais e profissionais que ocorrem na escola. Na Netflix, a simpática série espanhola Merlí (2015-2018) mostra um professor de filosofia pouco convencional e o cotidiano alunos do Ensino Médio.

No fofo romance infantojuventil “Extraordiário” (Intrínseca, 2013), da autora americana Raquel Jaramillo Palacio – que virou filme com Julia Robers e Owen Wilson –, um menino que tem o rosto desfigurado devido a uma síndrome genética vai à escola pela primeira vez. No desafio de fazer amigos, o protagonista conta com a ajuda do professor de inglês, que dá LIÇÕES DE GENTILEZA e aceitação.