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Como combater algoritmos racistas, as previsões de Isaac Asimov e os humanoides na sua timeline do Instagram. Eis a seleção da equipe Gama sobre identidade nas redes
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Bloco de notas
Como combater algoritmos racistas, as previsões de Isaac Asimov e os humanoides na sua timeline do Instagram. Eis a seleção da equipe Gama sobre identidade nas redes
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Divulgação
Em 1985 nascia um apresentador bem maquiado, cheio de próteses e com movimentos meio robóticos para dar a impressão de que era uma pessoa gerada por computador. Mas o personagem britânico MAX HEADROOM era real e interpretado pelo ator Matt Frewer. Ele foi criado para fazer parte do filme “Max Headroom: 20 Minutos no Futuro” (1985) como se fosse o primeiro apresentador de TV do mundo gerado por computador. Alguns anos depois da primeira aparição nas telas, o rosto do personagem é usado em um ataque hacker que sequestrou a transmissão de dois canais de Chicago. O episódio ficou conhecido como “O INCIDENTE MAX HEADROOM”, e até hoje não se sabe o autor do caso.
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O documentário PRIVACIDADE HACKEADA (2019), da Netflix, investiga o escândalo do uso de dados pela empresa Cambridge Analytica, símbolo do lado sombrio das redes sociais após a eleição presidencial americana em 2016. A produção alerta: tudo que é feito online deixa rastros, e as plataformas usam esses dados como bem entenderem — nem sempre para o bem.
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O limite entre seres humanos e robôs é motivo de investigação há décadas. Já em 1995, um dos animes mais clássicos de todos os tempos, “GHOST IN THE SHELL” (“O Fantasma do Futuro”), trouxe para as telas personagens humanos que são praticamente máquinas, a ponto de poderem acessar extensas redes de informação com seus cyber-cérebros. A produção foi fonte de inspiração para o enredo de MATRIX (1999), e ainda hoje é referência na categoria de ficção científica.
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É comprovado: OS ALGORITMOS SÃO TENDENCIOSOS. Eles absorvem padrões discriminatórios humanos e replicam atitudes racistas, homofóbicas e misóginas. Seremos capazes de produzir robôs menos tendenciosos do que nós?, questiona a manchete do New York Times. Talvez não. O pesquisador e autor brasileiro Tarcízio Silva alega que as tecnologias discriminatórias são RESULTADO DA SOCIEDADE RACISTA QUE AS CONSTROEM. Ao lado de outros ativistas da causa, como a HackerAntirracista Nina da Hora, ele aponta para o problema de invisibilidade dos negros na internet.
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O filme “EX MACHINA” (2015) é a prova de como a inteligência artificial pode serassustadora — mas dessa vez, não é pelos motivos de sempre. Se até Stephen Hawking alertava que a tecnologia era “O MAIOR ERRO DA HISTÓRIA“, devemos ter cautela. No enredo de Alex Garland, um robô em forma de mulher se torna tão real, sofisticado e consciente, que fica difícil saber em quem confiar: humanos ou máquinas.
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Qualquer imagem postada nas redes sociais está fadada à eternidade — fato que pode MOLDAR NOSSA IDENTIDADE dentro e fora da internet. A matéria da New Yorker traz os dois lados da moeda: ao mesmo tempo em que gerações mais jovens estão encarregadas de produzir as próprias memórias, responsáveis por suas narrativas, elas se tornam reféns desses dados quando adultas, e não conseguem mais se desvincular. No texto, também é citado o livro “THE SOCIAL PHOTO” (Verso Books, 2019), que teoriza sobre fotos produzidas especialmente para serem postadas nas redes.
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Além do VÍCIO, as redes sociais podem alimentar sentimentos de raiva, narcisismo, ansiedade e inveja. O especialista alemão Martin Hilbert, autor do primeiro estudo que calculou quanta informação existe no mundo, diz que a pandemia intensificou o processo de digitalização, que já crescia em ritmo exponencial. Em entrevista à BBC Brasil, Hilbert se mostrou pouco otimista e afirmou que “as tecnologias persuasivas apelam para te manter na versão mais débil de você mesmo, para que PERCA SEU TEMPO NAS REDES”.
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Thiago Quadros / Nexo Jornal
O livro “EU, ROBÔ” (Aleph, 2014), lançado em 1950, reúne nove contos sobre a evolução dos autômatos ao longo do tempo, e apresenta as célebres TRÊS LEIS DA ROBÓTICA: os princípios que regem o comportamento dos robôs. A obra de Isaac Asimov foi um marco da ficção científica ao lançar as bases do convívio entre humanos e máquinas e até mesmo antecipar dilemas da tecnologia. Em 2020, o autor completaria cem anos, e o Nexo produziu um especial dedicado à sua vida, obra, influência na ficção científica e no debate sobre tecnologia.
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“Ao pagarmos com celular — ou ao armazenar sua selfie para a posteridade ou compartilhá-la numa rede social — há um histórico que pode ser explorado por agências de publicidade e outras empresas”
Evgene Morozov em “Big Tech – A ascenção dos dados e a morte da política” (Ubu Editora, 2018). O livro é uma reunião de textos do pesquisador bielorrusso sobre a ascenção das empresas de tecnologia, a mercantilização dos dacos e a crise democrática.
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O Instagram está cheio de perfis protagonizados por HUMANOIDES, seres com aparência humana, mas que são criados em computador. MIQUELA SOARES, elaborada pela startup Brud, é uma das mais célebres: posta selfies em restaurantes, pós-treino, faz publicidade e parcerias — até com Pabllo Vittar. A humanoide foi eleita pela revista Time, em 2018, como um dos 25 personagens mais influentes da internet, contabilizando hoje quase três milhões de seguidores na rede social.
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CAPA Quem é você na internet?
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1Conversas Silvio Lorusso: "Tentativas de separar perfis de trabalho e pessoais são artificiais"
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2Semana Deepfake de vozes brasileiras
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3Depoimento Como sumir da internet
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4Conversas Pedro Tourinho: "Não tem nada mais forte do que a verdade em uma rede social"
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5Bloco de notas Os achados por trás disso tudo