Dez obras literárias sobre masculinidade
Que tipo de homem é você?

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Bloco de notas

Literatura que trata sobre masculinidade

Dez livros trazem personagem que ajudam a sentir o que é ser homem hoje e em diferentes realidades    

Literatura que trata sobre masculinidade

19 de Maio de 2024

Dez livros trazem personagem que ajudam a sentir o que é ser homem hoje e em diferentes realidades    

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    Ganhador na categoria romance literário do Prêmio Jabuti, “O Avesso da Pele” (Companhia das Letras, 2020), de Jeferson Tenório, foi censurado em diferentes estados brasileiros mas, ainda assim, se tornou sucesso absoluto em vendas, com aumento de 6.000% em relação à semana anterior à censura. A obra discute racismo e identidade a partir da história de Pedro que, com a morte do pai, investiga as relações de paternidade em sua família.

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    “Quem Matou Meu Pai” (Todavia, 2023), de Édouard Louis, é uma obra autobiográfica em que o autor visita o pai doente e, de algum modo, procura a reconciliação após os traumas. É em meio às lembranças da infância marcadas pelo forte autoritarismo e a homofobia do genitor que Louis tece uma crítica social e política contra os preconceitos e a parentalidade tóxica.

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    Descrito como uma visão intensa relacionada à cor e à masculinidade, “Mar Aberto” (Morro Branco, 2024), de Caleb Azumah Nelson, é um romance sobre pertencimento em locais da alta sociedade britânica, normalmente negados ao perfil dos personagens. A dupla se conhece ainda jovem, quando eram bolsistas em colégios particulares, ambos artistas que buscavam deixar uma marca no mundo — ele é fotógrafo e ela é dançarina. O amor que parece certo é rompido pelo racismo, o que dá espaço para a obra questionar como uma pessoa negra pode viver as vulnerabilidades da vida em ambientes hostis à negritude.

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    “A Bíblia” (Todavia, 2023), de Péter Nádas, se passa durante a Segunda Guerra Mundial, no período de libertação de Budapeste da ocupação nazista pelo cerco soviético. A obra acompanha um adolescente que descobre a violência e a crueldade em si mesmo, em um contexto de luta pela sobrevivência. Ao mesmo tempo em que crescer revela os desejos sexuais do jovem.

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    “Gambé” (Companhia das Letras, 2023), de Fred Di Giacomo Rocha, se passa no final dos anos 1890 e acompanha a jornada do herói que intitula o livro. Ele integra a antiga tropa de elite da Polícia Militar de São Paulo, a Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), que aterrorizava as periferias da capital. O conflito surge quando o personagem passa a não concordar integralmente com a política agressora da corporação e busca novas versões para si. 

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    Personagens sem nomes que, infelizmente, podem lembrar a história de muitas pessoas conhecidas. “O Filho do Homem” (Todavia, 2023), de Jean-Baptiste Del Amo, acompanha o retorno de um homem para a família que, depois, leva a esposa e o filho para morarem isolados em uma casa na montanha. Lá, o homem agride a esposa com a mesma violência que seu velho pai o traumatizou na infância. Assim, o filho da família entra em conflitos e fica à mercê de um ciclo vicioso.

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    Em “Baldomero (ou Babá, para os Íntimos, Inexistentes)” (Fósforo, 2022), de Leandro Rafael Perez, o personagem-título lida com problemas sobre quem almeja ser. Em um momento que nada parece certo — o sonho da faculdade vai por água abaixo e ser um bom amigo é impossível —, Baldomero procura no desejo o preenchimento: homens gays másculos que sejam nada mais além de objetos sexuais. É nessas fragilidades da personalidade que o autor expõe as problemáticas da misoginia e da apatia.

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    Em meio a uma crise da meia-idade, com a masculinidade afetada, após um divórcio e um namoro curto, o narrador do romance recebe uma carta do seu primeiro amor da universidade, Lívia. É no passado que ele procura se reconstruir e aprender com os erros para criar uma nova relação, ainda que na imaginação, em “Do Começo Ao Fim” (Companhia das Letras, 2022), de Marcelo Rubens Paiva.

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    Sete crônicas originais mais três inéditas escritas por Stefano Volp se encontram em “Homens Pretos (Não) Choram” (HarperCollins, 2022). O livro, que nasceu durante a pandemia, ficcionaliza diferentes construções do homem negro na ideia de sensibilizar o leitor sobre as violências que esses personagens da vida real sofrem, sendo a pior delas não ter liberdade para sentir as dores.

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    Aos 80 anos, Gustavo abandona a vida consolidada em direção a uma pequena cidade litorânea e, com ele, apenas a velhice o acompanha. Em “A Segunda Morte” (Companhia das Letras, 2023), o escritor Roberto Taddei relata, com sensibilidade e realismo, a consciência humana sobre todos os elementos ao redor da vida — e da morte — e como o homem se percebe diante da imensidão.