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ConversasRosane Svartman: "O melodrama vive um grande momento"
Autora em ascensão, com sucessos recentes da teledramaturgia nacional, como “Vai na Fé” e “Totalmente Demais”, fala sobre o futuro das novelas e da televisão brasileira
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Rosane Svartman: “O melodrama vive um grande momento”
Autora em ascensão, com sucessos recentes da teledramaturgia nacional, como “Vai na Fé” e “Totalmente Demais”, fala sobre o futuro das novelas e da televisão brasileira
Rosane Svartman, 54, é o momento. Criadora de grandes sucessos da faixa das 19h na TV Globo, como “Vai na Fé”, adorada pelo público e premiada na última semana pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) como a melhor novela de 2023, a autora conta que a receita para os êxitos da carreira é testar fronteiras, arriscar e escutar a intuição.
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Ela é também autora de “Totalmente Demais” (2015), escrita em parceria com Paulo Halm, obra que se tornou a segunda mais exportada da história pela emissora — ficando atrás apenas de “Avenida Brasil” (2012). Além da experiência na tevê, Svartman mantém um pé na academia. Fruto de sua tese de doutorado pela Universidade Federal Fluminense (UFF), a escritora e pesquisadora lançou “A Telenovela e o Futuro da Televisão Brasileira” (Cobogó, 2023), livro que aposta que o horizonte deve vislumbrar a convergência midiática por meio de novas telas e formatos diferentes, assim como um olhar atento para as redes sociais, como o TikTok, e a participação dos espectadores. “O futuro da telenovela está nas mãos do telespectador e o futuro da televisão brasileira está nas mãos da telenovela”, escreve na publicação.
Para Svartman, atualmente, a matriz melodramática anda muito forte, não só nas novelas, mas em todo o audiovisual, e cita a influência do melodrama em produções badaladas que utilizam ferramentas do folhetim, a exemplo de “This Is Us” (2016-2022) e “Game of Thrones” (2011-2019) que, segundo a autora, são novelas. “O melodrama está vivendo um grande momento hoje no mundo, seja nas séries, seja nas telenovelas”, diz.
Ela lembra ainda que um bom novelão pode ser a vacina contra a implicância e a discriminação. “Acho que essa ideia de que a novela vai acabar talvez seja carregada por um certo preconceito em relação a uma narrativa que tem matriz popular”, conta.
Na entrevista a seguir, Rosane Svartman fala a Gama a respeito do laço social que a telenovela e a TV aberta criam, o futuro desse produto tão amado pelos brasileiros, como ela se atualiza diante dos novos tempos, quais são as tramas que a marcaram e os autores e autoras que servem de inspiração.
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G |Em “A Telenovela e o Futuro da Televisão Brasileira”, você escreve: “O futuro da telenovela está nas mãos do telespectador e o futuro da televisão brasileira está nas mãos da telenovela”. Pode detalhar esse pensamento?
Rosane Svartman |A telenovela tem mais de 70 anos e, ao longo desse tempo, ela se transformou junto com a sociedade, até porque a novela faz um importante diálogo com a sociedade. E é assim que ela permanece relevante. A telenovela hoje tem audiências grandes no Brasil enquanto no resto do mundo as audiências estão cada vez mais fragmentadas e nichadas, e há vários motivos para isso. A história da televisão no Brasil não é a mesma história da TV em outras partes do mundo. Umberto Eco, por exemplo, escreve sobre a paleotelevisão, o início de uma tevê com uma visão social e filosófica ligada ao Estado. Aqui, em 1950, a primeira televisão brasileira, a TV Tupi, já começou com um modelo de negócio muito parecido com o de hoje, um modelo apoiado na publicidade. A gente tem uma história diferente, não só da ligação do telespectador com a matriz melodramática, como da própria história da tevê com o objetivo comercial de atrair o público desde o início e, para isso, dialogar com esse público. Temos que pensar na potência desse conteúdo que está aí há tantos anos. Mesmo que falem que a telenovela não atinge os índices de antes, existe uma convergência de mídias e telas. É preciso entender como a telenovela se comporta também no streaming e até nas redes sociais. Quando “Vai na Fé” estava no ar, a hashtag #VainaFé teve milhares de visualizações no TikTok. Para mim, portanto, essas pessoas assistiam à novela, porém, no TikTok, por trechos ou apenas por cenas de alguns personagens. De alguma forma aqueles usuários do TikTok foram impactados pela história. A professora Maria Immacolata [coordenadora do Centro de Estudos de Telenovela da Universidade de São Paulo (USP)] conta que às vezes as pessoas falam: “Eu via novela quando era criança, mas agora não vejo mais”. Bom, mesmo assim, isso já está na sua cultura. Eu olho para a telenovela e vejo a força desse conteúdo, e é por isso que a frase “o futuro da telenovela está nas mãos do telespectador e o futuro da televisão brasileira está nas mãos da telenovela” é tão potente. A novela é um conteúdo que cria um laço social com o Brasil. Essa ideia de laço social é do Dominique Wolton, um teórico francês que veio aqui e ficou perplexo. E isso só vai acontecer enquanto houver esse diálogo com o público.
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G |A primeira novela brasileira, “Sua Vida Me Pertence”, é de 1951. De lá para cá, vieram novos formatos, os tempos mudaram e o público se renova e pede por renovação e diversidade. De que forma você acompanha essas mudanças e se atualiza?
RS |Acompanho de várias formas. Recebo estatísticas, dados, números de mercado. Números esses que se tornam interessantes quando você se debruça sobre eles e tenta refletir junto com os teóricos que estão estudando o ethos do momento, a contemporaneidade. Adoro uma pesquisa, é interessante perceber como uma novela está se comportando. É super instigante acompanhar novelas no streaming, é muito legal perceber essa tendência. Há pouco, eu estava no Japão, voltei e vi toda a primeira semana de “Renascer”. Gosto de ver pelo menos a primeira semana das produções, de pensar, comparar. Fiquei comparando com a original, observei como o ritmo acelerou, como a direção conversa com o texto nessa “atualização”. Fiquei curiosa para ver como “Verdades Secretas 2” [2021], que teve 50 capítulos no streaming, se comportou, depois, como foi o movimento de “Todas as Flores” [2022-2023], também exibida primeiro no Globoplay. Mas quando estou escrevendo uma novela, num ritmo avassalador, é difícil parar e refletir sobre o que acontece. Ainda assim, acho interessante observar como funcionam as diferentes redes sociais em relação à telenovela. A reação a uma cena no Facebook não será a mesma reação daquela cena no Twitter. Também observo o que os críticos estão dizendo. A pesquisadora Eneida Nogueira dizia que o autor precisa sentir o que está latente na sociedade, não o que está acontecendo agora, mas o que vai acontecer. E eu acho que isso tem tudo a ver com a arte, que antevê movimentos. Os artistas, os criadores, quando se conectam com o público, têm esse faro. Essa intuição é a grande diferença de um criador, de um ser humano, para a inteligência artificial. A Glória Perez conta que a Janete Clair ia todo dia ao salão de beleza para poder circular, conversar. Era a forma dela de sentir o público, a audiência.
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G |E o seu salão de beleza, qual é? Seria o X [Twitter]? Já que é a rede social usada normalmente como uma segunda tela.
RS |Temos que tomar cuidado porque o Twitter não é o espelho da audiência da televisão e nem do Brasil. Ele é muito específico, mas, sim, é uma ferramenta que traz insights legais. Eu mesma já tive ideias, inspirações e reflexões importantíssimas que vieram de lá, mas o Twitter não é, de jeito nenhum, um espelho da sociedade. É uma armadilha pensar que ele ocupa essa posição, por vários motivos. Primeiro, porque a faixa de idade dos usuários do Twitter é de 18 a 30 anos, enquanto que a da telenovela é 35+. Outro motivo: no Twitter, você pode criar uma hashtag para 5 mil pessoas, mas a novela fala diariamente com 20 milhões de cidadãos. Além disso, essa hashtag pode reunir 5 mil pessoas do Sudeste, uma novela fala com o Brasil. Então, muita calma nessa hora.
Uma novela não fala para um grupo específico, para uma religião ou para um partido, a novela fala para a nação
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G |Nesse mais de meio século de telenovelas, quais são as obras que mais marcaram você? Tem algum autor ou alguma autora que a inspire?
RS |A Janete Clair é uma inspiração. Glória Perez, que foi minha professora, também. Não dá para esquecer, por exemplo, de Dias Gomes. Eu me lembro de assistir a “Roque Santeiro” [1985-1986] e vibrar. A primeira novela que, de fato, acompanhei foi “Estúpido Cupido” [1976], eu tinha uns seis, sete anos. Quando era pequenininha, via menos. Depois, durante a juventude, lembro de assistir às novelas das 19h, do [Carlos] Lombardi, como “Quatro por Quatro”, que me marcou bastante. “Vale Tudo” [1988-1989] é outra grande obra que falou muito ao seu tempo, e agora estou curiosa para ver o que a Manuela Dias, uma autora que admiro muitíssimo, vai fazer [ela é a responsável pela nova versão do clássico da tevê brasileira]. “Senhora do Destino” [2004-2005] é também uma grande novela. Outro autor é o Walcyr Carrasco, adoro observar a relação quente que ele mantém com o público, acho genial.
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G |É difícil escrever para um público de massa num país de dimensões continentais e polarizado como o Brasil? Como agradar uma audiência tão heterogênea?
RS |Outro dia, li uma entrevista com o [escritor] Yascha Mounk no jornal O Globo em que ele falava que a gente tem a percepção de um Brasil polarizado. Ele diz que, talvez, essa percepção, valorizada pelas redes sociais, venha de quem vocifera nas redes. Às vezes, temos uma percepção limitada das pessoas por meio das redes sociais, mas a grande maioria da população não se manifesta nesses meios. Então, em vez de pensar: “Nossa, como é que eu vou falar para um país polarizado?”, talvez eu deva pensar: “Preciso falar para a grande maioria do país”. “Vai na Fé” estreou em janeiro de 2023, e o que a gente podia oferecer para o Brasil depois de uma pandemia que matou muita gente e após uma eleição que dividiu famílias? Tínhamos que oferecer empatia, fé, diversidade, senso de justiça, de comunidade, sem abrir mão de falar de temas difíceis como intolerância, injustiça e preconceito. Essa foi a estratégia porque uma novela não fala para um grupo específico, para uma religião ou para um partido, a novela fala para a nação. Quando penso que preciso falar para a nação, eu me volto para o Dominique Wolton com a ideia de que a telenovela e a TV aberta criam um laço social. Tínhamos acabado de sair de uma pandemia com a percepção de polarização e de que as pessoas são horríveis. Mas será que as pessoas são uma coisa só? Apostei que não.
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G |A TV Globo sempre exportou novelas. Atualmente, ocorre também o inverso. Além das tramas mexicanas, muito famosas há décadas por aqui, temos trazido obras de países como Coreia do Sul e Turquia, ambas com um público fiel. A que se deve esse êxito?
RS |A matriz melodramática anda muito forte, não só nas novelas, mas em todo o audiovisual. Tem um autor, o [Jason] Mittell, do livro “Complex TV”, que analisa séries complexas da chamada nova era de ouro da TV, a partir de “Família Soprano” [1999-2007]. Ele fala da influência melodramática nessas séries de arco longo, que têm gancho e as ferramentas do folhetim. “This Is Us” [2016-2022] e “Game of Thrones” [2011-2019] são novelas. Isso porque elas têm um arco longo dos personagens, gancho, reiteração, enfim. Acho que o melodrama está vivendo um grande momento hoje no mundo, seja nas séries, seja nas telenovelas. E é interessante observar por que hoje o melodrama, com seus arquétipos e com a sua linguagem, anda fazendo tanto sucesso? Não sei, tenho que parar, ler, me debruçar no tema, estudar. Mas uma coisa é que, com certeza, o melodrama tem mais conversa com o espírito do nosso tempo.
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G |Em 2023, Hollywood passou por uma greve de roteiristas. No Brasil, assim como nos EUA, escritores de séries e filmes também sofrem com a desvalorização. Com novelistas, entretanto, parece haver um movimento de mais valorização. Enfim, há espaço e organização no país para, por exemplo, uma paralisação de roteiristas em prol de melhores condições trabalhistas?
RS |O que eu venho fazendo, por meio do meu livro, no debate, em tudo o que falo e escrevo, é justamente celebrar a autoria, os criadores. Em “Vai na Fé”, eu fiz uma homenagem ao João Emanuel Carneiro, ao Walcyr Carrasco e à Glória Perez, porque acho que eles são os três grandes [na cena, a personagem Wilma (Renata Sorrah), uma atriz veterana, é disputada pelo trio], são os nossos [Francis Ford] Coppola, [Steven] Spielberg e [Martin] Scorsese — mas a indústria norte-americana sabe celebrar suas estrelas. Olha os universos de personagens que os nossos três criaram, veja com quantas pessoas esses três, que ainda estão na ativa, já se comunicaram. Agora, as características do mercado norte-americano não são as mesmas do Brasil, apesar de termos dores similares, como as questões relacionadas a direitos autorais, visibilidade e citação dos créditos na mídia. No entanto, não temos um sindicato tão forte. Ao mesmo tempo, acredito que, no momento, temos um governo que tem como estratégia a regulamentação do VoD [Vídeo sob Demanda], com interlocutores interessados em fazer uma regulamentação que vislumbre os direitos autorais. Apesar da dificuldade e da luta, acho que a gente tem um canal de diálogo que nos Estados Unidos, nesse quesito de regulamentação governamental, não há. Isso me dá algum otimismo, mas também não acho que seja fácil ou que seja óbvio e que já está ganho.
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G |As novelas alcançam hoje a metade da audiência de 20 anos atrás, quando atingiam picos de 60 pontos no Ibope. Chegou a se falar na decadência do formato, mas a telenovela ainda é a galinha dos ovos de ouro e está sendo testada por gigantes do streaming como a HBO. O que dizer aos que já decretaram o fim da novela?
RS |É aquela frase do Mark Twain: “Os relatos da minha morte são muito exagerados” [risos]. Para mim, basta ver a trajetória, dar três passos para trás e olhar a história da televisão e da telenovela no Brasil. Falamos da circulação mundial das telenovelas e da entrada do melodrama nas séries, o que, na minha opinião, são sinais. É preciso analisar nosso tempo e as pistas que o passado e o presente nos dão. Também acho que a gente precisa levar em consideração o que conversamos anteriormente sobre a convergência de telas e mídias. Então, não podemos olhar para a telenovela apenas através de uma mídia. Por isso que citei o TikTok, mas eu citaria também o streaming e outras redes sociais. Recebi um balanço após o fim de “Vai na Fé” e tinham números absurdos, cerca de 149 milhões de pessoas viram pelo menos três capítulos. No quesito que mostrava a fidelidade do telespectador, por exemplo, que poderia ser de cinco minutos, a média era que as pessoas viam 72% de um capítulo, o que é muito. Mas, em vista de tudo isso, analisando a convergência de mídias e telas, a circulação do melodrama atualmente, a história da telenovela no Brasil, a potência das telenovelas nessas várias mídias e telas hoje, além do diálogo contínuo com o público, penso que ainda há uma longa vida pela frente. Acho que essa ideia de que a novela vai acabar talvez seja uma ideia carregada por um certo preconceito por uma narrativa que tem uma matriz popular.
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G |O que as novelas ainda não conseguiram fazer?
RS |Temos que observar e ver como vai acontecer o deslizamento das novelas para as plataformas digitais como primeira janela. Tivemos dois exemplos até o momento [“Todas as Flores” e “Verdades Secretas 2”], então, precisamos saber como é que vai funcionar. Como vai ser essa novela? Ela não vai ser diária, mas os capítulos serão liberados em blocos semanais? Como é que vai se dar a troca com o público? Será que a novela terá duas temporadas? A segunda temporada só será feita depois? Como é que serão as pesquisas? A pesquisa é um elemento muito importante para a novela. Acho que há várias perguntas ainda sem resposta. Ao mesmo tempo, quando você observa os mais assistidos no streaming no Brasil, as novelas sempre estão lá, sejam brasileiras ou estrangeiras. Para mim, o que falta a novela fazer é essa mudança. Como é uma novela não aberta? Como é uma novela fechada? No Brasil, a novela é aberta. As novelas turcas são fechadas, as portuguesas não são fechadas, mas são quase. Então, como se dará isso aqui? Como é que o público vai influenciar? Eu acho que está aí uma grande mudança.
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G |“Vai na Fé” agradou público e crítica, tendo ganhado alguns prêmios, como o de melhor novela de 2023 pela APCA. Qual é a receita do sucesso?
RS |A gente nunca sabe, é sempre um risco. Outro dia eu estava vendo as primeiras matérias sobre o processo de “Vai na Fé”, antes de a novela ir ao ar, e muita gente, de todos os lados, questionava o fato da Sol ser uma protagonista evangélica. Eu lembro que a assessora de imprensa falava: “Não responda, deixe a obra responder. Não olhe o Twitter, não responda” [risos]. “Vai na Fé” testou fronteiras em vários aspectos, em várias trilhas, e eu penso que uma coisa que nós, criadores, temos que fazer, é apostar. No caso, as apostas deram certo, mas podiam ter dado errado. Até a intuição do que você acha que vai ser interessante daqui a dois anos é importante. A novela estreou em janeiro de 2023, porém, comecei a escrevê-la no começo da pandemia. Mas é uma aposta que não é só minha, é uma aposta da empresa também de falar com o público, testar fronteiras e ter esse faro do que vai conversar bem.
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G |Falamos de renovação e diversidade, e “Vai na Fé” apostou nesses itens, com 70% do elenco composto por profissionais negros, além de atores e atrizes novatos. Ao conceber a trama, você já pensava num elenco com essas características?
RS |Sim, acho importante escrever os personagens sabendo como eles serão. Porque se a Sol (Sheron Menezzes), por exemplo, fosse branca, ela teria outras experiências. Por isso, acho melhor escrever os personagens já pensando em todas as suas características, pois elas mudam a trajetória e as experiências, principalmente num país como o Brasil, com vários problemas de intolerância. E nessa ideia de que a novela precisa dialogar com a sociedade, olhamos para a sociedade, que cada vez mais pede diversidade. Existe uma expectativa hoje, seja nas empresas, seja no audiovisual, de mais diversidade, equidade e representatividade. Então, é claro que a novela espelha isso. E além de aspectos éticos e morais meus, também há um interesse comercial na televisão. Basta assistir aos comerciais. Isso também me dá esperança porque é um caminho sem volta. Acho que é uma expectativa do público e, portanto, permanecerá.
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G |Você ainda não fez uma novela das 21h. Tem vontade, é diferente? Quais são os seus próximos projetos?
RS |É diferente fazer uma novela das 21h, sim, é uma obra com características próprias. Primeiro porque tem dez minutos a mais, então, só isso já é como se tivesse um capítulo extra por semana. Além disso, gosto muito da novela das 19h. Muito. Eu me sinto confortável nessa faixa de horário porque você pode ser boba, então, me divirto fazendo. A novela das 19h dá a oportunidade de abordar temas sérios, como tratamento paliativo, racismo, intolerância, injustiça, estupro, tratados em “Vai na Fé”, mas também há espaço para maluquices como o sagrado masculino [uma jornada sobre masculinidade tóxica que apareceu na trama] ou o “Fumaça Macabra” [um filme de terror gravado ao longo dos capítulos, com os personagens]. E eu me sinto muito confortável nessa posição. Claro que a empresa pode precisar de mim às 21h, porém, penso em fazer mais uma novela das 19h. Estou começando a pensar na história. Sempre penso em bobagens, às vezes o riso é tão revolucionário, né? Rir de uma bobagem dá um alívio.
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