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Dicas da equipe Gama que evocam a um sentimento tão comum a todos nós: a saudade
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Bloco de notas
Dicas da equipe Gama que evocam a um sentimento tão comum a todos nós: a saudade
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©Reprodução
Sentimento que bate forte, não raro a saudade move a arte — e o resultado muitas vezes são obras que despertam a identificação do público. É o caso desta instalação do ARTISTA PARANAENSE ROGERIO GHOMES, exposta durante a 14ª Bienal de Curitiba, no ano passado.
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“Vai ser muito rico o cara que inventar remédio pra matar a saudade”
Millôr Fernandes em “A Bíblia do Caos”(L&PM, 1984)
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A história de que “saudade” é uma palavra intraduzível pode ser lenda, mas fato é que os falantes da língua portuguesa conhecem bem essa sensação de falta e suas múltiplas definições. Essa ideia dá o mote do DOCUMENTÁRIO “SAUDADE”, do diretor paraibano Paulo Caldas, que constrói um retrato do sentimento por meio de 52 depoimentos de brasileiros, portugueses e angolanos sobre o tema. Entre eles, Adriana Falcão, Milton Hatoum e GRADA KILOMBA dão suas contribuições.
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Está comprovado: ter contato com outras pessoas é tão importante para os mamíferos quanto um banho de sol. É por isso que o distanciamento social tem provocado efeitos físicos e psicológicos dos mais diversos. É o que os neurocientistas chamam de FOME DE PELE.
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“Amor, tenho um mundo de saudades e de ternura. Apenas creio que me encontrarás inteiramente brocha, pois já perdi o hábito. Abraça toda a gente, beija minha mãe e meu pai e João, abraça os meninos.” É assim que termina uma CARTA DE 1948 ENVIADA POR JORGE AMADO A ZÉLIA GATTAI, sua companheira, durante o exílio europeu do escritor. A carta está disponíve para leitura no site do Instituto Moreira Salles.
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Abrir um livro e topar com uma dedicatória é, de alguma maneira, reviver um momento do passado — mesmo que de outra pessoa, no caso de um livro usado. O EU TE DEDICO é uma conta de Instagram que reune imagens das primeiras páginas de livros. Na mesma onda, o EU TE DEDISCO traz uma seleção das mensagens que antes eram escritas nas capas dos discos de vinil.
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O trauma do exílio é descrito pelo cineasta e romancista franco-afegão Atiq Rahimi em A BALADA DO CÁLAMO (Estação Liberdade, 2018). No livro ele passa pela Cabul de sua infância, onde aprendeu a grafar o alfabeto persa e vivenciou a prisão e a tortura de seu pai, a primeira fuga para a Índia e, por fim, a França, onde recebeu asilo cultural, em 1984. Ao Nexo Jornal, o autor indica ainda cinco obras que falam sobre a experiência de AFASTAMENTO DA TERRA NATAL.
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Do samba ao rock, do rock a MPB, da MPB a qualquer outro gênero da música brasileira, a palavra “saudade” reina no nosso cancioneiro. Dê o play nesta lista organizada por Gama e pode começar o BAILE DA SAUDADE (sem sair de casa).
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O cenho franzido, as lágrimas no canto dos olhos, a carta nas mãos são as pistas certeiras para o nome desta pintura do brasileiro ALMEIDA JUNIOR: “Saudade”. A obra faz parte do acervo da PINACOTECA do Estado de S. Paulo e data de 1899.
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BANZO é uma palavra brasileira com origem nas línguas bantas da África que representa, segundo o dicionário Houaiss, “a nostalgia profunda que acometia negros escravizados no Brasil”. O termo, muitas vezes banalizado como mera “saudade da África”, na verdade significa muito mais que isso: carrega as marcas profundas de uma história de desterramento, violência e dor provocados pela escravidão. Não à toa, esse sentimento tem sido combustível para a produção de artistas e escritores negros, caso do poema “TRISTEZA DO INFINITO” (1900), de Cruz e Sousa e da obra “BANZO OU ANATOMIA DE UM HOMEM SÓ” (2014), de Sidney Amaral.