Há apenas 50 anos, a ditadura militar promovia abertamente a INVASÃO PREDATÓRIA DA AMAZÔNIA. Reportagem perturbadora da revista Quatro Cinco Um mostra como a derrubada da floresta era glorificada pela imprensa nas décadas de 1970 e 1980, com imagens de tratores, fábricas e guindastes acompanhadas de frases como “aqui venceremos a floresta”, “a luta contra a selva” e “rasgamos o inferno verde”.

O café já foi um dos principais vetores do desmatamento na Amazônia. Hoje, novas técnicas de cultivo e manejo estão invertendo essa realidade, gerando renda para pequenos produtores e contribuindo para conter a derrubada da floresta. O principal expoente do movimento é o CAFÉ APUÍ, produzido por famílias do sul do Amazonas desde 2012 por meio de sistema agroflorestal – a iniciativa já contribuiu para reflorestar 45 hectares de área. Pode-se comprar pelo site.

Em nossa última edição sobre a Amazônia, compartilhamos registros de fotógrafos em meio à pandemia e a escalada de devastação das florestas, conversamos sobre a nossa falta de compreensão sobre a floresta com o arqueólogo Eduardo Góes Neves e mostramos um pouco das batalhas de cinco lideranças indígenas. Mais recentemente, também falamos sobre as “missões” evangélicas que tentam entrar em COMUNIDADES INDÍGENAS ISOLADAS.

O QUE OS BANCOS ESTÃO FAZENDO PELA AMAZÔNIA? Em julho do ano passado, Bradesco, Itaú e Santander anunciaram um plano conjunto para apoiar o desenvolvimento sustentável da Amazônia e tentar coibir os principais problemas da região, como desmatamento na cadeia da pecuária e regularização fundiária. Um ano depois, a coisa até andou, mas a passos bem lentos.

Mais novo livro do fotógrafo SEBASTIÃO SALGADO, “Amazônia” (lançado pela editora alemã Taschen, ainda sem texto em português) traz 500 páginas de imagens feitas por ele ao longo de seis anos visitando a região. De uma tempestade espetacular sobre as árvores a retratos dos que vivem na remota Terra Indígena Zo’é, trata-se de um mergulho íntimo e inesquecível na floresta. As fotos figuraram exposição em Paris que deve chegar ao Brasil no começo de 2022.

João Moreira Salles, documentarista, produtor de cinema brasileiro e fundador da revista Piauí, em “Arrebalde”. Resultado de dois anos de pesquisa e dividida em seis partes, a série de reportagens narra a história de como a maior floresta tropical do planeta vem sendo percebida por aqueles que se relacionam com ela desde o século 16 até os dias de hoje.

Como a PANDEMIA IMPACTOU A AMAZÔNIA? No podcast Terra Arrasada, quem responde são os moradores da região: em cinco episódios, indígenas, quilombolas e ribeirinhos relatam a destruição sistemática da floresta e explicam como isso se relaciona aos impactos devastadores da Covid-19 por ali. Projeto do Le Monde Diplomatique Brasil, é produzido pelo jornalista e antropólogo Fábio Zuker e pela Trovão Mídia.

É imensa a DIVERSIDADE DA FLORA AMAZÔNICA: já foram catalogadas 14.003 espécies diferentes de plantas no bioma. Gráfico do Nexo Jornal mostra de que tipo elas são e sua distribuição pela América do Sul.

Em “A Febre” (2020), a diretora brasileira Maya Da-Rin traz um novo olhar para o conflito entre os povos originários e o mundo dos brancos, além do contexto urbano industrial versus o mundo natural. O longa conta a história de Justino, homem indígena que trabalha como vigia em um porto de cargas e vive na PERIFERIA DE MANAUS que é acometido por uma estranha febre enquanto a filha se prepara para estudar medicina em Brasília. Disponível na Netflix.

“HISTÓRIA DA AMAZÔNIA: do período pré-colombiano aos desafios do século 21” (Record, 2020) é uma versão revisada e ampliada do trabalho do sociólogo, historiador e crítico literário Márcio Souza. O amazonense iniciou a empreitada de escrever nos anos 1990, quando foi convidado a lecionar na Universidade da Califórnia, nos EUA, e viu que não havia um único livro que condensasse a história da região. O autor se propõe então a destrinchar esse rico e turbulento passado e dar vida a personagens marcantes que ficaram no anonimato.