Filmes que se passam no verão
Dez longas ensolarados sobre amor, família e mudanças climáticas
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“Las Insoladas” (2014), de Gustavo Taretto, se passa inteiramente em um único ambiente: o terraço de um prédio em Buenos Aires nos anos 1990, às vésperas do Ano Novo. O filme teve origem em 2002 com um curta-metragem de mesmo nome e do mesmo diretor. O título surge a partir de uma reflexão de Taretto sobre as trabalhadoras que não podem sair de férias e aproveitar a vida durante o verão, a classe média sem o glamour. No longa-metragem são seis amigas — que lembram bonecas Barbie —, colegas da aula de salsa, que conversam sobre seus sonhos, homens, beleza e planejam conhecer Cuba na próxima virada.
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A adaptação do romance homônimo escrito por André Aciman, “Me Chame Pelo Seu Nome” (2017), dirigido por Luca Guadagnino, traz uma relação LGBTQIA+. Durante o verão de 1983, uma família de intelectuais passa as férias em uma vila isolada na Itália, onde recebe um estudante universitário estadunidense, Oliver (Elio Perlman), para desenvolver uma pesquisa. Elio (Timothée Chalamet), filho dos professores, terá de descobrir os sentimentos que nutre por Oliver.
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Intenso e surpreendente, “Meu Primeiro Verão” (2020), de Katie Found, é um filme sáfico australiano. Claudia (Markella Kavenagh) cresceu isolada do mundo exterior em uma propriedade distante após a traumática morte de sua mãe. Aos 16 anos, no jardim de casa, ela conhece Grace (Maiah Stewardson), uma adolescente local. Juntas vão descobrir amor, intimidade, sexualidade e a importância da amizade. Recursos como o silêncio e a lentidão em algumas cenas são espertamente utilizadas para causar tensão, é fácil se pegar segurando a respiração junto das personagens.
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Um assassino em série mata mulheres durante o verão de 1977 — um dos anos mais quentes até então —, usando uma arma de calibre 44. Para causar pânico, o serial killer escreve cartas para o The New York Times detalhando os crimes cometidos e se autodenominando de “Filho de Sam”. “O Verão de Sam” (1999), de Spike Lee, traz sua comédia do absurdo para tratar dos problemas da sociedade da época.
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“Meu Primeiro Amor” (1991), de Howard Zieff, é um dos clássicos da “Sessão da Tarde” que conta a história de Vada Sultenfuss (Anna Chlumsky), uma garota de 11 anos obcecada pela morte, apaixonada pelo professor de inglês e melhor amiga de Thomas J. Sennett (Macaulay Culkin), uma criança alérgica a tudo. Durante o verão, ela se apaixona de forma singela pelo melhor amigo. O roteiro leva o filme para lugares incomuns, considerando que os personagens principais são crianças, refletindo sobre a vida e a morte.
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Dani (Florence Pugh), seu namorado Christian (Jack Reynor) e um grupo de amigos viajam para participar de um festival de verão na Suécia após vivenciarem uma tragédia. As esperadas férias tranquilas dão lugar a rituais bizarros. O filme de terror “Midsommar” (2019), de Ari Aster, permeia temas como liberdade e solidão em um verão traumático.
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Em “O Mundo Depois de Nós” (2023), de Sam Esmail, uma catástrofe sem explicação atrapalha os dias de folga de Amanda (Julia Roberts), Clay (Ethan Hawke) e seus filhos numa mansão de luxo longe da cidade grande. A notícia veio com a visita inesperada de G.H. Scott (Mahershala Ali) e sua filha Ruth (Myha’la) contando sobre um blecaute em Manhattan. Em seguida o grupo lida com um mundo sem internet, um navio tanque encalhado na praia e outros acontecimentos assustadores que refletem os dilemas do mundo contemporâneo.
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No verão de 1987/88, milhares de latas com maconha de alta qualidade foram encontradas na extensão litoral do Rio de Janeiro e São Paulo, uma situação que impactou profundamente a sociedade na época. O documentário “Verão de Lata” (2014), dirigido por Tocha Alves e Haná Vaisman, traz mais detalhes da investigação que conclui que o produto vinha de um navio que tinha como destino os Estados Unidos.
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A comédia dramática de origem alemã “Afire” (2023), de Christian Petzold, narra o reencontro de quatro jovens amigos em uma casa de férias no Mar Báltico em dias quentes. Conforme a trama evolui, sentimentos como felicidade, luxúria e amor, ciúmes, ressentimentos e tensões crescem, assim como as chamas na floresta que os cercam aumentam. O incêndio força o grupo a se aproximar cada vez mais.
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Uma reflexão sobre a relação de pai e filha na visão de Sophie (Frankie Corio) a partir das memórias marcantes das férias de verão com o pai, Calum (Paul Mescal), há 20 anos. “Aftersun” (2022), de Charlotte Wells, rendeu indicação ao Oscar na categoria de “Melhor Ator” para Paul Mescal em uma narrativa ultrassensível. Parte do que assistimos são cenas gravadas em uma câmera analógica que faz parte da intencionalidade do personagem de Mescal: ele grava a viagem para que a filha possa assistir e se lembrar no futuro — o que de fato acontece.
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