Como mudar de emprego? 5 dicas para mudar de área — Gama Revista
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Isabela Durão

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5 dicas

Como mudar de emprego?

Especialistas dão os primeiros passos para quem deseja se movimentar na carreira

Dolores Orosco 10 de Dezembro de 2023

Como mudar de emprego?

Dolores Orosco 10 de Dezembro de 2023
Isabela Durão

Especialistas dão os primeiros passos para quem deseja se movimentar na carreira

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    Esteja seguro dos motivos pelos quais quer trocar de trabalho –
    Antes de sair procurando um novo emprego, faça uma autoavaliação: quais de seus valores são inegociáveis e que atualmente estão batendo de frente com a cultura da empresa? Essa reflexão é o primeiro passo para mandar seu currículo aos lugares certos sem correr o risco de reencontrar velhos problemas ao decidir onde gostaria de trabalhar. “Em algumas corporações somos tão abduzidos pela superprodutividade, que mal temos tempo para nossa vida pessoal. Se essa for a razão que está gerando desgaste, não vai adiantar começar uma nova história profissional ali”, explica o psicólogo Rossandro Klinjey, autor do livro “As Quatro Estações Da Alma: Da Angústia à Esperança” (Papirus 7 Mares; 160 págs.; R$ 59,90).

    Também é importante se perguntar por que a proximidade da segunda-feira tem se tornado cada vez mais angustiante — por mais que seu emprego seja estável ou pague um bom salário. “Pode ser que aquele cargo não traga mais desafios ou que a entrega tenha perdido o propósito dentro do que você planeja para sua carreira a longo prazo”, explica Klinjey. “Nesse caso, é preciso agir com calma, porque há muita coisa em jogo. Vale procurar um trabalho onde seja possível desenvolver mais habilidades ou que permita usar seus conhecimentos de maneiras mais diversas.”

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    Construa um currículo orgânico, que esteja sempre em movimento –
    Segundo Karina Lopes, head de Comunicação do LinkedIn para América Latina, atualmente existe uma tendência de busca por profissionais que equilibram suas hard skills – as habilidades técnicas – e as soft skills, que são as características da personalidade, sociais e emocionais que um profissional pode naturalmente ter ou adquirir ao longo da carreira. “É imprescindível deixar claro quais são suas melhores competências nas duas. Adicionar pelo menos cinco capacidades pode gerar até 17 vezes mais visualizações de perfil”, aconselha Karuna.
    Mas cuidado para não cair no lugar-comum ao falar de traços de sua persona profissional. Procure alimentar seu currículo nas plataformas digitais com boas histórias de trabalhos desenvolvidos com colegas, compartilhe os conhecimentos que adquiriu em projetos. “Fazer isso é mais eficiente do que se descrever como alguém que tem ‘espírito de equipe’ ou que ‘está em constante evolução’”, diz Klinjey. “Os recrutadores são especialistas em identificar soft skills vazios. Exemplificar habilidades com exemplos práticos regularmente no LinkedIn cria uma linearidade e conta uma história interessante sobre você.”
    Para quem usa outras redes, como o Instagram ou o Facebook, como vitrine profissional, relevância é a palavra de ordem, como explica a consultora de carreira Marcia Oliveira. “Compartilhe conhecimento. Não adianta postar uma foto dizendo que você esteve em um congresso ou concluiu algum curso”, indica. “Cite algo que aprendeu ali, as trocas que teve ou algo que seja útil para quem te acompanha. Senão vai ser apenas um post pretensioso.”

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    Evite o network vazio. Dê preferência aos colegas de sua confiança –
    Ativar sua rede de contatos no mercado é importante, mas sair marcando cafés com profissionais com quem se tem pouco contato pode ser perda de tempo. “Dê preferência aos colegas de sua confiança, que possam falar de você de maneira mais assertiva em uma indicação profissional”, diz Klinjey. “Procurar alguém com quem se tem pouco contato com o único interesse de trabalhar na empresa em que aquela pessoa está ou é chefe não pega bem. Nesse caso, o ganho maior é a troca de informações”, completa. Existem maneiras mais eficientes de construir relações profissionais do zero. Uma delas é a interação no LinkedIn. “Seguir, curtir, comentar e compartilhar conteúdos relevantes ajuda. Promover enquetes e discussões também movimenta sua rede e dá mais abertura para conhecer novas pessoas”, afirma a head da plataforma.
    Usar a ferramenta “Open To Work” do LinkedIn também pode abrir portas. Segundo Karuana, essa função da plataforma ainda é pouco aproveitada, apesar do poder de impacto. “Ela deixa visível para toda a rede de contatos e recrutadores que o profissional está aberto a oportunidades de emprego”, explica.

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    Identifique como as capacidades que já possui podem ser aplicadas em outras áreas –
    Se para além de mudar de empresa seu desejo é fazer uma transição de carreira, o pontapé inicial nessa empreitada é pensar em como as capacidades que já possui podem ser aplicadas em outras áreas. “Costumo comparar essas situações com uma viagem: não posso chegar a um lugar novo com a mala extraviada”, diz Klinjey.
    O psicólogo diz que fazer cursos em áreas-chave como tecnologia e inteligência artificial pode ser uma boa maneira de abrir portas. “Um advogado que sabe muito bem usar os inputs necessários em ferramentas como o ChatGPT, torna-se um profissional mais atraente para o mercado do que aquele que tem as habilidades puras e simples da profissão.”

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    Negocie detalhes da contratação logo no início do novo trabalho –
    Em tempos onde se torna cada vez mais raro encontrar vagas CLT, com direitos trabalhistas garantidos e pré-determinados, é importante deixar claro com o contratante prioridades das quais você não abre mão. “Negocie o número de horas trabalhadas pelos dias que durarão o projeto para o qual você foi contratado. Se você precisa sair todos os dias em determinado horário para buscar seu filho na escola, mostre o quanto isso é essencial para você”, aconselha Klinjey. “O que não dá é aceitar todas as regras postas à mesa e depois tentar revertê-las.”