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Um top 10 da equipe Gama com reflexões sobre o limite: do corpo, da mente e da vida
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Bloco de notas
Um top 10 da equipe Gama com reflexões sobre o limite: do corpo, da mente e da vida
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E há limites para as investidas do ser humano? O francês Philippe Petit tinha como hobby atravessar longas distâncias em cabos esticados a grande alturas – como quando ATRAVESSOU AS TORRES GÊMEAS, em 1974. O feito aparece no documentário “O Equilibrista” (2008), que conta sua trajetória. Há um momento do filme em que um jornalista pergunta “Por que você faz isso?”. E a resposta: “THERE’S NO WHY“, ou não tem por que. O documentário logo se tornou um clássico e deu origem a uma ficção, “A Travessia” (2015) — bem menos interessante, é verdade.
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Falar de Covid-19 é dissertar sobre os novos limites com os quais estamos tendo de lidar. Mas a pandemia “não é um raio em céu azul” – ela só tensiona e traz à tona situações-limite que o Brasil e o mundo já enfrentavam, afirma o economista e professor da USP RICARDO ABRAMOVAY. Em conversa com o jornalista Bruno Torturra, ele diz que a desigualdade social, o déficit do sistema público de saúde, a precariedade das democracias e a falência do modelo de consumismo desenfreado, por exemplo, já estavam dadas – assim como o perigo da hipervigilância.
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“A busca por experiências que nos libertem dos limites da percepção e do pensamento cotidianos é um elemento permanente da nossa humanidade”
Trecho do livro “COMO MUDAR A SUA MENTE“, do escritor, ativista das substâncias psicodélicas e ícone da gastronomia Michael Pollan. A obra joga luz sobre como o LSD, ou a psilocibina, presente nos cogumelos alucinógenos, podem não só ajudar no tratamento de depressão e da ansiedade como nos fazer repensar os limites da consciência, da morte, dos vícios modernos e a própria noção de transcendência.
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Uma compilação de várias cenas de filmes do diretor WES ANDERSON prova que o distanciamento social é algo que ele sempre praticou na sua produção. Os personagens estão sempre tão longe e ao mesmo tempo tão perto uns dos outros. Seu estilo, marcado pela atenção com a simetria, faz da distância entre os personagens característica estética e emblemática de sua produção. Em tempos de quarentena, O DIRETOR INDICA FILMES para assistir – ao que tudo indica, ele prefere os clássicos.
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Até onde pode ir um escritor, ao desafiar os limites entre realidade e ficção, para produzir literatura? Apropriar-se da vida alheia para transformá-la em romance (a chamada autoficção) tem suscitado debates éticos e embates jurídicos. Na França, a autora mais famosa do gênero, CHRISTINE ANGOT, foi acusada de expor a intimidade de uma família com uma suas obras; acabou condenada a pagar 40 mil euros de multa por “atentado à vida privada”. No Brasil, o caso mais emblemático leva o nome de RICARDO LÍSIAS. Há BOATOS de que teria narrado o conteúdo do diário da esposa como parte do livro “Divórcio”. A cada romance ele testa os limites. Seria O PAPEL DA LITERATURA? Ou há limites para a provocação dos limites?
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©Reprodução
Muito antes de o Covid-19 trancar artistas em casa mundo afora, o isolamento social e o confinamento já ditavam a rotina e a obra do diretor iraniano Jafar Panahi – antecipando o debate sobre os limites do espaço físico e da liberdade artística para produzir arte em tempos de exceção. Em PRISÃO DOMICILIAR desde 2010 por questões políticas, Pahani produziu, em 2012, “ISTO NÃO É UM FILME“, que se passa todo dentro de seu apartamento em Teerã. Metalinguagem e metacinema foram a sacada do diretor para questionar os limites impostos pelo regime dos aiatolás.
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O que existe quando se chega no limite entre a vida e a morte? O neurocirurgião norte-americano Eben Alexander nunca foi entusiasta da ideia de haver vida após a morte, até que vivesse uma “experiência de quase morte” (EQM) ele mesmo. Em ENTREVISTA para o Fantástico, o médico contou sobre como a rara meningite contraída o levou ao coma profundo. Depois de sete dias, ele despertou – com lembranças do que viu e sentiu enquanto estava inconsciente. A experiência foi tão transformadora que ele lançou um LIVRO, em que relata as descobertas sobre o limiar entre vida e morte.
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©Reprodução
A série “OLHOS QUE CONDENAM” (2019), de Ava DuVernay, relata o caso de cinco garotos acusados de estuprar uma mulher no Central Park, em Nova York, no final da década de 80. Foram condenados por um crime que não cometeram e passaram de seis a 13 anos presos. Nas entrelinhas do caso, a discriminação racial que limitou o exercício pleno da justiça. Foi só após a REABERTURA do caso, em 2002, que o erro foi, em parte, reparado: eles conquistaram uma indenização de até US$ 41 MILHÕES.
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©Reprodução
Há limite para o uso do corpo na arte? Na concepção da artista ORLAN, a resposta é não. A francesa utiliza seu trabalho para QUESTIONAR O CORPO PADRÃO imposto às mulheres – e o faz levando seu próprio ao limite extremo. Entre 1990 e 1993, ela realizou uma série de cirurgias plásticas como performances. A série foi denominada A REENCARNAÇÃO DE SANTA ORLAN, e contou com modificações inspiradas por ícones femininos históricos, como Diana, Vênus e Mona Lisa.
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Agatha, Juan, Maria Eduarda e agora João Pedro — mais uma criança assassinada por “balas perdidas que só encontram corpos negros”, como definiu a filósofa DJAMILA RIBEIRO. A recente MORTE do menino de 14 anos causou comoção entre artistas como SHERON MENEZZES e DANIELA MERCURY. Várias personalidades negras se reuniram em um vídeo publicado no Instagram para, mais uma vez, questionar: qual o limite do genocídio contra a vida de crianças e jovens negros da periferia?