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Podcast da semanaLuiza Villaméa: "A Torre foi o espaço prisional que mais abrigou presas políticas do Brasil"
Autora de livro sobre cárcere no centro de São Paulo que abrigou mulheres entre 1969 e 1973, entre elas a ex-presidente Dilma Roussef, ouviu mais de cem pessoas para desenhar o cotidiano com regras próprias que se criou dentro do espaço
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Luiza Villaméa: “A Torre foi o espaço prisional que mais abrigou presas políticas do Brasil”
Autora de livro sobre cárcere no centro de São Paulo que abrigou mulheres entre 1969 e 1973, entre elas a ex-presidente Dilma Roussef, ouviu mais de cem pessoas para desenhar o cotidiano com regras próprias que se criou dentro do espaço
Entre 1969 e 1973, uma construção centenária conhecida como “a torre das donzelas” abrigou pelo menos 132 presas políticas da ditadura militar brasileira. A construção ficava no centro de São Paulo e, para lá, eram encaminhadas mulheres consideradas subversivas que em sua maioria tinham sobrevivido a terríveis torturas. Com idade entre 18 e 55 anos e vindas das mais diversas origens, de operárias a esposas de industriais, essas mulheres construíram uma comunidade com regras próprias que foram se desenhando ao longo dos meses.
Após uma extensa pesquisa documental e entrevistas a mais de cem fontes, a jornalista e escritora Luiza Villaméa contou a história do dia a dia desse cárcere, apresentando as personagens que ali passaram em seu livro “A Torre — O cotidiano de mulheres encarceradas pela ditadura” (Companhia das Letras, 2023). “A Torre foi o espaço prisional que mais abrigou presas políticas do Brasil”, diz Villaméa em entrevista ao Podcast da Semana, da edição sobre 60 anos do Golpe Militar.
![](https://gama-uploads.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/2024/03/s-golpe-podcast-capa.jpg)
Companhia das Letras
Entre as encarceradas da Torre, estava a ex-presidente Dilma Rousseff, então estudante de economia. De acordo com o livro, Rousseff foi responsável por muitos apelidos das detentas, algumas usam os apelidos até hoje, inclusive em seus emails.
Além de estudantes, havia professoras e muitas intelectuais no cárcere, algo que, segundo Villaméa, espelhava um pouco o que era a militância da época. “Não podia pensar muito que você era preso. Se pensasse e ajudasse alguém, você estaria lascado”, conta.
![](https://gama-uploads.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/2024/03/s-golpe-podcast-dentro.jpg)
Divulgação
Nesta edição do Podcast da Semana, a autora conta algumas das histórias das presas e fala sobre como foi entrevistar (e reentrevistar) mais de cem pessoas que ajudaram a montar o quebra-cabeças que forma “A Torre”. “Em algumas dessas entrevistas, houve momentos que foram de silêncio profundo”, afirma no Podcast da Semana.
Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima
No link abaixo e também no Deezer, no Spotify, no Apple Podcaste no Google Podcast, você escuta este episódio.
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