A cineasta Gabriela Amaral Almeida fala sobre terror e ansiedade — Gama Revista
Quem tem medo de filme de terror?
Icone para abrir

3

Podcast da semana

Gabriela Amaral Almeida: "O terror é um gênero que se alimenta da ansiedade"

Expoente do horror social, diretora e roteirista se prepara para filmar tensão entre pai e filha com Murílo Benício. “A fragilidade da família pode ser explorada com a alegoria do horror muito bem”

Isabelle Moreira Lima 27 de Agosto de 2023

Gabriela Amaral Almeida: “O terror é um gênero que se alimenta da ansiedade”

Isabelle Moreira Lima 27 de Agosto de 2023
Arquivo pessoal

Expoente do horror social, diretora e roteirista se prepara para filmar tensão entre pai e filha com Murílo Benício. “A fragilidade da família pode ser explorada com a alegoria do horror muito bem”

O terror é um gênero que floresce quando há crises, que “se alimenta da ansiedade”. E, neste momento, com tantas turbulências políticas, sociais e ambientais especialmente, o mundo oferece um prato cheio para este tipo de produção. Este é um dos motores que nos fazem testemunhar uma nova era de ouro para os filmes de medo, segundo a avaliação da Gabriela Amaral Almeida, diretora de filmes de terror brasileira que é a entrevistada desta edição do Podcast da Semana.

Expoente de uma vertente que ficou conhecida como “horror social”, Almeida encontra o terror nas tensões cotidianas, como mostrou em filmes com “Animal Cordial” (2017) e “A Sombra do Pai” (2018). Agora, ela se prepara para filmar “Cão de Guarda”, que tem Murilo Benício no papel principal de um pai que perde a capacidade de sentir emoções em um acidente de trabalho brutal e parte em uma viagem de moto de São Paulo ao Rio Grande do Sul para entregar sua filha à ex-mulher. “Essa fragilidade da família brasileira pode ser explorada com uma alegoria do horror muito bem”, afirma a Gama.

A roteirista e diretora estudou cinema na Universidade Federal da Bahia e Roteiro na Escola Internacional de Cinema e TV de Cuba, além de ter pesquisado a fundo a obra de Stephen King no mestrado, um autor que, segundo ela, “tira o gótico dos castelos para inserir na classe média norte-americana”. “O horror de Stephen King vem como uma metáfora da corrupção da família americana. Eu li e estudei por tanto tempo que vejo a família brasileira também como uma unidade frágil às mudanças políticas, econômicas”, afirma.

Nesta edição do podcast ela fala sobre os subgêneros do terror, sobre o que realmente dá medo nesses filmes, e sobre como tem ainda preconceito contra o gênero, apesar do sucesso de crítica, e principalmente contra as mulheres que querem fazer terror.

Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

No link abaixo e também no Deezer, Spotify, Apple Podcast, Google Podcast você escuta este episódio.