Tudo por amor
Uma lista de loucuras cometidas por celebridades para enaltecer a pessoa amada
Se relacionamentos são uma eterna conversa, as datas comemorativas tornam-se decisivas quando trazem à tona os diferentes idiomas em que ela se dá: por gestos de cuidado, pelo toque físico, elogios rasgados, presentes ou homenagens.
Desde a construção do Taj Mahal, o maior monumento do amor, feito pelo imperador indiano Shah-Jahan, são muitos os jeitos que os apaixonados encontram de manifestar afeto publicamente. Como todo mausoléu, a construção carrega uma tristeza: foi feito para homenagear Mumtaz Mahal, uma das esposas do imperador indiano, que morreu depois de dar à luz o filho. Mas é um bom exemplo de até onde uma história de amor pode chegar: em uma das sete maravilhas do mundo moderno.
Para inspirar os amantes adeptos de gestos públicos de afeto (e que tenham parceiros que se identifiquem com esse tipo de amor), Gama preparou uma lista de loucos caminhos encontrados por apaixonados durante a história em busca do tributo perfeito à pessoa amada.
Anunciar na imprensa
Dois são os exemplos de loucuras de amor com um empurrão da mídia. Em 2005, o ator Tom Cruise resolveu se declarar publicamente para a atriz então sua namorada Katie Holmes no programa de Oprah Winfrey. Ele dava uma entrevista à apresentadora quando decidiu demonstrar seu amor em rede nacional: saltou do sofá do programa, disse que estava mudado, apaixonado e rasgou elogios à atriz, em um episódio histórico da televisão americana. Até mesmo Oprah declarou nunca tê-lo visto daquela maneira. Eles se casaram no ano seguinte. Hoje, são separados.
Em 2002, o ator Ben Affleck tentou galantear a cantora Jennifer Lopez comprando uma página inteira de anúncios na revista The Hollywood Reporter. À época, ela havia sido indicada a uma premiação da ShoWest, entidade da indústria cinematográfica americana. Comprar anúncios parabenizando os artistas nomeados era um costume profissional da época, mas o texto de Affleck chamou atenção pela quantidade de elogios. Ele usou o espaço para listar as coisas de que mais gostava na cantora: caráter, beleza, competência e todos os atributos costumeiramente identificados pelos apaixonados. À época casada com Chris Judd, Lopez começou a se relacionar com Affleck um ano depois. Chegaram a noivar, mas romperam antes de realizar o casamento, em 2004.
Fazer megalomanias ostensivas
Em 2011, quando Justin Bieber ainda era um adolescente e usava a franjinha com a qual ficou conhecido no início da carreira, fez uma das demonstrações de afeto mais megalomaníacas dos últimos anos. Levou a então namorada Selena Gomez para uma exibição privativa do filme “Titanic” no estádio Staples Center, em Los Angeles. Segundo o portal de notícias TMZ, o cantor decidiu fechar o estádio depois de se inspirar em uma cena parecida no filme “A Herança de Mr. Deeds”, quando o personagem de Adam Sandler surpreende a namorada interpretada pela atriz Winona Ryder em encontro no Madison Square Garden.
Em 2013, o rapper Kanye West fechou o estádio de beisebol AT&T Park, em São Francisco, para pedir em casamento a socialite Kim Kardashian. Durante a comemoração de aniversário de Kim, o telão do estádio, que é a casa do time San Francisco Giants, exibiu a mensagem “Casa comigo, por favor!”. O pedido teve fogos de artifício e uma orquestra tocando “Young And Beautiful”, canção de Lana Del Rey. E a família da noiva apareceu de surpresa para dar os parabéns.
Mariah Carey e o marido Nick Cannon fizeram, juntos, uma loucura provavelmente já sonhada por muitos: fecharam um parque da Disney na Califórnia para celebrar seis anos de casados. O tema da festa, que teve uma centena de convidados, era “você acredita em fantasia?”.
Marcar o corpo
À primeira vista pode parecer a mais branda das loucuras de amor, mas é uma ousadia que tem suas gradações. Há vários casais formados por pessoas públicas que a adotaram como forma de homenagear o amor. Geralmente, são abordagens mais discretas, como o desenho de iniciais, desenhos ou frases que combinam, sem mencionar nomes. Adeptos desse tipo de demonstração estão em toda a mídia: Beyoncé e Jay Z, Avril Lavigne com seu então namorado Brody Jenner, Katy Perry e Russel Brand, no Brasil, Bruna Marquezine e Neymar.
O prêmio de loucura de amor, no entanto, fica para Justin Bieber pela homenagem a Selena Gomez. Não parou em “Titanic”: mesmo com o corpo todo tatuado, o tributo se destaca, já que o cantor optou por estampar no corpo um retrato da já ex-namorada. Divide o troféu com ele o jogador de futebol David Beckham, que tem tatuado no braço uma foto da modelo Victoria Beckham, entre outras homenagens marcadas do corpo.
Oferecer recursos da natureza
A atriz e embaixadora da ONU Angelina Jolie, conhecida pelo engajamento questões humanitárias e do meio ambiente, optou por homenagear o então marido Brad Pitt com relíquias ecológicas. Em 2010, comprou para celebrar o dia dos namorados do hemisfério Norte uma oliveira de 200 anos, segundo o tabloide britânico The Sun. A árvore custou cerca de US$ 18 mil e foi plantada no jardim da casa que tinham juntos no sul da França.
Quando o ator celebrou 50 anos, ganhou de Angelina uma ilha em formato de coração, a ilha de Petra, que fica a 80 km de Nova York. Não foi o desenho da região que chamou a atenção da atriz, mas o fato de o paraíso de milhões de dólares albergar uma casa projetada pelo arquiteto Frank Lloyd Wright, um dos ícones da chamada arquitetura orgânica, e favorito de Brad Pitt.
Criar uma crise institucional
Não é exatamente um tributo, mas há que se concordar que existe algo de homenagem afetuosa em alguém que abre mão de um trono para ficar junto de quem ama. Foi o que fez o monarca inglês Edward VIII, em 1936, ao se apaixonar pela americana Wallis Warfield Simpson, uma mulher divorciada, e portanto inelegível para ocupar qualquer posição na família real.
Edward inaugurou a maior crise institucional da monarquia britânica, por amor, menos de um ano depois de suceder ao pai, o rei George V. Um escândalo registrado inclusive pela imprensa brasileira.
O romântico desertor se casou com Wallis em junho de 1937, e o casal viveu junto até a morte de Edward, em 1972. A história pareceria uma narrativa de final feliz, não fosse a revelação recente do biógrafo Andrew Morton, de que o verdadeiro amor de Wallis na verdade foi um amante, o também americano Herman Rogers.
Recentemente, o imbróglio de Edward com a corte foi relembrado pela decisão do príncipe Harry, de quem é tio-bisavô, de renunciar a suas funções oficiais e seu papel de membro sénior da família real britânica, em 2020.
Elaborar um grande final
O último item desta lista é uma loucura de amor conjunta. A artista sérvia Marina Abramovic e o alemão Ulay foram parceiros de vida e trabalho por mais de uma década. Desenvolveram juntos, no anos 1970, uma série de performances chamada de “Relation Works”, que envolviam questões de resistência, perigo e a fusão dos dois em uma unidade artística. O relacionamento chegou ao seu fim em 1988, e foi coroado com uma performance, “The Lovers”, na Muralha da China. Cada um deles caminhou 2.500 quilômetros em uma das pontas — Ulay no deserto de Gobi; Marina, no Mar Amarelo. Encontraram-se no meio para se despedirem, usando quase nenhuma palavra. Após décadas de silêncio, Ulay surpreendeu Marina ao sentar-se em frente a ela durante sua performance “The Artist is Present” em Nova York, e promover uma espécie de DR sem palavras.