Organize seu acervo de fotos digitais
Para não correr o risco de perder arquivos, qualidade ou viver afundado na bagunça, siga essas dicas e organize sua galeria
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Pratique o desapego –
Por mais difícil que seja, o primeiro passo é o descarte: livre-se das fotos não desejadas do celular e do computador – a capacidade de armazenamento dos seus aparelhos agradece. É possível seguir essa dica manualmente, com muita paciência e dedicação, ou usar aplicativos que otimizam o processo. O Remo, por exemplo, disponível para iPhone e Android, identifica as fotos duplicadas ou muito similares e sugere a exclusão, o que libera espaço nos dispositivos e torna a manipulação e seleção das imagens que sobraram mais simples e prática. É importante lembrar que o descarte de fotos deve ser feito periodicamente, para evitar que os arquivos se acumulem e iniciem novamente o ciclo de desorganização. -
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Organize as fotos em pastas e acredite na cronologia –
Depois da faxina inicial, chega o momento da organização (se você for virginiano, essa vai ser a parte mais satisfatória). O fotógrafo e produtor de vídeos Filipe Redondo indica a criação e a ordenação de pastas por data. “Para evitar confusão, minha ordem é: ano, mês, dia. Por exemplo, um conjunto de fotos tiradas no aniversário da minha filha em 6 de fevereiro de 2020 eu coloco ‘2020.02.06’”, explica. Tenha em mente que essa é a dica que vai tomar mais tempo, e não se iluda: vai ser impossível organizar tudo de uma vez. Ao Estadão, Eric Niloff, o cofundador e diretor executivo da EverPresent, empresa de Boston que digitaliza e organiza fotos de família, disse que tentar ordenar meticulosamente 50 anos de fotografias distribuídas em vários dispositivos é uma estratégia que dificilmente dará certo. É preciso coragem para começar a missão, e paciência para realizá-la aos poucos: divida o acervo em blocos (por exemplo, do ano x ao ano y) e a cada uma ou duas semanas, inicie a organização e divisão de um novo conjunto de fotografias. Trace objetivos condizentes com o tempo disponível e avance gradualmente a partir daí. -
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Para cada tipo de arquivo, um armazenamento –
Você pode dividir as imagens em duas categorias: feitas com celular, que geralmente ocupam menos espaço, e as tiradas com câmera, mais pesadas. O primeiro grupo é destinado ao armazenamento online, e o segundo a um HD externo, que mantém melhor a qualidade dos arquivos. Filipe Redondo prefere optar sempre pela segunda opção, e defende: “Uma coisa legal de transferir todas as fotos, inclusive as do celular, para um HD periodicamente é olhar pra elas num outro momento e editar o material. Se você deixa a nuvem fazer o backup, não tem a oportunidade de olhar de novo, e essas fotos caem no esquecimento”. Se ainda quiser optar pelas redes, há opções por diferentes preços e espaço de armazenamento: o Google Photos guarda as fotos gratuitamente em uma resolução de até 16 megapixels e os vídeos, em 1080p; o Dropbox, por U$15 mensais; e o iCloud sustenta até dois terabytes de fotos por R$ 34,90 por mês. Em relação ao formato, a fotógrafa e especialista em comunicação estratégica Mariana Vieira diz que não existe um ideal: “Depende da finalidade. Se não for para ampliar, .JPEG e .TIFF não perdem em nada para o .RAW ou qualquer outro”. -
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Faça um back-up (e outros dois por segurança) –
E um back-up do back-up. Especialistas aconselham pelo menos três espaços de armazenamento em formatos diferentes, todos fora do celular. Scott Hanselman, programador e especialista em tecnologia, diz que, principalmente para fotos ou arquivos importantes, “dois back-ups não bastam”. Por isso, é necessário guardar as fotos digitais em um HD principal, em outro reserva e em um serviço de armazenamento online, como os da dica anterior. Na hora de passar as imagens para o HD, Filipe Redondo indica o software Carbon Copy Cloner, que copia apenas o que foi recentemente adicionado ao arquivo principal para o disco rígido reserva. E Mariana Vieira relembra a série de cuidados necessária para dar vida longa ao HD: “Não deixar cair e ejetar corretamente são as recomendações básicas, além de manter longe de imãs, altas temperaturas e líquidos. Aos desavisados, bom lembrar que um HD dura entre sete ou oito anos, a depender da marca e do estado de conservação”. -
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Imprima as mais especiais –
Se nem o vice-presidente do Google confia 100% na internet, nós, meros mortais, também não deveríamos. Em 2015, Vint Cerf, o então vice da empresa alertou: “É melhor começar a imprimir suas fotos favoritas”, disse à BBC durante um encontro da Associação Americana para o Avanço da Ciência. Seu receio é que hardwares e softwares se tornem obsoletos e incompatíveis ao longo do tempo e ocasionem uma perda em massa dos arquivos da humanidade. Então, recorra à moda antiga e imprima as fotos mais especiais — de uma viagem única, natais antigos, um encontro inesquecível com amigos. Dá para fazer uma caixa de memórias, colocar algumas fotografias em porta-retratos, fazer um mural com as impressas ou montar um bom álbum como os de antigamente.
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