A exposição, em cartaz no Instituto Tomie Ohtake (SP), traz retratos feitos pelo fotojornalista japonês em uma série de viagens com o filósofo indígena a alguns dos principais povos indígenas brasileiros. O projeto, realizado ao longo dos anos 90, conferiu à dupla o título de "amigos para sempre", e essa intimidade é palpável nos retratos de Nagakura. Guiado por Krenak, se afasta do clichê do olhar estrangeiro e constrói uma rede de afetos com as comunidades. (Isabela Durão)
Nesta exposição imperdível temos a oportunidade de ver a destreza aliada ao senso estético do fotojornalista Evandro Teixeira, de 87 anos. O baiano passou quase 50 anos de sua vida trabalhando para o Jornal do Brasil. Nesse período, registrou fatos importantes da história do Brasil e do Chile, como a ditadura dos dois países e a morte do poeta chileno Pablo Neruda, momento que ele considera o mais emblemático de sua carreira. Ao Nexo, ele falou sobre os cliques que entraram para a história. Até 30/7. (Luara Calvi Anic)
O olhar do fotógrafo de rua talvez seja mais aguçado quando o ambiente é desconhecido. "Modernas!" traz cinquenta anos de São Paulo por fotógrafas que tinham justamente esse olhar estrangeiro. Refugiadas do nazismo, elas contribuíram para construir uma visualidade moderna dessa cidade em transformação. Na exposição, trabalhos de Alice Brill, Claudia Andujar, Gertrudes Altschul, Hildegard Rosenthal, Lily Sverner, Madalena Schwartz e Stefania Brill. Até 5/3. Curadoria de Ilana Feldman e Priscyla Gomes. (Luara Calvi Anic)
Nos dias 3 e 4 dezembro, no IMS Paulista, a 7ª edição do evento promove debates e oficinas, uma feira de fotolivros e bate-papos com Maxwell Alexandre, Célia Tupinambá, Tiago Sant’Ana e Gretta Sarfaty. Pela primeira vez no Brasil, o fotógrafo camaronês-nigeriano Samuel Fosso protagoniza a mesa “Autorretrato e Resistência”, onde apresenta sua trajetória, vida e trabalho. A programação completa está aqui e é gratuita. (Manuela Stelzer)
A literatura russa é capaz de iluminar aspectos da Rússia hoje? Os editores da Granta estão certos que sim. Há, no lançamento, textos de russos como Tatiana Tolstaya e Ludmila Ulitskaya, e os de outras origens e gerações, como a carioca Clara Drummond, que conta uma história de amor entre Moscou e SP; e o jornalista português José Pacheco Pereira, que cobre a região. Além de fotos de Mario Restiffe e Mariana Viegas que dão frio só de ver. (Luara Calvi Anic)
A fotografia é parte essencial na urbanização das cidades. Não em termos práticos, mas quando pensamos no que uma cidade quer comunicar ao mundo. A exposição "Moderna pelo Avesso: fotografia e cidade, Brasil, 1890-1930", traz imagens das capitais e mostra o que havia ali de projeto político, visível nas imagens oficiais; e os apagamentos de realidades da época - universo do trabalho e do movimento operário. No IMS, em SP. (Luara Calvi Anic)
Com título que homenageia a maior floresta tropical do mundo e mais de 200 obras, "Amazônia" é fruto de sete anos de trabalho do fotógrafo mineiro na região, em parceria com 12 comunidades indígenas. Além das fotografias, a exposição de Salgado é acompanhada por trilha do francês Jean-Michel Jarre e de sete vídeos com depoimentos que sinalizam a importância do bioma. No Sesc Pompéia, com entrada gratuita. (Manuela Stelzer)
O que é uma fotografia senão um emaranhado de camadas interpretativas? Pois a produção do fotógrafo e pesquisador Boris Kossoy joga justamente com essa característica inata da imagem. Lançado em 1971, "Viagem pelo Fantástico" traz retratos que remetem ao filme noir, ao mistério, ao realismo fantástico. Esgotado por décadas, o livro ganha edição especial (IpsisPub) e um evento de lançamento no sábado (4) no MIS-SP, instituição da qual Kossoy foi diretor nos anos 1980. (Luara Calvi Anic)
A revista de fotografia do Instituto Moreira Salles realiza a 10ª edição do seu festival com uma série de encontros virtuais, de 22 a 26 de novembro. Na terça (22), a artista Rosângela Rennó conversa com a jornalista Fabiana Moraes sobre o potencial da fotografia para revelar (e esconder) relações de poder. Já na quinta (25), a criadora do Arquivo da Memória Trans da Argentina, María Belén Correa, debate a relação entre fotografia, identidade de gênero e democracia com a escritora Amara Moira. A programação completa será transmitida de graça no Youtube e Facebook da Zum, com tradução simultânea e interpretação em Libras. (Amauri Arrais)
Marcando seus 35 anos de carreira, Rosângela Rennó é tema de uma mostra na Pinacoteca de São Paulo, com 130 obras produzidas pela artista mineira ao longo de quatro décadas. Um dos focos de Rennó é a fotografia expandida, que extrapola a imagem e traz elementos de seu contexto social e técnico. A exposição "Pequena Ecologia da Imagem" contém ainda “Eaux des Colonies” e “Seres Notáveis do Mundo”, trabalhos inéditos no país. A mostra fica em cartaz até março de 2022. (Leonardo Neiva)
Reverenciado mundo afora, o filósofo, escritor e educador pernambucano (1921-1997) teria feito 100 anos em 19 de setembro. Entre uma das muitas homenagens feitas a ele neste momento, a “Ocupação Paulo Freire”, no Itaú Cultural, em São Paulo, revisita seu legado em cerca de 140 itens, entre documentos, fotos, cartas, vídeos e peças originais. Está lá, por exemplo, uma projeção com as páginas manuscritas de “Pedagogia do Oprimido”, um de seus livros mais conhecidos. O site traz alguns materiais adicionais. (Betina Neves)
Para ter um vislumbre de como a vida pode voltar a ser nas grandes cidades, reportagem do New York Times mostra imagens de um período entre ondas do vírus, de maio a julho, quando o país teve a impressão de que a pandemia tinha finalmente acabado. O jornal mandou 40 fotógrafos para diversos cantos de Nova York para documentar festas, shows, bares, baladas, restaurantes e eventos ao ar livre, do entardecer à madrugada. O resultado é um interessante recorte das muitas caras da cidade e a certeza de que a vida noturna é parte essencial do ecossistema urbano. (Betina Neves)
Filipe Catto inaugura a série do Instituto Moreira Salles que busca promover o diálogo entre música e fotografia. Neste sábado (3), às 21h, no canal da instituição no YouTube, Catto protagoniza “Metamorfoses”, com músicas inspiradas na mostra da fotógrafa Madalena Schwartz (1921-1993), que registrou travestis e transformistas de São Paulo na primeira metade dos anos 1970. A mostra está em cartaz até setembro no IMS Paulista. (Amauri Arrais)
Depois de quase seis anos fechado, consequência de uma longa reforma somada às restrições da pandemia, o Museu de Arte Moderna da Bahia, também sob nova direção, está reabrindo suas portas -- com mudanças. A maior parte da reforma é de autoria do arquiteto André Vainer, que seguiu os passos de Lina Bo Bardi. O prédio ganhou novo píer, atracadouro e uma reserva técnica. Também recebeu doações, como um retrato de Bo Bardi feito por Bob Wolfenson, que passa a integrar a mostra. (Manuela Stelzer)
As investigações na lisergia urbana de Nova York dos anos 70 e o mergulho nas representações das religiões de matriz afro-brasileira contam a história de um dos mais importantes fotógrafos da história do Brasil. Com curadoria de Luis Camilo Osorio, a exposição Espíritos Sem Nomes retoma a trajetória de Mario Cravo Neto (1947 – 2000) ao mostrar 319 fotografias, cadernos, cartas e originais. Em cartaz no IMS. (Guilherme Falcão)
A fotografia no Brasil é um dos temas na grade de cursos da nova plataforma de ensino Rama, focada nas artes visuais. De abril a junho, o curso “Efeito do Real: uma cartografia do fazer fotográfico no Brasil” discute a história da fotografia no país, desde seu desembarque até a contemporaneidade, passando por seus usos e funções no século 19, seu desenvolvimento e inserção no circuito da arte no século 20 (ao lado, foto de Pio Figueiroa). Inscrições no site da Rama. (Manuela Stelzer)
A fotógrafa de ascendência húngara Madalena Schwartz, cuja obra está exposta no IMS, morava no centro de São Paulo, estrategicamente posicionada para registrar com suas lentes o rebuliço, a efervescência e a exuberância da noite: transformistas, travestis, um espectro maravilhoso de identidades, sexualidades e verdades. Entre os retratados estão Ney Matogrosso e os Dzi Croquettes. Ah, a saudade da aglomeração… (Guilherme Falcão)
Um mergulho pelo acervo do Museu do Ipiranga mostra as transformações da paisagem paulistana ao longo do tempo: no site São Paulo – Território em Construção, que entra no ar em 25 de janeiro na comemoração dos 467 anos da cidade, fotos – como as de Militão Augusto de Azevedo, do século 19 –, pinturas, mapas e depoimentos de historiadores e arquitetos contam a trajetória de desenvolvimento da metrópole. (Mariana Payno)
Atenta aos detalhes do cotidiano, a fotógrafa Claudia Jaguaribe não deixou escapar as cenas pandêmicas: depois de registrar uma São Paulo vazia no começo da quarentena, ela volta às ruas clicando pessoas que retomam a rotina de máscara. No novo livro “Duplo”, com posfácios da pneumologista Margareth Dacolmo e do filósofo Victor Stirnimann, os personagens contrastam com cenários urbanos em uma nova realidade do dia a dia. (Mariana Payno)
Junto à responsabilidade de ser um dos profissionais de saúde em ação no combate ao novo coronavírus no Rio de Janeiro, o cirurgião Ary Bassous carrega também um talento artístico: fotógrafo premiado nacional e internacionalmente, ele aproveita as lacunas de sua escala para registrar a rotina pandêmica dos dois hospitais onde trabalha. Além das fotos emocionantes que revelam o dia a dia de quem está na linha de frente contra a Covid-19, esta reportagem da National Geographic Brasil conta a história de Bassous e de outros profissionais de saúde que foram infectados pelo vírus.
Crônicas de Ana Paula Maia, Cidinha da Silva, Geovani Martins e Itamar Vieira Junior; filmes da atriz e diretora Helena Ignez e do cineasta Takumã Kuikuro; vídeos dos artistas Edgar e Leona Vingativa e do fotógrafo Marcelo Rocha; e uma apresentação musical da Família Ernest Dias estão entre os primeiro trabalhos do programa IMS Convida. O Instituto Moreira Salles concebeu o programa como uma forma de dar apoio à prática artística durante a quarentena. Cerca de 60 artistas e coletivos produziram obras inéditas que levaram em conta a pluralidade e a diversidade do Brasil, que serão publicadas diariamente na plataforma. Na lista estão ainda nomes como os rappers Brô MCs, o cartunista Angeli, o cineasta Karim Aïnouz, o fotógrafo Roger Cipó e o coletivo Slam das Minas.