Como encontrar seu estilo na moda

Experimente sem medo e com criatividade –
Saber combinar as peças do guarda-roupa para atender a algumas crenças da moda pode ser complicado – não misturar estampas, não abusar das cores vibrantes e limitar o uso dos acessórios são preocupações comuns. Apesar de boas dicas, é importante não se limitar a noções pré-estabelecidas se o desejo é achar o próprio estilo: exercitar a criatividade experimentando peças diferentes é a melhor opção para desenvolver uma identidade na moda. O estilista e professor em História da Arte da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), Lorenzo Merlino, conta que a criatividade não é um traço inerente na criação e na composição de looks, portanto tem de ser estimulada. “A partir do momento que existe uma predisposição à criatividade, ela se torna um processo que se aprende, que se desenvolve. É fruto de raciocínio, de pesquisa, de pensamento”, afirma. A sugestão é se aventurar com as ideias e não ter medo do que pode surgir dos experimentos.

Pesquise referências, mas não imite famosos –
Viu uma celebridade com um look lindo e ousado para um ensaio ou premiação? Se apaixonou por peças únicas de um desfile de grife alguém admirado? Antes de gastar tudo para imitar o visual de alguém admirado, considere se a roupa combina com a sua personalidade. Para Costanza Pascolato, consultora de moda e integrante da Sociedade Brasileira de Moda, a imitação de looks compostos para outras pessoas é um dos maiores perigos da moda. “É um perigo dramático cair na armadilha de querer se parecer com outra pessoa”, conta. O ideal é não se apegar ao que está em tendência e usar esses exemplos como referências sobre roupas e combinações que são atrativas para você, em vez de fazer meras imitações. Fora que usar essas referências para criar o seu estilo pode ser muito mais divertido.

Pense na impressão que quer passar –
Depois de ter experimentado peças de que gosta, pense na impressão que quer passar com os looks. Toda roupa passa uma mensagem, e saber adaptar a escolha do visual com a personalidade e o ambiente é um bom exercício. Lorenzo Merlino explica que a moda, além de vestir o corpo, é comunicação. “Quando a gente se veste, estamos dizendo o que pensamos, qual é a nossa classe social, o gênero que a gente se identifica. Então a originalidade para compor, falando de um look do dia a dia, está ligada a essa expressividade pessoal.” Parece bobagem ou óbvio, mas lembrar-se de combinar o visual de acordo com o clima, o local frequentado e a personalidade são elementos-chave da identidade fashion e algumas vezes preteridos pelo que é mais trendy no momento.

Aposte nos acessórios –
Uma bolsa, um cinto, uma jóia ou bijuteria. Acessórios são elementos importantes da moda há séculos e historicamente não possuem definições de gênero, como explica Merlino. “A bolsa feminina só se tornou feminina a partir do final do século 18. Até o renascimento, era um elemento masculino. Se tornou um elemento contemporâneo e versátil.” Usar um acessório bonito pode dar um up em um visual discreto ou dar acabamento para looks elaborados. Se as roupas são monocromáticas e o visual está apagado, um par de brincos brilhantes ou coloridos, pulseiras e cintos variados ajudam a trazer uma cara nova para aquela peça não muito vibrante.

Adapte os looks que curte ao seu bolso –
Vale a pena gastar em looks de marca? E em roupas baratas, mas que não duram? Especialistas sugerem desconstruir a noção de que vestir-se bem é ter roupas caras: saber compor um visual bonito e que cabe no bolso é o melhor investimento. Costanza Pascolato conta que a elitização das roupas já é coisa do passado: “Cada um se veste bem de acordo com o que é. É uma coisa tão simples de entender hoje, mas quando comecei havia uma série de regras mais elitizadas. Hoje eu já penso de outra maneira.” Vale procurar peças que combinam com você em brechós, sites de desapego e no armário da família. Uma roupa com história sempre deixa tudo mais autêntico.