5 dicas para ter um lar mais sustentável
Para além de separar o lixo, é possível mudar uma série de hábitos em casa e diminuir o impacto ambiental
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Composte seu lixo orgânico – ou contrate uma empresa que faça isso –
Cerca de 51% dos resíduos sólidos urbanos coletados nas cidades brasileiras correspondem à matéria orgânica, o que dá impressionantes 36,5 milhões de toneladas por ano. A maior parte desses resíduos vão parar em aterros sanitários, onde se decompõem, liberando gás metano, mais poluente que o CO2. Um jeito bastante eficiente de reduzir o lixo, ainda mais para quem cozinha em casa, é ter uma composteira doméstica, que pode ser usada tanto em casas quanto em apartamentos, vendidas por lojas como a Morada da Floresta. No dia a dia, é preciso despejar os restos orgânicos ali e cobrir com serragem e, de tempos em tempos, retirar o adubo formado, que pode ser usado nas plantas de casa ou ser colocado em parques, praças e jardins. Quem quiser ter menos trabalho pode contratar empresas que retiram os resíduos em casa e cuidam da compostagem, como a Ciclo Orgânico e a Casca, no Rio de Janeiro (RJ), e o Projeto Compostar, em Brasília (DF). -
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Repense o consumo de alimentos –
O Brasil é o quarto maior produtor de lixo do mundo e só 2,2% dos resíduos são reciclados. Ou seja: mais do que pensar na separação, é preciso reduzir a geração de lixo. É claro que essa é uma iniciativa que requer uma rede complexa de ações entre indústrias e articulação de políticas públicas, mas, no âmbito doméstico, é possível sim reduzir a quantidade de embalagens de alimentos – lembrando que o delivery foi uma das causas do aumento de lixo na pandemia. Isso pode ser feito dando preferência a alimentos in natura e a granel, levando as próprias sacolas e recipientes (como potes de vidros reaproveitados) para transportá-los, de preferência comprando produtos orgânicos de pequenos produtores em feiras, quitandas e programas de entregas de cestas, que também cresceram muito na pandemia. Procure iniciativas do tipo na sua cidade. -
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Reveja seus produtos de limpeza –
Detergentes para louças e substâncias presentes em limpadores multiuso, por exemplo, são poluentes e podem exercer efeitos tóxicos sobre ecossistemas aquáticos. Também há estudos ligando o uso de produtos de limpeza domésticos à poluição do ar. Além disso, há o óbvio problema de descarte de embalagens desses produtos, diante do já citado índice baixíssimo de reciclagem no país. Pense em trocar os convencionais por aqueles de marcas naturais, biodegradáveis e sem insumos fósseis, como os da Positiva e da Biowash. Também há marcas como a Desembala, que vende produtos concentrados também biodegradáveis em sachês que você dilui na água, sem necessidade de adquirir uma nova embalagem. Uma solução mais barata pode ser fazer seus próprios produtos com ingredientes como álcool, sabão de coco e bicarbonato de sódio – essa receita aqui pode ser usada em todas as partes da casa. Para lavar a louça, troque a esponja clássica de pia por buchas vegetais, biodegradáveis e compostáveis – todos os anos são produzidas, usadas e destinadas aos aterros sanitários cerca de 600 milhões de esponjas no Brasil, com poucos programas de reciclagem. -
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Instale uma ducha higiênica –
A produção de papel higiênico, cujo consumo vem aumentando nas últimas décadas, tem custo alto para o meio ambiente, e é responsável por desmatamento em várias partes do mundo. Além disso, o papel obviamente não é reciclável – ele vai para aterros, quase sempre em sacolinhas plásticas que podem levar entre 400 a 1 mil anos para decompor. Seria mais sustentável jogá-lo na privada, mas no Brasil a tubulação ainda não está preparada para isso. Com a ducha, você diminui o consumo de papel, quem sabe substituindo-o por toalhinhas, como explica a ativista Cristal Muniz. Outra prática simples é substituir as sacolas de plástico no lixo por sacos de papel ou dobraduras de jornal. -
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Reconsidere produtos de higiene pessoal –
Para gerar menos resíduos nesse âmbito, além de consumir menos (que é sempre uma atitude sustentável), pode-se comprar produtos com refil e embalagens reutilizáveis (de sabonete líquido, por exemplo), usar escovas de dente de bambu e preferir shampoos, condicionadores e desodorantes em barra. Há estudos mostrando como componentes químicos presentes nos produtos convencionais podem poluir a água, muitas vezes podem conter ingredientes como o óleo de palma, muito ligado ao desmatamento no mundo todo, além de muitos deles fazerem testes em animais. Hoje há uma variedade cada vez maior de produtos de beleza feitos majoritariamente com ingredientes naturais por pequenos produtores com responsabilidade socioambiental – é difícil encontrá-los na farmácia e no supermercado, procure direto pela venda online ou em lojas de produtos naturais. Em relação a produtos menstruais, já há uma porção de alternativas sustentáveis aos absorventes convencionais, como coletores e calcinhas de pano laváveis e reutilizáveis.
Conteúdo produzido como parte da Cobertura Especial sobre a COP26, realizada em parceria com Nescafé Origens do Brasil.