Amada ou cancelada, Luísa Sonza está sempre trending — Gama Revista
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Amada e cancelada, Luísa Sonza bate recordes no streaming

Com escândalos explícitos, a cantora dribla o cancelamento e vira rainha do streaming em novo álbum, com 15,6 milhões de streams no Spotify em 24 horas

Dolores Orosco 31 de Agosto de 2023
Reprodução/Instagram @luisasonza

“Se rolar no meu lençol / Sai teu nome no jornal / Ah, eu tô exausta / Até feia eu sou bonita”, canta Luísa Sonza em “Luísa Manequim”, quarta das 18 faixas do álbum “Escândalo Íntimo”. Lançado na noite de terça-feira (29), o novo trabalho da cantora atingiu 1 milhão de plays no Spotify em menos de uma hora no ar, êxito que nenhum artista brasileiro alcançou na plataforma até aqui.

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Ao fechar 24 horas no ar, tem 15,6 milhões de streams no Spotify, sendo a maior estreia de um álbum brasileiro na história da plataforma, sendo “Penhasco2” a mais ouvida, tornando Sonza e Demi Lovato as primeiras e únicas artistas na história a debutar uma música com 2 milhões de streams na plataforma, no Brasil. Esses números são oficiais da Sony Music, sua gravadora. As redes de Sonza divulgam um número ainda mais alto, 17 milhões de strems.

Os números expressivos ultrapassam a marca de Jão, que com o álbum “Super” lançado na no dia 14 deste mês, atingiu 8,5 milhões de streams. Os números estão crescendo rapidamente. O recorde até junho era de Anitta, que lançou a faixa “Funk Rave” e chegou ao número 85 no TOP 200 Global da plataforma, com 1,67 milhões de streams.

Sonza também conseguiu emplacar três músicas no Top 200 Global, com “Penhasco2” na posição 41, “Campo de Morango” na posição 140 e “A Dona Aranha” em 181. Em Portugal, “Penhasco2” estreou na posição 10.

Além dos números impressionantes, a crítica tem falado bem do álbum da cantora. A Folha de S. Paulo afirma que “‘Escândalo Íntimo’ acerta quando erra. Ao servir a Sonza como espaço de livre criação, o disco entrega faixas com tino para palcos grandes e belas canções”.

Amada e cancelada

No pop nacional, a cantora vem trilhando um caminho marcado por julgamentos e pedradas. Toda mulher sabe o quanto é exaustivo lidar com os fiscais do corpo alheio e, no caso dela, eles agem em massa nas redes sociais com comentários cruéis sobre as plásticas consideradas excessivas para seus 25 anos, além das variações de peso. A sexualidade também é outro ingrediente que lhe gera holofotes. Sonza é bissexual e enfrenta há tempos uma virulência sem fim de haters que nunca “perdoaram” uma suposta traição ao ex-marido, o comediante Whindersson Nunes – e foi justamente esse o primeiro dos “escândalos” a lhe dar projeção.

Três anos atrás, mesmo o ex tendo vindo a público negar que houve a tal infidelidade e que partiu dele a decisão do término da relação, à Sonza não coube nem o benefício de uma dúvida sombria como aquela concedida a Capitu. Bentinhos virtuais usaram de artilharia pesada para atacá-la, com tuítes ofensivos e até ameaças. O fato se tornou um “case” emblemático de como mulheres são tratadas em comparação aos homens quando se trata de pulada se cerca: para eles, nada de novo no front. Afinal é da “natureza masculina” trair. Recentemente, Neymar foi aplaudido ao admitir ter traído a esposa grávida e “justificar o injustificável” em um post no Instagram, curtido por mais de 14 milhões de fãs e outros famosos se solidarizando nos comentários.

Mas transformar hate em combustível é expertise da artista, por mais que ela já tenha desabafado em entrevistas o quanto isso já castigou sua saúde mental. Quanto maior os ataques, mais notoriedade Luísa ganha e mais trending topics e hits emplaca — estava em Marte quem não ouviu, ainda que contra a vontade, o batidão “Sentadona” no verão passado.

Os “escândalos”, portanto, nunca foram íntimos. Estão bem explícitos não só nas letras hipersexualizadas, desta vez em “Campo de Morango” e “Dona Aranha”, mas também naquelas que trazem referências aos hates sofridos como “Carnificina” (“pra aguentar, eu meto o louco / vivo na base do soco”) ou em “Não sou demais” (“sabe a expressão de se ferrar bonito? prazer, tá falando comigo”).

Mas a cantora não é de ocupar o assento reservado às vítimas, assim como não adota o discurso manjado do “quem me conhece sabe” a que a maioria das celebridades recorre ao primeiro sinal de cancelamento. No ano passado enfrentou um processo de danos morais movido por uma advogada negra, a quem Luísa pediu que lhe servisse em uma festa em Fernando de Noronha, em 2020, achando que se tratava de uma funcionária do lugar. De início, a cantora negou intencionalidade racista em sua conduta, mas em seguida reconheceu que reproduziu uma atitude de racismo estrutural e pediu desculpas públicas.

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