Máscara N95
Conhecida no Brasil como PFF2, foi inspirada em um sutiã e é a escolha mais indicada caso você tenha que sair durante a pandemia
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O QUE É?
Uma máscara respiratória com alto poder de filtragem que se adequa ao rosto de quem a usa. No Brasil, é chamada de PFF2 ou Peça Facial Filtrante 2 e nos EUA é conhecida como N95. Apesar dos nomes diferentes, trata-se da mesma máscara, que se destaca pela alta porcentagem de filtragem — 95%. O formato varia entre concha e bico, mas todos os modelos apresentam quatro amarras que ajudam a fixar e vedar o respirador de forma segura. Além disso, ele também apresenta um clipe nasal — um pequeno pedaço de metal — que pode estar dentro ou fora da máscara e que ajuda na hora de ajustá-la ao rosto. Três camadas diferentes são o que protegem contra o vírus: a cobertura externa (frente da máscara), uma camada filtrante que fica no meio e uma cobertura interna (a parte que fica em contato com a face). O trabalho duro é feito pela camada filtrante, que pode ser composta por materiais como polipropileno, poliéster ou polietileno.
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QUEM FAZ?
Máscaras respiratórias existem há alguns séculos e é possível retornar a outra pandemia — a terrível Peste Negra — para encontrar as origens dos respiradores. Mas com o tempo, o look corvo-anjo-da-morte popularizado no século 17 saiu de cena e médicos e profissionais da saúde passaram a adotar equipamentos mais práticos e menos trevosos. A N95 tem pai e mãe: a americana Sara Little Turnbul e o taiwanês Peter Tsai. Ela, uma designer de produtos que trabalhava para 3M, uma das mais importantes fabricantes de máscaras, foi a responsável pela criação do modelo na década de 1960. Sara procurou alinhar o conforto à eficácia e utilizou a taça de sutiã como inspiração para a nova máscara — o formato de concha semelhante a peça de roupa permitia um maior conforto para quem usasse a N95. Até a década de 1990, entretanto, o respirador só era utilizado como um equipamento contra a poeira pois a máscara ainda não conseguia filtrar bactérias e vírus. Tsai foi o responsável por incrementar a N95, dando o pulo necessário para que ela entrasse de uma vez em todos os hospitais. O cientista de materiais incorporou na fabricação do modelo um processo elétrico que tornava a máscara ionizada. Com isso, a capacidade de filtragem da N95 aumentou substancialmente e finalmente se tornou adequado para figurar nos rostos de médicos, enfermeiros e afins. O modelo foi patenteado por Tsai em 1995 e é até hoje o principal respirador utilizado por profissionais de saúde ao redor do mundo — de Drauzio Varella à Meredith Grey.
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POR QUE É TÃO DESEJADO
Em 2020, o número de empresas que fabricam ou importam PFF2 no Brasil dobrou, chegando a 62 companhias — um ano antes, haviam 28. De acordo com a Animaseg (Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho), o país hoje é capaz de produzir 45 milhões de máscaras N95 por mês. A alta procura se deve a um fato simples: o modelo é o mais recomendado para a proteção contra o coronavírus. No Brasil, as máscaras de pano ainda são as mais utilizadas, mas a procura por N95 vem crescendo. A utilização de atração eletrostática para melhorar a filtragem do modelo e a boa capacidade de vedação graças ao formato e aos elásticos da máscara garantem o topo do pódio no ranking de “acessórios essenciais que odiamos utilizar”.
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VALE?
Se você tem de sair de casa, a N95 é atualmente a mais recomendada para a proteção contra o coronavírus. Entretanto, é importante frisar que a máscara não elimina 100% do perigo e que outros cuidados são essenciais. A PFF2 com válvulas devem ser evitadas a todo custo e é fundamental checar se sua máscara está bem fixada no rosto. A utilização de duas máscaras pode ser interessante, mas não pense em colocar duas N95, é melhor optar por uma segunda máscara de pano por cima. A melhor medida de proteção, no entanto, é manter-se em casa sempre que possível.
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COMO COMPRAR
Com o aumento na procura das máscaras, a venda de N95 disparou em todo o país. É possível encontrar o modelo nos mais variados tipos de loja e o preço costuma ser bem acessível — algo entre R$ 2 e R$ 5. O site PFF Para Todos compilou uma série de lojas que oferecem as máscaras, você pode selecionar o seu estado e encontrar os respiradores que estão mais perto de você. É importante frisar que é possível reutilizar as máscaras, mas alguns cuidados devem ser tomados: não lavar ou passar qualquer tipo de produto e, após o uso, deixar a máscara em um local arejado e longe da luz do sol por ao menos três dias. É importante sempre se manter atento ao estado da máscara e, ao menor sinal de rasgo, trocar por uma nova. Não há um consenso de quanto tempo uma N95 dura, mas não é recomendável manter uma mesma unidade por mais de 15 dias.