Tenha uma memória mais afiada
Para memorizarmos algo, precisamos de uma mudança física em nível celular no cérebro. Os cientistas não sabem exatamente como isso se dá, mas sabem o que pode ajudar. Veja o que vale a pena quando a memória é pequena
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Mens sana in corpore sano –
Para variar, fazer exercícios é o primeiro passo para ter uma memória eficiente. Apenas dez minutos de exercícios leves, como uma caminhada, já incrementam a atividade cerebral associada à melhoria da memória, segundo estudo publicado na “Proceedings of the National Academy of Sciences”. Um ganho maior advém de uma atividade aeróbica mais intensa, afirma Sandra Chapman, autora da pesquisa e diretora do Centro de Saúde do Cérebro da Universidade do Texas. Ela acompanhou adultos que usaram uma bicicleta ergométrica por uma hora, três vezes por semana, e concluiu: a atividade física frequente aumenta o fluxo sanguíneo do cérebro no hipocampo, na área ligada à cognição e à memória. -
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Durma bem –
Igualmente óbvio, igualmente verdadeiro: dormir é o segredo para consolidar as memórias de longo prazo. É o que mostram estudos diversos, como o realizado por pesquisadores da Universidade do Michigan, que concluiu que privar-se de sono piora a atividade neural de uma área do hipocampo chamada CA1, responsável pela transformação de memórias imediatas em registros de longo prazo. Ou seja, não adianta passar o dia estudando se você não se der uma noite de sono logo depois. É durante o sono, afinal, que a atividade no hipocampo ligada à memória ganha força e que o cérebro “organiza” o que deve lembrar. -
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Exercite a mente e desafie o cérebro –
Novos interesses, como começar um novo hobby, aprender uma língua ou desafiar o cérebro a desempenhar uma tarefa de forma diferente (escovar os dentes com a outra mão, por exemplo, ou andar para trás) aumentam a neuroplasticidade cerebral e, como contrapartida, podem expandir a memória. Usar uma bola de borracha e apertá-la de vez em quando (para memorizar algo e depois lembrar) também ajuda. -
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Descanse após aprender algo que quer memorizar –
Não basta apenas dormir bem à noite. A ciência concluiu, estudo após estudo, ao menos desde 1900, que a melhor maneira de reter informação (sobretudo quando são densas, complexas e em grande número) é descansar logo após apreendê-las. Não adianta ler dez horas sem parar e partir para outra atividade. Parar por dez, 15 minutos, baixar as luzes, ficar em silêncio e relaxar é a melhor dica para permitir ao cérebro memorizar o que foi aprendido — a diferença é de até 30% no resultado final, mostram estudos. Ficar no celular, checando e-mails ou vendo Instagram não é boa ideia, atrapalha o processo. Melhor ficar na contemplação. -
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Nenhuma técnica é demais –
Que tal ir além e testar técnicas para memorizar coisas momentâneas? São os “dispositivos mnêmicos”, que ajudariam, por exemplo, num teste importante. Alguns exemplos: escrever à mão os itens ou atividades a serem lembrados; visualizar (em imagens mesmo, como cômodos de um palácio) o que se quer memorizar – algo que os retóricos latinos já faziam séculos atrás; repetir (em voz alta ou no dia seguinte) o que deve ser apreendido; e socializar, ao contar aos outros, no bar ou no jantar, por exemplo, o que se aprendeu. Tudo vale à pena quando a memória é pequena.