Como ajudar durante a crise do coronavírus
Uma lista de iniciativas e instituições que podem melhorar a vida de muita gente em tempos de pandemia
Ajudar virou o verbo do momento. De acordo com o Google Trends, nunca se buscou tanto por formas de dar assistência a quem precisa. A tendência talvez não dure para sempre – mas, dadas as previsões de que a pandemia dure meses, talvez anos, elas podem fazer toda a diferença.
Em meio à crise sanitária, a desigualdade brasileira tem se destacado ainda mais. Até porque a disseminação do vírus é maior por causa dela e atinge em cheio quem não tem condições de praticar o distanciamento social.
Gama selecionou uma série de ideias e iniciativas de ajuda nestes tempos coronavírus para quem deseja colaborar.
Frente de Ajuda Aldeia Cipiá
A iniciativa se organizou para arrecadar doações para a comunidade indígena Cipiá e outras três próximas, todas situadas sobre o Rio Negro, na Amazônia, e que vivem exclusivamente de turismo e artesanato. A arrecadação será feita até dia 7 de junho por meio de doações voluntárias no valor mínimo de R$ 5. Para cada R$ 250 doados, uma fotografia impressa da preferência do doador será entregue como recompensa. As imagens cedidas foram feitas pelo fotógrafo Gleeson Paulino na própria comunidade Cipiá (como a foto acima, que ilustra esta matéria), e os fundos arrecadados (descontados as taxas administrativas de pagamento e custos de impressão) serão convertidos para a compra de itens de necessidade dos grupos indígenas. As doações são feitas pelo site.
Coletivo Arouchianos
O coletivo LGBT+ atua desde 2016 na região do Largo do Arouche, no centro de São Paulo, e dá assistência a pessoas em situação vulnerável. Durante a pandemia, eles se mobilizaram para doar cestas básicas, kits de higiene e máscaras para a comunidade LGBT+. Na página do coletivo no Facebook é possível doar qualquer valor para a compra dos itens de necessidade básica e para o acolhimento de pessoas LGBT+ que não têm acesso ao Auxílio Emergencial Federal e com mínimas condições de moradia.
Casa Chama
A organização civil de ações socioculturais com foco em artistas LGBTQIAP+ surgiu da necessidade de criar um ambiente de convívio seguro e produz de eventos culturais e grupos de estudo a projetos de cuidado e apoio jurídico. Durante a crise sanitária, a Casa Chama fez um fundo emergencial de doações para auxiliar pessoas transgênero afetadas pela pandemia. Para apoiar, é possível contactar o grupo pelo site, ou doar para o fundo.
Corona No Paredão
O projeto foi idealizado pela ONG Gerando Falcões, que atua em rede para trazer esporte, cultura, educac?a?o e qualificac?a?o profissional às favelas. A nova ação da ONG, que leva a hashtag #cestou no Instagram, trabalha para oferecer cestas básicas e comida aos mais vulneráveis durante a pandemia. O projeto contou com a ajuda de artistas por meio de um desafio, no qual obras são vendidas e o dinheiro arrecadado são convertidos para a compra de cestas básicas. É possível também doar pelo site da ONG.
Makers contra a Covid-19 e Rede de Proteção Solidária
Ambos os projetos focam na produção de máscaras para profissionais de saúde na linha de frente do combate à pandemia. As “faceshields”, um dos equipamentos de proteção individual, são produzidas em casa, com a ajuda de voluntários, ou com o auxílio de impressoras 3D, e enviadas para hospitais de todo o Brasil. Todas as informações para doar ou conseguir o material necessário para a produção das máscaras estão disponíveis no site do Maker contra a Covid19, e também no site da Rede de Proteção Solidária.
Dois Pães e Um Pingado
Jornalista e psicanalista, Julia Bandeira é idealizadora das iniciativas Mar Pela Primeira Vez e Dois Pães e Um Pingado. Ambos os projetos sociais estão voltados, durante a crise da pandemia, para o apoio de famílias vulneráveis e moradores de rua de São Paulo. As entregas de kits de higiene, doações de roupas e cestas básicas são feitas pela própria jornalista e equipe, e divulgadas em seu perfil do Instagram. Para apoiar a causa, é possível doar para qualquer um dos fundos a partir dos perfis dos projetos.
Entrega do Bem
Pequenas ações espontâneas podem virar um movimento importante de ajuda. Essa campanha incentiva a doação de comida para entregadores de delivery, que estão nas ruas se arriscando para sobreviver — e garantir o almoço de quem está confinado. A ideia é pedir um prato pelo app e avisar ao entregador (pela plataforma de mensagem do aplicativo) de que se trata de uma doação. A campanha também estimula o compartilhamento da ação nas redes sociais, para maior divulgação.
Favelagrafia
O projeto foi criado por nove fotógrafos de nove favelas cariocas. No enfrentamento da crise do vírus e seus impactos, o grupo organizou um leilão beneficente de fotografias, no qual 100% do dinheiro arrecadado será convertido em cestas básicas e kits de higiene para famílias dessas comunidades. O leilão ocorrerá no dia 28 de maio. No site Favelagrafia é possível fazer lances para as fotografias leiloadas. Além disso, em um post do grupo, incentivam também a ação de levar água e sabão para comunidades vulneráveis, e listam algumas que precisam do apoio.
Associação de Resgate à Cidadania por Amor à Humanidade
A Associação de Resgate à Cidadania por Amor à Humanidade (Arcah) é um projeto de assistência a pessoas em situação de rua – para quem o isolamento social simplesmente não é uma opção. No site da iniciativa é possível doar por meio de transferência bancária — o dinheiro arrecadado será convertido para a compra de sabonetes, álcool em gel e máscaras para quem vive nos centros de acolhida de São Paulo. No Instagram do projeto são também veiculadas lives, entrevistas e outras campanhas de apoio.
Mãos de Maria
Desde sua inauguração em 2017, o restaurante bistrô de Paraisópolis foca na geração de emprego e renda para mulheres da comunidade na área da gastronomia. Iniciativa da Associação das Mulheres de Paraisópolis, que desde 2006 busca equidade e a segurança para mulheres da comunidade, o Mãos de Maria teve sua produção afetada pela crise do coronavírus, então o grupo organizou uma campanha de entrega de marmitas gratuitas para famílias vulneráveis da comunidade. Para contribuir com a produção e a entrega das quentinhas, há um fundo de doações.
Instituto Peabiru
Organização paraense que atua no campo dos direitos sociais e ambientais dedicada à Amazônia Oriental, o instituto criou um comitê interno para a condução de ações de combate à propagação da Covid-19. Várias frentes de atuação dão apoio a comunidades quilombolas no Pará. Seu perfil do Instagram divulga diferentes campanhas de apoio a causas relacionadas ao meio ambiente.