Luiza Villaméa, autora de "A Torre", fala sobre a Ditadura Militar — Gama Revista
Por que não esquecer o golpe de 64?
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Ilustração de Isabela Durão com imagens retiradas do livro "A Torre – O cotidiano de mulheres encarceradas pela ditadura" (Companhia das Letras, 2023)

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Podcast da semana

Luiza Villaméa: "A Torre foi o espaço prisional que mais abrigou presas políticas do Brasil"

Autora de livro sobre cárcere no centro de São Paulo que abrigou mulheres entre 1969 e 1973, entre elas a ex-presidente Dilma Roussef, ouviu mais de cem pessoas para desenhar o cotidiano com regras próprias que se criou dentro do espaço

Isabelle Moreira Lima 31 de Março de 2024

Luiza Villaméa: “A Torre foi o espaço prisional que mais abrigou presas políticas do Brasil”

Isabelle Moreira Lima 31 de Março de 2024
Ilustração de Isabela Durão com imagens retiradas do livro "A Torre – O cotidiano de mulheres encarceradas pela ditadura" (Companhia das Letras, 2023)

Autora de livro sobre cárcere no centro de São Paulo que abrigou mulheres entre 1969 e 1973, entre elas a ex-presidente Dilma Roussef, ouviu mais de cem pessoas para desenhar o cotidiano com regras próprias que se criou dentro do espaço

Entre 1969 e 1973, uma construção centenária conhecida como “a torre das donzelas” abrigou pelo menos 132 presas políticas da ditadura militar brasileira. A construção ficava no centro de São Paulo e, para lá, eram encaminhadas mulheres consideradas subversivas que em sua maioria tinham sobrevivido a terríveis torturas. Com idade entre 18 e 55 anos e vindas das mais diversas origens, de operárias a esposas de industriais, essas mulheres construíram uma comunidade com regras próprias que foram se desenhando ao longo dos meses.

Após uma extensa pesquisa documental e entrevistas a mais de cem fontes, a jornalista e escritora Luiza Villaméa contou a história do dia a dia desse cárcere, apresentando as personagens que ali passaram em seu livro “A Torre — O cotidiano de mulheres encarceradas pela ditadura” (Companhia das Letras, 2023). “A Torre foi o espaço prisional que mais abrigou presas políticas do Brasil”, diz Villaméa em entrevista ao Podcast da Semana, da edição sobre 60 anos do Golpe Militar.

 Companhia das Letras

Entre as encarceradas da Torre, estava a ex-presidente Dilma Rousseff, então estudante de economia. De acordo com o livro, Rousseff foi responsável por muitos apelidos das detentas, algumas usam os apelidos até hoje, inclusive em seus emails.

Além de estudantes, havia professoras e muitas intelectuais no cárcere, algo que, segundo Villaméa, espelhava um pouco o que era a militância da época. “Não podia pensar muito que você era preso. Se pensasse e ajudasse alguém, você estaria lascado”, conta.

 Divulgação

Nesta edição do Podcast da Semana, a autora conta algumas das histórias das presas e fala sobre como foi entrevistar (e reentrevistar) mais de cem pessoas que ajudaram a montar o quebra-cabeças que forma “A Torre”. “Em algumas dessas entrevistas, houve momentos que foram de silêncio profundo”, afirma no Podcast da Semana.

Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima

No link abaixo e também no Deezer, no Spotify, no Apple Podcaste no Google Podcast, você escuta este episódio.