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Semana"O pedido vem e a gente nem sabe o que é. Aceita porque está desesperado para sobreviver"
Paulo Galo, líder dos Entregadores Antifascistas, que reivindica mais direitos para os entregadores de aplicativos de delivery, fala sobre a luta da categoria e a uberização do trabalho
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Semana“O pedido vem e a gente nem sabe o que é. Aceita porque está desesperado para sobreviver”
Paulo Galo, líder dos Entregadores Antifascistas, que reivindica mais direitos para os entregadores de aplicativos de delivery, fala sobre a luta da categoria e a uberização do trabalho
O entregador Paulo Lima, 32, só foi assumir o apelido Galo de Luta, pelo qual é mais conhecido hoje, depois de vê-lo estampar o título de uma matéria sobre sua trajetória. A partir dali, algumas pessoas começaram a reconhecê-lo na rua e chamá-lo de Galo, e Paulo acabou ganhando um novo sobrenome. Morador de Jardim Guarau, na periferia da zona oeste de São Paulo, onde ocupa um mesmo terreno com a esposa, a filha, os pais, a avó, além de tias e primos, Galo hoje é o líder do grupo Entregadores Antifascistas, que tenta organizar a luta por mais direitos dentro da categoria.
De ascendência baiana, o paulistano passou a infância ao lado dos pais “dentro da mata”, na Serra de Santos, onde ajudava os dois floristas a colher as plantas que mais tarde iam vender no Ceasa. Na adolescência, o sonho de ser cantor de rap foi o que acabou ajudando a politizá-lo. “O pessoal me passava livros sobre Malcolm X, ‘As Veias Abertas da América Latina’, do Eduardo Galeano, uma biografia do Che. Comecei a ler essas coisas porque aquilo era necessário para escrever rap.” O álbum “A Peste Negra do Nordeste”, do grupo de rap maranhense Clã Nordestino, lhe apresentou conceitos que eram até então alienígenas, como comunismo, conflito de classes, luta anti-imperialista e soberania nacional. “Isso acabou dando um parâmetro muito forte para as ideias que tenho hoje.”
Galo largou a escola no terceiro ano do ensino médio. Começou a trabalhar desde cedo, fazendo bicos como servente de pedreiro, ajudante e vendedor de rua. O primeiro trabalho com carteira assinada veio em 2012, como motoboy. Porém, depois de sofrer dois acidentes, acabou achando que aquela vida não valia mais a pena e largou o trabalho para trabalhar como camelô.
“Em 2017, arrumei um trampo de técnico de telecomunicações. Minha filha nasceu no final do ano e me mandaram embora na mesma época. Estava desesperado”, conta. Ele até tentou segurar a onda fazendo bicos, mas não foi suficiente. Em 2019, ao tentar voltar a trabalhar de moto, encontrou um cenário muito diferente do que conhecia. “Os trabalhos de motoboy eram muito poucos. O que tinha era aplicativo.”
Depois de viralizar, em março de 2020, com um vídeo denunciando um bloqueio que considerou injusto por parte de um aplicativo, Galo apareceu na mídia com um vídeo feito pelo The Intercept, durante um ato pró-democracia em junho do ano passado. O entregador, que disse ter sido bloqueado de todos os aplicativos depois disso, ajudou a criar então os Entregadores Antifascistas, que hoje contam com cerca de 350 integrantes em todo o Brasil. O movimento foi o principal responsável pelos Breques dos Apps, paralisações organizadas por entregadores de aplicativos de delivery em protesto por mais direitos e melhores condições de trabalho.
“Muita gente não virou antifascista, mas entendeu que greve é um instrumento de luta. Já largaram essa ideia de que são empreendedores. Somos trabalhadores e temos que lutar”, afirma Galo, que enfatiza a dificuldade de trabalhar de estômago vazio enquanto se carrega comida nas costas. Em entrevista a Gama, ele conta um pouco dessa história, fala também sobre a política do cotidiano e a uberização que tem dominado o mercado de trabalho.
Entregadores de aplicativos protestam por melhores condições de trabalho no Rio de Janeiro, em julho de 2020
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G |É muito diferente o trabalho de motoboy e entregador de aplicativo?
Paulo Galo |Quando motoboy, você tem seu serviço específico. Não tem problema de espera, porque a coisa está ganha. Em determinado restaurante, vai trabalhar das 19h até a meia-noite e levar uns R$ 120 reais ou mais, além da janta. Nos aplicativos, você não ganha a alimentação nem a diária, só a taxa crua. Isso fora as coisas que você vive. No começo, me colocaram para entregar droga sem eu saber. Fui pegar uma pochete na Faria Lima para entregar no Morumbi. Eu desconfiei e acabei descobrindo o que era. Fiquei com medo de acharem que era meu. Tinha dia em que eu passava 12 horas na rua para ganhar 60 conto. Você só ganha mais quando tem enchente. Nos dias em que está tudo alagado e as pessoas não querem trabalhar, eles pagam uns R$ 5 a mais por entrega. Aí os entregadores saem correndo no meio da chuva para fazer mais dinheiro.
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G |Como começou sua luta dentro da profissão?
PG |Fiz um vídeo que viralizou. Ali falava sobre como era difícil levar comida nas costas de barriga vazia. Só que esse vídeo, apesar de não ser a intenção, tem um tom assistencialista, de que estava precisando de ajuda. Aí começou a aparecer um pessoal querendo doar dinheiro, partidos políticos de centro-direita oferecendo propostas para me candidatar. Eu não queria isso. Essa necessidade de não lutar sozinho me fez ir atrás de outros entregadores para criar o movimento. Na época, teve a morte do George Floyd nos EUA e o ato antifascista no Largo da Batata. Convidei alguns entregadores para ir até a Paulista e outro vídeo meu apareceu no The Intercept. Quando perguntaram o nome, não tinha pensado em nada e acabei falando “Entregadores Antifascistas”. Aí o movimento surgiu. O apelido Galo de Luta surgiu a partir de uma entrevista comigo na UOL, que tinha esse título. As pessoas começaram a me chamar assim, dei esse nome no Twitter e acabou pegando.
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G |Como os partidos políticos te abordaram?
PG |Era uma coisa escrota. O PMN foi o primeiro a me chamar para uma reunião. Queriam que eu fosse uma representação na periferia de esquerda como vereador. Parecia um circo, um bagulho estranho. Depois veio um pessoal do PTB e de outros partidos, que olharam uma pessoa pedindo ajuda e acharam que iam dominá-la pelo assistencialismo. Em determinado momento, ligou o Luciano Huck querendo dar uma de herói. Minha ideia não era assistencialismo, mas a luta. Num segundo vídeo, eu falava que nós não éramos empreendedores, e sim força de trabalho. Acho que ali entenderam que eu estava querendo organizar, mudar as coisas mesmo.
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G |Esse modo combativo mudou sua relação com os aplicativos?
PG |Fiz esse primeiro vídeo de revolta porque fui injustamente bloqueado no Uber Eats. Depois saí na revista Exame e fui bloqueado “de forma branca” no Rappi e iFood. Bloqueio branco é não ser oficialmente bloqueado, mas você não recebe mais pedidos. Fica na rua o dia inteiro e não chega nada. No iFood, se você recusa mais de três pedidos, te bloqueiam de forma branca por algumas horas. E, se você faz greve ou se manifesta, te bloqueiam por meses ou até anos. Me procuraram para fazer uma reunião com o CEO do iFood, mas acabou não rolando. Seria de portas fechadas, e eu não queria dessa forma. Acabou surgindo a greve e, a partir disso, a coisa foi ampliando.
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G |Que conquistas o movimento teve até hoje?
PG |As conquistas vêm no sentido de organizar os camaradas. Muita gente gosta de comparar nossa luta com o que os metalúrgicos fizeram nos anos 1980. São duas coisas diferentes. Naquela época, os operários tinham um trabalho. Quem estava organizando os trabalhadores já estava em cima de uma demanda, de uma renda. Hoje você precisa criar o trabalho para depois organizar os trabalhadores. Se você tenta fazer isso dentro dos aplicativos, vem o bloqueio. Quem aceita participar de um movimento se vai ficar sem trampo amanhã? A coisa não funciona. O processo de desinformação que vivemos é enorme. Explicar o antifascismo é tarefa árdua. Os trabalhadores acham que o sindicato e a esquerda são corruptos. Tem a questão política, o fato de muitos estarem se achando empreendedores, o confronto com a esquerda, que a mídia criou. A forma que encontro para explicar é que a esquerda é contra o patrão e a direita a favor. Mas na esquerda tem um monte de gente que é paga-pau de patrão. Aí dá até vontade de xingar a esquerda também. Muita gente não virou antifascista, mas entendeu que greve é um instrumento de luta. Já largaram essa ideia de que são empreendedores. Somos trabalhadores e temos que lutar. O tempo vai modelando cada vez mais esses entregadores. O entregador já entendeu que antes dos aplicativos também tinha trampo, que eles não estão ajudando ninguém, mas se ajudando. Essa compreensão para mim já é uma grande vitória.
Membros dos Entregadores Antifascistas e do MSTC (Movimento Sem-Teto do Centro) posam juntos Foto: Instagram/@galodelutaoficial
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G |Qual a grande luta atualmente?
PG |A ideia de que você é o patrão de si mesmo hoje é uma grande falácia. Queremos tornar isso verdade, montar a cooperativa e mostrar para os trabalhadores que existe a força de trabalho sem o patrão. O patrão é que não existe sem a força de trabalho. Queremos lutar para existir paralelamente nesse mercado que nos é imposto.
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G |Muitos entregadores se recusam a participar do movimento? Por quê?
PG |A mídia vendeu que, se você é de esquerda, quer botar os bandidos na rua e transformar o Brasil em Cuba. Cuba não tem as favelas que o Brasil tem, não tem tantos moradores de rua nem os esgotos a céu aberto. Cuba tem alguns dos melhores médicos do mundo, tem vacina… É por isso que tanta gente de esquerda, e eu mesmo, gostam de Cuba. Isso afasta as pessoas porque os entregadores não conseguem assimilar. Mas muito entregador deixou de ser bolsonarista para ser antifascista. Na “motociata” do Rio, teve gente que me ligou para perguntar se devia ir. “Você sabe que votei nele, mas não concordo mais etc.” Ou seja, a coisa é lenta, mas é gigante. Os Entregadores Antifascistas não são o movimento mais fácil de se fazer parte. Somos uma panela de pressão. Ou você vai se transformar num entregador de luta ou não vai aguentar e sair fora. Não queremos crescer amanhã. O MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) é uma das nossas maiores referências. Eles não começaram do tamanho que têm hoje, mas cresceram saudáveis. Tinha gente falando que eu era um ator contratado pelo Intercept para introduzir ideias comunistas entre os motoboys, que estava usando os entregadores para me lançar numa candidatura… Várias histórias que foram caindo. Quando a verdade vem, a mentira deixa de fazer sentido. Por quanto tempo essa mentira de que o socialismo é ruim para os trabalhadores vai se sustentar? O mal de quem está em cima é achar que quem está por baixo é burro.
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G |Como você enxerga o protagonismo que ganhou nessa luta?
PG |Vejo o lado bom e o tóxico também, se não tomar cuidado. A coisa pode virar personalista e eleitoreira. Se for levando da forma certa, você consegue ampliar o movimento, articular coisas melhores, fazer a coisa acontecer. Se se deixa levar, vira um produto numa prateleira.
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G |O movimento é político?
PG |Tudo é político, eu não faço essa divisão. Essa coisa que se criou no Brasil de que política é um cara que vai lá e se candidata a um cargo é o que está acabando com a gente. A dona Maria, o seu João, o borracheiro e o mecânico são todos políticos. Se não, temos que acreditar que os caras que ganham eleição vão fazer política por nós. Eles são só uma parte da organização política. O pessoal não enxerga a política do povo. Uma mãe na favela com sete filhos para criar. Um deles pega escabiose e passa para os outros. Imagine que a favela inteira se junta para ajudar aquela família. Essa não é a melhor política? Somos vistos como movimento político porque nos colocamos assim. Os Entregadores Antifascistas queremos que os outros entregadores entendam isso. Somos seres políticos e vamos transformar. Só precisamos entender que peças somos, em que tabuleiro estamos e que estratégia vamos aplicar para ganhar o jogo.
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G |O que precisa mudar nas regras dos aplicativos hoje?
PG |Eles tinham que dar alimentação e pagar as ferramentas de trabalho do entregador. É preciso colocar gasolina, trocar pneu. O aplicativo não ajuda em nada. Na rua, o entregador não tem nem onde esquentar uma marmita. Eles vendem comida, não podiam dar um bônus para que o trabalhador fosse a algum restaurante? Ou levar a moto a uma oficina, abastecer num determinado posto de gasolina? Essas são as coisas mais urgentes, deixar as duas ferramentas — o corpo humano e a moto — saudáveis.
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G |Conforme o movimento vem ganhando visibilidade, os aplicativos têm dado mais respostas às reivindicações?
PG |Não. O plano é justamente fazer esse modelo dar certo para que avance para outras categorias. Vale inclusive para vocês jornalistas. Qualquer dia, vai surgir um aplicativo que te manda uma pauta e você vai ter cinco segundos para aceitar. Se não, o jornalista do lado aceita. O pedido vem e a gente nem sabe o que é. Aceita porque está desesperado para sobreviver. A uberização é um desdobramento da revolução industrial, que começou na cidade e foi avançando para o campo até dominar tudo. A uberização também vai dominar tudo. Não estou criticando a tecnologia, mas quem se apodera dela. Se for bem utilizada, a tecnologia ajuda muita gente, mas se não, serve para deixar os ricos mais ricos e os pobres mais pobres. Os aplicativos gastaram mais de R$ 1 milhão para fazer comercial no intervalo do Jornal Nacional, dizendo que ajudam os entregadores. Ou seja, preferem gastar com marketing para limpar a imagem do que em propostas para ajudar os entregadores. O Brasil é o país do parecer ser. Se parece que é justo, é justo.
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G |Dá para lutar contra o processo da uberização?
PG |É um processo sem volta. O que precisa fazer é regulamentar, não deixar a coisa correr solta, porque senão a gente volta à escravidão. Existem políticos mais preocupados em criar um projeto de lei que naturaliza essa exploração do que um que a impeça. O projeto da deputada Tabata Amaral (sem partido) [que estipula um valor mínimo por hora, além de férias e seguro-desemprego para a categoria] é mais um que naturaliza essa exploração. O Reginaldo Lopes (PT-MG), um deputado do Partido dos Trabalhadores apoia um projeto como esse. Tentei entrar em contato e ele nem me deu atenção. Se a gente for acreditar que só esses caras são políticos, estamos ferrados. Se você é um porcão capitalista e quer ficar mais rico, está pouco se lixando para o que acontece no mundo. Os caras olham para esse negócio como uma mina de outro. Não precisa se preocupar com acidente. Se o entregador morrer ou perder a perna, dane-se. Em 2019, teve entregador em São Paulo que morreu de hipotermia enquanto pedia ajuda no aplicativo. Olha que bacana, não precisar se preocupar com esse B.O. Os caras pensam em números, em não ter que pagar.
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G |A pandemia tem feito esse modelo e relações de trabalho mais distanciadas avançarem?
PG |Neste momento, se fez necessário. Quando passar, muita coisa vai continuar. Já tem aplicativo de médicos. Você paga uma mensalidade muito barata, e aí, quando vai fazer uma consulta, paga um pouco a mais. Só que o médico sempre desmarca, porque deve ganhar muito pouco. Tem empregada doméstica por aplicativo, catador de lixo, uma série de coisas. O que também vem forte são os Correios. Quando privatizarem, vão se transformar num aplicativo, com gente ganhando 50 centavos para cada carta que entregar. O carteiro vai trabalhar muito mais ganhando menos. A ideia que se vende é que, se você estudar, trabalhar e se esforçar, vai chegar lá. Aí, basta entregar o chicote para o trabalhador que ele começa a bater nas próprias costas.
Entregador de delivery se equilibra sobre moto durante protesto da categoria por melhores condições de trabalho, em julho de 2020
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G |Hoje como é seu trabalho?
PG |Continuo como entregador e motoboy, só que não pelos aplicativos. Mesmo que me desbloqueassem, não teria coragem de voltar. Os caras têm controle total, sabem onde você está e podem te mandar para onde quiserem. O aplicativo sabe quando você está voltando para casa desanimado. Se ele precisa que você não pare, quando está chegando, te manda fazer uma entrega de R$ 20. Aí, mesmo cansado, você volta a trabalhar e estica até as três da manhã. Olha o nível de controle que eles têm. Dizem que você pode montar seu horário. Mas, se você decide ficar mais tempo brincando com sua filha e ele precisa de você, o aplicativo te paga um pouco mais por entrega. Aí você sai e deixa sua filha para trabalhar. Sem contar a coleta de dados. Sabem o seu perfil, como você trabalha, o que te irrita, o tipo de cliente que te dá notas baixas. Através desses dados, eles sabem por quanto tempo conseguem te explorar antes de você explodir. A pior corrente é aquela que parece não existir. Se você não vê, como vai lutar contra? Se parece que é empreendedorismo, quem vai querer ser contrário?
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G |As empresas de aplicativos dizem investir milhões na saúde e bem-estar dos entregadores. Como você enxerga essas alegações?
PG |Capitalismo verde, liberal. O liberalismo agrada os hippies nos costumes e os patrões na economia. Ou seja, se puder plantar uma árvore para ninguém encher meu saco, eu planto. Se não, meu valor cai na Bolsa. Eles sabem que existe um público que precisa que as coisas sejam corretas para consumir. Um povo da esquerda ama a Magazine Luiza. Eu odeio. Dane-se se contrataram funcionários pretos. Eu sei porque fizeram isso, ninguém é besta. É para ganhar dinheiro lá na frente, não porque querem ajudar o movimento antirracista. Você acha que o McDonald’s usa canudo de papelão porque está preocupado com o meio ambiente? Por isso disse que, se não tomar cuidado, eu também viro produto. Até esta entrevista pode virar produto. O iFood só fazia comercial na Globo. Aí a Record fez uma entrevista comigo. Isso é uma forma de dizer que, se o iFood não fizer comercial ali também, vão colocar o Galo para ficar xingando. É preciso aprender a lutar contra isso, senão vamos virar zumbis, achando que sabemos aonde estamos indo e o que estamos fazendo. Mas não, somos controlados em tudo. Falando como ser humano, sinto que cada vez temos menos controle de nós mesmos.
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G |Neste momento de desemprego alto e crise econômica, quais as perspectivas para o mercado de trabalho no Brasil?
PG |Podemos esperar problema e tragédia. Mesmo que a gente troque de governo, o neoliberalismo não vai embora. Cai Bolsonaro, mas o neoliberalismo não cai. Não é derrotismo, mas sim realismo. Temos que lutar, não ficar esperando que a coisa vá melhorar. Não estou desencorajando ninguém a votar. Tem que votar em quem acredita que vá fazer as coisas melhores para você. E na direita não tem ninguém que está pensando em ajudar trabalhador, não. Mas também temos que acreditar mais em nós do que neles. Eles precisam ter medo da gente. Dona Maria é um ser político, a ponto de candidato ter que ir de joelhos até ela pedir voto. Ela só precisa entender o poder que tem.
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CAPA Onde você trabalha?
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