Você precisa conhecer estes fotógrafos

Além dos profissionais mais conhecidos da fotografia, há toda uma geração muitas vezes escondida entre os milhares de perfis das redes sociais. Gama pediu a curadores de arte, jornalistas, maquiadores e diretores de arte e criação a indicação de perfis que descobriram recentemente nas redes. Confira.

Casper Sejersen

Indicação de Antonio Frajado, stylist

O fotógrafo dinamarquês construiu sua reputação em cima de imagens oníricas, absurdas e muitas vezes perturbadoras no campo da moda comercial e editorial, bem como em seu trabalho pessoal. Sejersen já colaborou para as revistas New York Times Style e Purple, e até o Harry Styles foi um de seus modelos, para uma edição da revista Beauty Papers. Um dos seus trabalhos mais falados foi uma série de retratos do elenco de “Ninfomaníaca” (2013), uma série que ficou conhecida como “orgasm portraits”.

Rodri Mattos

Indicação de Luciano Schmitz, diretor de criação

“Acho que a linguagem dele tem uma coisa muito brasileira, que às vezes até remete aos grandes nomes, como Walter Firmo, Miguel Rio Branco, Luiz Braga. Evidentemente ele trabalha com essa saturação, essa vontade de buscar uma luz brasileira, contrastada, trabalhando com silhuetas, com volumes e sempre com uma identidade muito forte da cor. Não é um fotógrafo purista, então tem um pós-tratamento, às vezes de recortar as imagens, por exemplo. Tem uma intenção plástica de ir além da fotografia, trabalhar com o desenho das imagens. Tem uma novidade no tema, no jeito de retratar as pessoas e o que está ao redor dele. Acho que é aí que reside muito da força dele. Eu sou muito fã.”

Alexia Fiasco

Indicação de Ana Arieti, cenógrafa

Nascida em 1990 na França, a fotógrafa é filha de pai africano (de Cabo Verde) e mãe metade francesa, metade guadalupense. Foi criada em uma comunidade de Paris chamada Seine-Saint-Denis, local que, no começo dos anos 2000, foi palco de diversas manifestações e conflitos contra o tratamento desigual do governo às populações imigrantes e pobres. Fiasco cresceu sem se ver representada na grande mídia, e um pouco mais velha resolveu estudar artes plásticas e, em seguida, cinema e fotografia. Ela diz que, por mais que não soubesse na época, queria ter o poder de representar pessoas como ela em suas imagens.

Sobre o trabalho de Alexa Fiasco, Ana Arieti comenta: ”Amo os retratos, acho que a luz que ela usa me emociona, os sujeitos e personagens das fotos também me interessam. É o tipo de imagem que me deixa esperançosa. Acho novo, meio raw, amo as cores…”

Dana Trippe

Indicação de Dindi Hojah, maquiador

“O que me chama a atenção é, primeiro, que ela acaba representando uma cena específica, tanto pelo trabalho quanto pelas pessoas com quem trabalha, como Willow Smith, Demi Lovato, quanto por um flerte com a cena pop punk e pós-emo em Los Angeles. Dá pra perceber que ela está nessa onda, mas de uma forma muito moderna, sem ser clichê, tosco ou nostálgico, e sim numa linguagem contemporânea. Outro ponto que chama minha atenção é que ela não acaba na fotografia. É um trabalho que exige que o artista seja muito, muito, muito completo, porque tem um envolvimento na direção de arte, na pós-produção, o tratamento de cor é muito específico e isso mostra que ela é muito mais completa. É um trabalho de direção artística mesmo.”

Olgaç Bozalp

Indicação de Rafaela Ranzani, diretora de arte da Gama

Considerado um artista multidisciplinar, Olgaç Bozalp é turco e cresceu na cidade de Cônia, mas hoje vive em Londres. Além da fotografia, trabalha com filme, direção de arte e instalações. Desde 2015, faz diversas viagens pela Ásia, Oriente Médio e partes da África na busca por imagens que desafiem noções ocidentais hegemônicas de beleza e individualidade. Formado em teatro, busca explorar a identidade cultural de diferentes povos em seu trabalho.

Labo Young

Indicação de Carolina Lauriano, curadora de arte

Artista visual e stylist, vive em Icoaracy, distrito de Belém do Pará. Seu trabalho foca na potência da cultura amazônica e na importância da transmissão de saberes ancestrais em sua família. Em suas imagens, utiliza plantas, palhas, sementes de árvores, na tentativa de ressignificá-los e transformá-los em roupas e acessórios. Já expôs seu trabalho no IMS, na capa da revista Le Monde e até a Anitta já posou com uma de suas criações.

Lorena Dini

Indicação de Mariana Simonetti, editora-assistente de arte da Gama

A fotógrafa mineira reúne em suas imagens diferentes referências, entre cinema e arquitetura, passando por design e música. Já produziu campanhas para diversas marcas, como Puma, Pantys, Arezzo e Avon, além de ter fotografado capas de disco de artistas. Formada em arquitetura e urbanismo, vive em São Paulo há seis anos e é conhecida por seus editoriais de moda e retratos.

Melissa de Oliveira

Indicação de Chantal Sordi, jornalista de moda:

“Comecei a seguí-la depois que a conheci fazendo uma reportagem, e me encantei muito. Ela começou a fotografar no Morro do Dendê, no Rio de Janeiro, e passou a registrar o dia a dia da comunidade. Mostra os cabelos, as roupas, as marquinhas de biquíni, todo esse estilo que vem da favela carioca que é muito autêntico. Acho que a Melissa sabe registrar essa autenticidade de uma forma incrível e poderosa. As fotos dela tem um impacto muito grande, pelo menos me impactou muito e eu amo seguir o perfil dela.”

Edvaldo Raw

Indicação de Hanna Batista, diretora de cena

“O que me chamou a atenção foi como ele aborda a estética preta. Tem uma poesia ali que dialoga um pouco com o meu trabalho também, e curto como ele se aproxima das pessoas. Esteticamente falando, gosto do olhar empoderador que ele coloca, e de como ele é um multiartista. Ele consegue atuar na direção de cena e na fotografia ao mesmo tempo, então tem um olhar mais profundo. Admiro demais.”

Nico Mascarenhas

Indicação de Vale Saig, beauty artist

Artista não-binário, Nico Mascarenhas é um diretor baseado em São Paulo. Foi um dos nomes por trás de campanhas como Doritos Rainbow, Gucci Glamour e Youtube Shorts. Também participou da concepção e direção criativa do clipe “AMEIANOITE”, de Gloria Groove e Pabllo Vittar. Em seu perfil do Instagram, compartilha alguns projetos e fotos documentais. “Gosto muito do olhar sensível e da proposta estética”, comenta Saig sobre o trabalho de Mascarenhas.

Pedro Pinho

Indicação de Luigi Torre, editor de moda

O fotógrafo paulista cresceu em um ambiente altamente conservador, marcado pelo evangelismo. E encontrou nas raves seu espaço de expressão artística, além da resposta para várias questões internas, relacionadas ao corpo, ao desejo, à sexualidade. A publicação i-D produziu uma reportagem sobre as fotos de Pinho na cena queer das raves – onde ele encontrou certa dose de fé. Já colaborou para a Vogue Brasil, o festival Batekoo, a revista Made In Brazil, entre outros.