Podcasts e reportagens para motivar a rotina de exercícios

Nesta reportagem do New York Times, a jornalista e especialista em cultura fitness Danielle Friedman fala da década que mudou para sempre a percepção dos americanos sobre o condicionamento físico e o bem estar. Se em 1972 mal existiam academias e os tênis ainda não eram acolchoados, em 1982 pelo menos metade dos estadunidenses dizia praticar exercícios físicos regularmente. Essa mudança radical é explicada por cinco tendências que marcaram a época: as corridas leves, o jazzercise, o yoga, o bodybuilding e os treinos gravados de Jane Fonda. Além de explorar cada uma dessas modas, o texto é ilustrado por capas de livros, fotos e vídeos de um rico acervo visual.

Apesar dos benefícios que promete, o mundo fitness pode ser enganoso e individualizante, segundo Bruno Gualano, professor do Centro de Medicina do Estilo de Vida da Faculdade de Medicina da USP. Ao podcast da Gama, ele fala da relação direta entre o neoliberalismo e as diferentes tendências e produtos que prometem o corpo perfeito. Integrante da Academia Brasileira de Ciências e coordenador do Laboratório de Avaliação e Condicionamento em Reumatologia (HCFMUSP), ele também aborda os remédios usados para combater a obesidade e a necessidade de políticas públicas que incentivem os exercícios físicos.

Também em contraponto a cultura fitness atual, Mark Greif escreveu para a revista piauí o ensaio “Abaixo a Academia”. Ele questiona como as academias se inserem em uma cultura de autocontrole e individualismo extremo, onde a busca pelo corpo ideal muitas vezes é maior do que qualquer benefício para a saúde. Ao longo do texto, traça paralelos com a história da disciplina corporal, explorando como o culto ao fitness reflete valores enraizados na sociedade contemporânea, como a produtividade e a eficiência.

Como a cultura do corpo gay influenciou os padrões modernos de toda sociedade? Partindo da própria experiência, Mark Harris explora a evolução dessa perspectiva desde os anos 1970. Inicialmente uma resposta à marginalização, a musculação e a preocupação com a aparência física transcendaram a comunidade gay e caíram nas garras da cultura popular. No artigo da New York Times Style Magazine, Harris também examina as influências da era digital e o impacto do culto ao corpo na saúde mental e no bem-estar.

Cada vez mais comuns, a proteína em pó é realmente necessária? Especialistas dizem que é “uma opção conveniente para pessoas com estilos de vida agitados ou com acesso limitado a fontes de alimentos integrais”, nesta reportagem da BBC. O texto explora as contaminações que já foram encontradas nestas fórmulas e responde qual é a quantidade ideal para ganhar músculos, ressaltando os perigos do consumo excessivo. “Procure proteínas em pó que contenham ingredientes de alta qualidade e o mínimo de aditivos, cargas ou adoçantes artificiais”, aconselha a nutricionista Lauren Manaker.

Não é só entre adultos que a cultura fitness está em alta, como investiga a reportagem da Gama desta semana, sobre adolescentes. No Portal Lunetas, as repórteres Camilla Hoshino e Beatriz Carneiro mostram como a obsessão pelo corpo perfeito chegam também às crianças pelas redes sociais. Pediatras abordam o exercício desejado para esta faixa etária: é bom que a criança pratique, pelo menos, 30 minutos de atividade física, cinco vezes por semana, como brincar ao ar livre. A reportagem traz ainda exemplos de crianças com boa relação com o esporte e dicas de alimentação, por onde a preocupação com a saúde do corpo deve começar.

Fernanda Queiroz defende que o melhor momento para começar a se exercitar é sempre agora — mesmo que mudanças de estilo de vida sejam mais planejadas em inícios de novos ciclos, como no ano novo. Neste episódio do Podcast da Semana, ela, que é personal trainer há 20 anos, indica jeitos de começar: “O exercício bom é aquele exercício que você faz. É muito mais fácil fazer alguma coisa que você gosta do que o que não gosta”. A profissional também alerta sobre o perigo da comparação com corpos irreais mostrados nas redes sociais.

Para os interessados pelos mecanismos do corpo, vale conferir este episódio do programa Curioso por Ciência, da Rádio USP, que informa sobre a troca química entre músculos e ossos. Na pesquisa apresentada, foi testado um dos sistemas responsáveis por essa comunicação, o RANKL, que foi inserido em camundongos: eles se exercitarem por 21 dias e apresentarem um aumento de uma enzima que está associada à produção de energia nas células. “[Essa descoberta] pode abrir novas maneiras de entender como ossos e músculos conversam entre si e como podemos usar essa informação para melhorar a saúde dos músculos.“

Um dos mais conhecidos médicos comunicadores do Brasil, Drauzio Varella já explorou, em seu podcast, o impacto da musculação na saúde. Nesta entrevista com o doutor em fisiologia e especialista em educação física Ricardo Zanuto, são abordados: o processo de perda de massa muscular (e quando ele acontece), a relação entre atividade física e o psiquismo, como evitar lesões, entre outros temas relevantes.

Mesmo depois de entender todos os benefícios das atividades físicas, ainda é difícil inseri-las e mantê-las na rotina. Se esse é o seu caso, estas 5 dicas da Gama podem te ajudar. Buscar o exercício que te dá prazer, iniciar com calma e procurar práticas que caibam no seu cotidiano (e no bolso) são alguns dos conselhos dados por especialistas, que você pode entender melhor aqui.