Poltrona Tripé

O que é

Uma poltrona, inspirada na cultura brasileira, feita de conduíte metálico e couro-sola. Possui apenas três apoios e um “assento-encosto”, que remete a uma rede por ser fixado só nas extremidades, deixando um tecido solto para apoiar o corpo. “Nos navios gaiola que navegam os rios do norte do país, as redes são ao mesmo momento o leito e a poltrona. A adere?ncia ao corpo e o seu movimento fazem dela um perfeito objeto de repouso”, dizia a primeira edição da revista Habitat +.

Quem fez

A arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi foi quem desenhou a poltrona, projeto do seu Studio de Arte e Arquitetura Palma. Em 1946, aos 32 anos, Lina saiu da Itália com o marido, Pietro Maria Bardi, e veio para o Brasil. O que era para ser só uma viagem de negócios se transformou em mudança, primeiro para o Rio de Janeiro e depois para São Paulo, onde se estabeleceram em 1947. No ano seguinte, a arquiteta se juntou ao também arquiteto Giancarlo Palanti para montar o Palma. A dupla usava madeira, couro e fibras naturais para produzir móveis de linhas simples e adaptados ao clima dos trópicos ao mesmo tempo que utilizava referências industriais e tubulares, aço e vidro. Diferentemente do padrão da época, que exaltava o estilo colonial, Lina e Giancarlo buscavam inspiração nas culturas indígena, africana e sertaneja – por isso o uso do couro, do sisal e de fibras naturais e o formato de rede.

Por que são desejadas

A poltrona tripé é um símbolo do que foi o trabalho de Lina Bo Bardi com o desenho industrial, mas também da liberdade com que a arquiteta criava. Ela mistura elementos industriais, como o metal, com materiais naturais, num desenho que remete à cultura popular e ao artesanato. E se adapta ao corpo de quem senta — em vez de obrigar que o corpo se adapte a ela.

Como comprar

A Etel fez uma reedição de móveis criados por Lina em 2015. A Poltrona Tripé pode ser pedida pelo site da marca. Já a Apartamento 61 ainda tem duas unidades de uma reedição de 1990 da Nucleon 8.