Quantos filmes, séries e minisséries já foram feitos sobre Catarina II da Rússia, a Grande, a czarina iluminista que transformou o país no século 18? De Marlene Dietrich a Helen Mirren, incontáveis atrizes já encarnaram a personagem, que é encantadoramente feminista muito antes de qualquer manifestação clara pelo voto ou pela liberação feminina. A novidade de "The Great" (2020), nova série que conta a história de como uma menina aparentemente romântica toma o trono do marido, é a oportunidade de ouro dada a Elle Fanning, atriz que vive a protagonista, de fazer uma Catarina mais bem humorada, quase amalucada, que vai da inocência a Maquiavel sin perder la ternura. A série é uma invenção em cima do que conta a história, com personagens modificados, mais força nas tintas, e um timing de humor perfeito. Pedro, o marido de Catarina, por exemplo, une sadismo à autoestima do homem hétero branco que usa um colar de pérolas rebuscado para sentir-se mais próximo da mãe. A corte russa bebe vodca e quebra taças sem parar, o sexo corre solto em qualquer lugar do palácio, e os sacerdotes recorrem a cogumelos alucinógenos para ter visões mais claras sobre o que deve ser feito para o bem da Rússia. Disponível no StartzPlay, vale a assinatura e, como dizem por lá, huzzah!
A realidade do isolamento tornou o toque proibido, mas não foi capaz de apagar o tesão. Talvez tenha sido a abstinência o que fez com que se pensasse ainda mais em sexo. Corpos solitários e excitados passaram a se aventurar na busca pelo prazer em um novo contexto, o da tecnologia. Vibradores, festas virtuais, webnamoros e sexting foram amplamente testados – tudo para conseguir gozar sem furar a quarentena. Estudiosos já previam: é o futuro do sexo. A partir desse tema, o especial do UOL, dividido em quatro partes e ilustrado com quadrinhos intercalados por textos e entrevistas com especialistas da área, versa sobre as novas maneiras de se relacionar e chegar ao prazer.
Não se trata de um lançamento, mas de um bálsamo para quem não aguenta mais pensar nas questões de saúde pública e mental em que estamos submersos. “Sem Compromisso” (2015-2019) parte de uma premissa banal, lida e assistida à exaustão – mulher engravida de quase desconhecido – com pequenos detalhes que alteram o curso da história: eles têm mais de 40 anos, decidem ter o bebê e, mais que isso, casar-se. A história se passa em Londres e Sharon Horgan e Rob Delaney interpretam os protagonistas e dividem os créditos de criação da série. Vale a pena pelas risadas mas também pelas pequenas reflexões sobre parentalidade real que a série discretamente apresenta ao longo de seus 24 episódios. Está disponível na Globoplay.