Organismo vivo, uma língua carrega sempre ambiguidades, múltiplas manifestações e possibilidades de sentido — sobretudo em contextos pós-coloniais. É sobre essa ideia de fragmentação e polifonia da língua portuguesa que se constrói a exposição “Farsa. Língua, Fratura, Ficção: Brasil-Portugal”, em cartaz no Sesc Pompeia, em São Paulo. Com trabalhos de mais de 50 artistas dos dois países e de diferentes gerações — entre eles Ana Hatherly, Ana Maria Maiolino, Grada Kilomba, Lygia Pape e Carla Filipe —, a mostra explora os usos inventivos, artísticos, poéticos e políticos da língua e da linguagem. A entrada é gratuita, mas a visita deve ser agendada pelo site do Sesc e segue os protocolos de segurança da pandemia. Quem não puder ir pode conferir a galeria virtual da exposição, com obras comentadas, depoimentos e entrevistas com artistas. (Mariana Payno)
Uma poesia une o político americano John Lewis, pioneiro do movimento por direitos civis nos EUA, a Nelson Mandela, líder sul-africano que desestruturou o apartheid. "Invictus", do escritor britânico W. E. Henleys foi inspiração para esses dois líderes, mesmo que tenham vivido tempos, lugares e situações tão diferentes das do autor. Henleys passou boa parte da vida sofrendo cronicamente de tuberculose, entre outros problemas de saúde, e morreu em 1903. Seus versos de resistência diante da dor permanecem universais e atemporais; são perfeitos para quem precisa de inspiração para passar pela calamidade e permanecer em pé. Por isso estão entre as obras que este texto da The Atlantic recomenda para o momento em que precisamos recobrar a resiliência, suportar adversidades e nos fortalecer pela provação. Desesperado, mas exausto de redes sociais e videoconferências? A dica da publicação americana é revisitar os ensinamentos de quem já viveu períodos mais atrozes.
Para quem quer se aventurar pela extensa produção de uma das maiores escritoras brasileiras do século 20 mas ainda não sabe por onde começar, a Companhia das Letras disponibiliza um livreto gratuito que introduz ao leitor um pouco do universo pessoal e poético de Hilda Hilst. "Três vezes Hilda" traz uma breve apresentação da vida e da obra da autora por Ana Lima Cecílio, antecipando parte da biografia que deve ser lançada em breve; três cartas lindas do amigo Caio Fernando Abreu enviadas a Hilda no começo dos anos 1970; e três poemas de amor retirados da coletânea "De amor tenho vivido" (2018), da mesma editora.