Mais do que uma produção experimental, “Persona” (1975) é a trilha sonora de uma instalação de Roberto Campadello na XII Bienal de São Paulo, de 1973. Com estética psicodélica, a obra convidava o visitante a "sentar e sentir”, nas palavras do artista. O LP se tornou raro e, agora, é relançado pelo selo paulistano Discos Nada, que também resgatou “Gang 90 & Absurdettes" (1982) e “Fellini - A Melhor Coisa que eu Fiz (1984-90). (Luara Calvi Anic)
A série documental “1971” é uma aula de história, política e cultura pop em doses viciantes. A cada episódio, foca em três ou quatro artistas que lançaram álbuns relevantes há 50 anos e que foram ator ou reflexo da política da época. No primeiro episódio, conta o efeito poderoso do álbum “What’s Going On”, de Marvin Gaye, que com muita elegância passou a mensagem dura e dolorosa tão necessária à época. Vale a audição do álbum também. (Isabelle Moreira Lima)
Você já pode ter assistido, mas muito dificilmente leu “Nomadland” (2020), grande ganhador do último Oscar. Isso porque a primeira versão em português do livro que serviu de base para o longa chega em 30/5, pela Rocco. A obra de Jessica Bruder retrata americanos afetados pela crise, que vivem em trailers e pegam trabalhos sazonais. A reportagem inspirou o filme dirigido por Chloé Zhao e com Frances McDormand — ambas premiadas. (Leonardo Neiva)
Comemorando seus 25 anos, o Pitchfork revisita sua trajetória por meio de 38 críticas de álbuns históricos. O que começou com um site indie se tornou o veículo digital #1 da música hoje, em grande parte graças a polêmica de sua pontuação de zero a dez, e do cobiçado selo “Best New Music”. Quem ousaria dar uma nota zero para Sonic Youth, ou ilustrar uma crítica com um vídeo de um símio tomando sua própria urina? (Guilherme Falcão)
As investigações na lisergia urbana de Nova York dos anos 70 e o mergulho nas representações das religiões de matriz afro-brasileira contam a história de um dos mais importantes fotógrafos da história do Brasil. Com curadoria de Luis Camilo Osorio, a exposição Espíritos Sem Nomes retoma a trajetória de Mario Cravo Neto (1947 – 2000) ao mostrar 319 fotografias, cadernos, cartas e originais. Em cartaz no IMS. (Guilherme Falcão)
Depois do lançamento do compilado de biografias afro-brasileiras "Enciclopédia Negra" (Cia das Letras, 2021), a Pinacoteca de São Paulo inaugura uma exposição homônima. Gama conversou com um dos autores do livro para entender o processo por trás dos retratos que ilustram a publicação. A mostra reúne 103 trabalhos inéditos, alguns presentes no livro, e ficará disponível para visitação de maio a novembro. Os ingressos já estão disponíveis. (Manuela Stelzer)