Como alugar um imóvel na pandemia
A necessidade de isolamento por mais de um ano promoveu a busca por mais espaço e aqueceu o mercado imobiliário. Para alugar uma casa sem dor de cabeça, siga essas dicas
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Foque em uma única região para não cruzar a cidade inteira –
O primeiro passo é decidir o bairro e a região. Se o trabalho é presencial e requer muitas idas à empresa, é interessante morar por perto, e assim evitar custos com transporte e perda de tempo no trânsito. Analise o entorno do imóvel, procure por restaurantes, padarias, mercados, metrô e pontos de ônibus. “Não adianta ser um apartamento perfeito em um lugar que vai te trazer prejuízos para trabalhar, comer, fazer compras”, diz a arquiteta Gabriela de Matos. Se a busca é por uma casa mais ampla para viver o isolamento, dê uma volta pela vizinhança do seu imóvel atual, atente-se às placas de aluguel e entre para conhecer novos espaços. Com algumas opções na manga, é o momento de analisar o orçamento. Recomenda-se que os valores totais com o imóvel não ultrapassem 20% dos rendimentos mensais, afinal, além do valor da locação, existem custos extras, como as despesas de um possível condomínio e outras taxas. -
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Para evitar a circulação desnecessária, use a tecnologia –
Quando o isolamento ainda é uma máxima, o quanto você puder pesquisar de casa melhor. Não faltam plataformas para ajudar nesse objetivo que auxiliam na busca por imóveis, e facilitam a burocracia da locação no país inteiro. Todas permitem uma pesquisa personalizada por região, tipo de imóvel e pelo quanto se está disposto a gastar. As plataformas prometem um processo menos burocrático, sem necessidade de fiador ou depósito caução para o locatário, e maior segurança ao proprietário, que tem garantido o pagamento do aluguel. No caso do QuintoAndar, o contrato é feito de forma online, sem ida ao cartório para fechar o aluguel. O alerta aqui é ser rápido e preparar-se para eventuais frustrações: com a alta procura por casas e apartamentos, pode ser que você se apaixone por um imóvel e ao fazer contato para visita ou alguma outra informação, ele já estar fora do mercado. -
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Antes de fechar o contrato, abra todas as torneiras –
Se acabou apaixonado por um imóvel ao ver as fotos disponíveis online, ainda não é hora de cantar vitória. Antes, é necessária uma vistoria minuciosa e feita de maneira presencial para checar as condições do local. O mais importante é reparar nas instalações elétricas e hidráulicas. “Abra a pia, o chuveiro, cheque a pressão da água, dê descarga para ver se tem algum vazamento, teste os interruptores”, indica a arquiteta Gabriela de Matos. Em relação à possíveis infiltrações, ela recomenda observar as paredes e teto com atenção, mas também perguntar ao proprietário sobre o histórico do imóvel, já que o problema pode existir, mas estar debaixo de uma boa mão de tinta. Além disso, é importante perceber se o local é bem ventilado e iluminado – o gasto com adaptações, como ar condicionado, pode pesar no bolso e não ser assumido pelo proprietário. -
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Não desvie do foco inicial e corra –
Com o mercado imobiliário aquecido, com casas alugadas à velocidade da luz, dá um medinho de não conseguir o que se quer e fechar a primeira opção razoável. Mas lute contra esse impulso, e mantenha o foco. Se a busca é por uma casa com maior área externa, coloque isso como prioridade, sem deixar de observar com atenção outros detalhes. Qualidade, tamanho e conforto dos cômodos devem estar de acordo com as exigências. Uma ideia é produzir uma lista com as prioridades a serem observadas em cada imóvel e suas especificidades. Se é uma área externa para os filhos correrem, como deve ser essa área? Se é uma casa com bastante verde, há um bom local para colocar as plantas ou um jardim generoso? Se for um espaço maior, qual deve ser o tamanho? Seja resiliente na busca, para não aceitar qualquer imóvel só por estar cansado de procurar. Agora, quando encontrar o que procura, se tem certeza sobre a casa ou apartamento, seja ágil porque as ofertas tem durado pouco. -
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Atente-se à lei e ao contrato –
A Lei do Inquilinato é clara: o imóvel deve ser entregue em boas condições de uso e devolvido no mesmo estado. Nela, o locatário tem como direito: a isenção de taxas extras, como reformas estruturais e indenizações trabalhistas; o ressarço de reformas estruturais feitas pelo inquilino, como instalações elétricas e reparos no encanamento, consideradas benfeitorias necessárias; e a possibilidade de exigir comprovantes de pagamento com discriminação de despesas, importantes para evitar fraudes e cobranças indevidas. Mas, na lei, há também deveres: o inquilino deve sempre manter o pagamento do aluguel em dia, ou poderá ser despejado; pagar contas de telefone, luz e demais serviços contratados; e utilizar o imóvel para o uso presumido em contrato (se foi alugado como imóvel residencial, não deve ser usado como comercial, e vice versa). Se não está acostumado a ler contratos de aluguel, Marcos Mossa, um dos diretores da startup de aluguel compartilhado Yuca, indica a busca por modelos na internet para checar se de fato está de acordo com o que foi estabelecido.
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