É possível SE APAGAR DA INTERNET? Em depoimento a Gama, um programador que decidiu rastrear e eliminar seus vestígios online conta sobre a experiência e dá dicas para quem quer fazer o mesmo. O processo levou pelo menos um ano e envolveu desativar redes sociais, deletar contas em apps e cancelar a inscrição em newsletters. “A questão é poder escolher o que as pessoas vão ver sobre mim, é ser dono dos meus próprios dados”, disse ele.

O que está em jogo quando VOCÊ DÁ SEU CPF NA FARMÁCIA? Em janeiro de 2018, o Ministério Público começou a investigar redes de farmácias em suspeita de que os dados dos consumidores poderiam estar sendo vendidos a empresas de planos de saúde. Hoje, por conta da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), as farmácias estão começando a se atentar a essa questão e algumas estão disponibilizando um termo de consentimento em que o cliente concorda que o seu CPF seja usado para saber se os produtos têm descontos, mas ainda não fica claro onde os seus dados vão ser usados e com quem serão compartilhados.

Difícil não lembrar da distópica BLACK MIRROR quando se pensa nos caminhos obscuros que a falta de segurança e privacidade online podem tomar. O tema vem à tona na série em episódios como “Manda quem pode” (terceiro da terceira temporada), no qual um grupo invade webcams e chantageia pessoas pelo sigilo de suas informações; em “Arkangel” (segundo da quarta temporada), em que uma mãe implanta um chip na cabeça da filha; e em “Toda a sua história” (terceiro da primeira temporada), em que as pessoas usam lentes de contato que permitem armazenar memórias e um homem descobre uma traição ao espionar as memórias da esposa.

Para quem tem se preocupado com SEGURANÇA DIGITAL, elencamos cinco dicas para resguardar seus dados e evitar golpes. Entre elas, usar um gerenciador de senhas, limitar o alcance das suas redes sociais, aderir a uma ferramenta de bloquear anúncios e usar navegadores alternativos.

Shoshana Zuboff, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. A acadêmica é professora emérita da Harvard Business School e uma das principais intelectuais a examinar os efeitos das grandes plataformas de internet sobre a sociedade, tema que destrincha em seu livro “A Era do Capitalismo de Vigilância” (Intrínseca, 2021).

No podcast “Além do Meme”, o jornalista Chico Felliti investiga a HISTÓRIA POR TRÁS DE MEMES brasileiros famosos, esbarrando na questão da privacidade dessas pessoas. Há, por exemplo, o caso emblemático da grávida de Taubaté, que ficou mal falada na cidade, e o menino de 13 anos que viralizou com um vídeo do seu Bar Mitzvá e anos depois ainda tinha dificuldade de conseguir emprego por causa disso.

Já são comuns histórias de pessoas que desavisadamente deram com SUA IMAGEM EM PROPAGANDAS por aí. Aconteceu com essa mulher sul-africana, que um descobriu que sua foto estava em anúncio do McDonald’s na China porque tinha ido parar em um banco de imagens aleatório. E aconteceu esses dias com B.J. Novak, ator da série “The Office”, que encontrou sua foto sendo usada para vender perfume, capa de chuva e máquina de barbear em países diversos.

Desde antes de “nudes” serem chamados de “nudes” sabemos de histórias de COMPARTILHAMENTO NÃO AUTORIZADO DE FOTOS ÍNTIMAS, ou “revenge porn”, como se diz em inglês, entre famosos e anônimos. Nos EUA, uma organização chamada Badass Army se dedica a dar apoio a vítimas desse tipo de abuso com ajuda psicológica e orientação legal. O time deles também vasculha sites de pornografia que publicam esse tipo de conteúdo sem consentimento e fazem contato com as vítimas.

Vencedor do Oscar de filme estrangeiro, “A Vida dos Outros” (2007), do diretor alemão Florian Hanckel von Donnersmarck, fala de VIGILÂNCIA E ESPIONAGEM nos tempos da Guerra Fria. A narrativa gira em torno de um agente que é incumbido de vigiar os passos de um escritor e dramaturgo e acaba criando uma curiosidade voyeurística pela vida dele. Disponível no Amazon Prime Video.

O Panóptico, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), monitora a adoção de RECONHECIMENTO FACIAL facial pelas instituições de segurança pública do Brasil e seus vieses para a população negra. Segundo eles, desde 2018 cerca de 90% das pessoas presas com o uso dessa tecnologia eram negras. “O algoritmo já tem um viés racial, ou seja, pessoas negras vão ser mais confundidas. O banco de dados de procurados também é racializado, com a maioria negra. Então um banco de dados alvo majoritariamente negro e um algoritmo que tem viés racial vão causar maior abordagem de pessoas negras”, escreveu o cientista político Pablo Nunes, coordenador do projeto.