Como viajar com crianças — Gama Revista
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5 dicas

5 dicas para viajar com crianças

Viajar com filhos é menos complicado e mais divertido do que parece, mas requer planejamento e uma dose de desapego

Betina Neves 03 de Julho de 2022

5 dicas para viajar com crianças

Betina Neves 03 de Julho de 2022

Viajar com filhos é menos complicado e mais divertido do que parece, mas requer planejamento e uma dose de desapego

  • 1

    Envolva as crianças na organização e vá aos poucos –
    Para ajudar os filhos a encararem a saída da rotina com mais naturalidade, a preparação pode começar em casa. Pendure um mapa na parede, coloque fotos do destino pela casa, estude com eles fatos sobre o lugar a ser visitado, fale sobre as coisas que vocês vão fazer e comer. Mostrar no calendário os dias da ida e da volta também ajuda a diminuir a ansiedade. Se for possível, comece devagar, talvez com um fim de semana em uma pousada perto da sua cidade, e vá aumentando gradativamente o tempo, a distância e a exoticidade dos destinos.

  • 2

    Tenha atenção extra na escolha do transporte e da hospedagem –
    Comprar voos promocionais que tenham muitas escalas, por exemplo, é furada. “O barato pode sair caro. Sua família não vai gostar de fazer maratona de aeroportos”, escreveu Sut-Mie Guibert em seu blog, o Viajando com Pimpolhos, referência em viagens com crianças. Viajar de carro – ou alugar um carro no destino visitado – é recomendável, já que ali dá para espalhar a bagagem, parar quando convier e ter mobilidade para fazer os próprios horários. Em relação à hospedagem, analise se é mais interessante ficar em um hotel ou alugar uma casa ou apartamento de temporada em sites como o Airbnb. O primeiro tem a vantagem de incluir café da manhã e, às vezes, outras refeições na diária, de contar com processos de check-in e check-out mais ágeis, de possibilitar a contratação de serviços e passeios e, no caso de resorts, contar com área de lazer turbinada. Já imóveis alugados podem ser interessantes por causa da cozinha – fazer uma das refeições sem ter que sair, principalmente o jantar, pode facilitar a vida –, além de oferecer mais espaço e privacidade e possibilitar juntar grupos de familiares ou amigos. É bom lembrar que, durante a pandemia, muitas casas de aluguel aprimoraram o serviço (e a velocidade do wi-fi), por vezes dispondo de arrumação diária e cozinheira. E também que há hotéis com equipamentos de cozinha no quarto – vale procurar.

  • 3

    Pense em programas tanto para os adultos quanto para as crianças –
    Para planejar seu roteiro, veja se é possível intercalar passeios que você quer fazer com aqueles direcionado totalmente às crianças – se não der para conciliar os dois, claro. “Ver um museu de manhã e brincar em um parquinho à tarde, por exemplo”, escreveu Sut-Mie, que também é cofundadora da Family Trip Magazine, com conteúdo voltado para viagens em família. “Algumas atrações turísticas podem ser muito interessantes para crianças – elas costumam amar tudo o que é diferente e impactante: Torre Eiffel, Estátua da Liberdade, Corcovado, etc”, completa. Destinos de ecoturismo ou praia que tenham boa infraestrutura – e possibilidade de ver bichos –, como Praia do Forte (BA) e Bonito (MS), podem ser interessantes nesse sentido de conciliar interesses. Pense também na época do ano em que você vai viajar: enfrentar um inverno rigoroso pode ser desagradável pois prejudica os passeios ao ar livre. Na hora da alimentação, principalmente no exterior, precisa ter paciência até entender a dinâmica do lugar. “Aos poucos, você vai encontrando pratos que eles gostam nos restaurantes. Na França, eu pedia para os meus filhos um PF com fritas e carne. Na Tailândia, sempre tinha arroz com frango que não era apimentado como os outros pratos”, conta Patrícia Papp em seu blog, o Viajo com Filhos – ela também é autora do livro “Como Viajar com seus Filhos sem Enlouquecer” (Pulp, 2013).

  • 4

    Não esqueça itens importantes, mas não exagere na bagagem –
    É preciso resistir à tentação de carregar a casa toda na mala, principalmente quando se está em família. “Viajar com crianças e malas muitos grandes e pesadas não combina”, diz Patrícia Papp em seu canal no Youtube. “Você precisa de mãos livres tanto para atender seus filhos quanto para pegar o cartão de embarque do avião.” Ela explica que, quanto mais você viaja com crianças, mais vai entendendo o que é essencial e, aos poucos, consegue diminuir a bagagem – ela recomenda, para dois adultos e duas crianças, no máximo duas malas grandes e uma mochila para cada um. Nisso, alguns itens não podem ficar de fora. É unânime para quem tem filhos de uma certa idade, por exemplo, que vale a pena levar carrinho tipo “guarda-chuva”. Também é importante ter à mão uma farmacinha montada junto com o pediatra, lanchinhos não-perecíveis para controlar os humores na hora da fome e tablets, livrinhos ou brinquedos para distraí-las nas filas ou na hora de esperar o prato nos restaurantes. “Quem tiver crianças muito pequenas pode levar alguma comida de casa, como papinha e fórmula, para se sentir mais seguro”, diz Patrícia Papp em vídeo.

  • 5

    Exercite o desapego e a flexibilidade –
    É quase impossível manter os horários de dormir e tomar banho e a alimentação que se tem em casa – em uma viagem, é preciso desapegar momentaneamente da rotina e se adaptar à realidade do novo lugar. Viajar requer jogo de cintura para lidar com imprevistos e sair da zona de conforto, ainda mais com crianças, e é imprescindível quebrar a rigidez para encarar os possíveis estresses que podem acontecer pelo caminho – o voo atrasar, o tempo não ajudar, seu filho manifestar uma alergia, entre outras possibilidades. Além disso, o ritmo de viagem com crianças é mais lento: faça roteiros menos intensos do que você faria sem elas, com mais tempo em cada lugar e menos atrações por dia, programe mais paradas em viagens de carro, saia mais cedo para o aeroporto.