Você é uma pessoa vaidosa? Celebridades respondem — Gama Revista
Qual é a sua vaidade?
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Depoimento

Você é uma pessoa vaidosa?

Uma busca por validação externa ou a chance de se conectar consigo mesmo: confira a perspectiva de diferentes personalidades sobre o que a vaidade representa

12 de Janeiro de 2025

Você é uma pessoa vaidosa?

12 de Janeiro de 2025

Uma busca por validação externa ou a chance de se conectar consigo mesmo: confira a perspectiva de diferentes personalidades sobre o que a vaidade representa

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    Henrique Faldi

    “Nunca fui vaidosa, me tornei na medida que me senti ‘envelhecendo’, com o pós-maternidade e a chegada dos 30 e poucos anos”

    Luedji Luna, 37, cantora e compositora

    “Na medida que fui amadurecendo e notando as mudanças do corpo com a maternidade, fui me tornando mais vaidosa com relação à aparência física. Nunca fui vaidosa, me tornei na medida que me senti ‘envelhecendo’, com o pós-maternidade e a chegada dos 30 e poucos anos. Entendo o movimento do body positive, da aceitação do próprio corpo, de reconhecer que nossa vaidade é também atravessada por parâmetros etaristas e gordofóbicas, mas sou muito honesta comigo. Sei que corpo quero ter, que pele quero agora, e esse movimento me fez ter uma vaidade que nunca tive: de fazer skincare como rotina, de fazer uma atividade física, de me alimentar melhor. A vaidade tem me levado a uma vida mais saudável, portanto, acho que tem me ajudado mais que atrapalhado.(depoimento a Amauri Terto)

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    “Não encaro a vaidade como pecado cristão”

    Vânia Goy, 40, jornalista, expert em beleza e bem-estar

    “Sou vaidosa, embora seja algo embaraçoso de admitir. E, apesar da associação direta se relacionar com o que a gente vê no espelho (e que faz parte da construção da autoestima feminina), hoje minha vaidade se manifesta especialmente no que se relaciona às minhas habilidades profissionais e intelectuais. Sinto um mix de orgulho silencioso e, sem dúvida, prazer com o reconhecimento explícito dos outros. Não encaro a vaidade como pecado cristão, vou mais pelo caminho psicanalítico (e escorregadio) dessa história: pode ser uma expressão de autenticidade, potência e orgulho. Mas um passo em falso e a gente cai na armadilha fatal de insegurança + necessidade constante de validação externa. Haja terapia.” (depoimento a Ana Elisa Faria)

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    “Cuidar do outro também é cuidar de mim”

    Melly, 22, cantora e compositora

    “Eu encaixo a minha vaidade no amor próprio, pois meu relacionamento com ela é muito mais voltado ao autocuidado do que direcionado a adulação do ego. Eu me gosto e por isso me preservo, me trato bem. Então sim, me considero uma pessoa que estima a vaidade. Entendo que bom sono, exercício e rotina regulam meu corpo, assim como leitura, conversas e estar aberta ao novo impulsionam a mente. Também procuro não me punir pelo que não fui capaz de fazer por mim em certos momentos e em muitas situações, compreendo que cuidar do outro também é cuidar de mim. Essa vaidade me ajuda a evoluir, e não me atrapalha, mas é claro que pra isso preciso do norte dos meus princípios e da capacidade de me observar para além do ego.” (depoimento a Amauri Terto)

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    “Minha vaidade não parte da lógica do espelho e do julgamento alheio”

    Vitor Maccla, 37, músico, influencer e ativista para pessoas com vitiligo

    “Conviver com o vitiligo desde a infância foi um processo de estigmatização e deteriorização e de perda da minha identidade e do ‘eu’. Com isso, aprendi a dissolver as certezas que poderiam me aprisionar em uma identidade fechada e normativa. Nesse processo, a vaidade que me interessa não é uma que reforce a individualidade isolada, mas uma que se expande ao se conectar com o outro, ao construir um território existencial sustentado por encontros e redes de pertencimento. Minha vaidade não parte da lógica do espelho e do julgamento alheio. Ela é uma afirmação de liberdade, um ato político de autovalorização e de reconhecimento de que a diversidade é, em si, bela e potente. (depoimento a Leonardo Neiva)

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    Laís Acsa

    “A vaidade tem que ser ajustada para a nossa melhor versão, sem esconder quem realmente somos”

    Elisa Fernandes, 34, chef de cozinha

    “Como pessoa pública, recebo feedbacks positivos e isso me deixa segura, mas também reforça essa vaidade. Como pessoas públicas, precisamos nos preocupar com como somos interpretadas. Muitas vezes, não basta ser; você tem que parecer algo. De alguma forma, quero sustentar a imagem de quem sou e dos valores que acredito. Só que a gente não é uma coisa só. A vaidade tem que ser ajustada para nos ajudar a buscar nossa melhor versão, sem esconder quem realmente somos. Talvez usar um corretivo para parecer mais descansada, sem fingir que não estamos cansadas.” (depoimento a Sarah Kelly) 

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    “Momentos de autocuidado ajudam a me conectar comigo mesmo”

    Pedro Mussum, 28, cantor, ator e modelo

    “Aprendi com a minha mãe: sempre a via fazendo o skincare dela, usando cremes, se exercitando, fazendo sucos para melhorar a qualidade da pele e do corpo. Tem receitas e dicas dela que eu faço até hoje. Gosto de cuidar de mim, da minha saúde, pratico natação todos os dias, gosto de me alimentar bem e também de me cuidar esteticamente. Acho que esses momentos de autocuidado me ajudam a me conectar comigo, a olhar para mim.” (depoimento a Amauri Terto)

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    “A vaidade me ajuda muito”

    Andreza Ramos, 30, consultora de estilo e comunicóloga de moda

    “Por muito tempo me considerei uma mulher não vaidosa porque, enquanto mulher negra, não conseguia me enxergar nesse ‘mercado da vaidade’. Não conseguia me enxergar dentro das maquiagens propostas, não conseguia enxergar meu cabelo e possibilidades pra ele dentro dos produtos existentes. Então peguei uma característica que era estrutural e a tornei pessoal sem perceber. Eu me descobri vaidosa (e entendi que sempre fui) à medida que descobri também todo um ecossistema que verdadeiramente me enxergava. A vaidade me ajuda muito, pois tem sido uma forma sincera de conversar comigo mesma e de entender meu corpo nesse barulho que a rotina cria em torno de nós. É no momento que olho meus pés há 3 semanas sem pintar que percebo que to negligenciando meu descanso (amo pintar as unhas assistindo série). E sendo vaidosa com o que visto e com o que minha imagem comunica também consigo ser mais assertiva no meu negócio. Me descobrir vaidosa e tirar esse assunto do campo das frivolidades foi uma grande virada de chave para mim.” (depoimento a Sarah Kelly) 

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    “A vaidade é sempre em função do outro, o que não é saudável”

    Gabriel Boaretto, 29, artista

    “A vaidade é sempre em função do outro, da aprovação, trazendo um estado de fragilidade emocional e vulnerabilidade, o que em hipótese nenhuma é saudável. O bem-estar é bem vindo, mas para que agrade apenas a mim e aos que me são importantes, e de forma que consiga expressar ao mundo por meio do meu corpo o que minha alma alinha. Todo o resto é vazio, e só vai tomar espaço dentro de mim daquilo que existe pra me preencher.” (depoimento a Isabelle Moreira Lima)

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    “Tenho a sensação de que isso me oprime”

    Veronica Oliveira, 44, mãe solo e criadora de conteúdo, autora de “Minha Vida Passada a Limpo: Eu não terminei como faxineira, eu comecei” (Latitude, 2020)

    “Me considero, sim, uma pessoa vaidosa. Gosto de me arrumar, mas, ao mesmo tempo, tenho uma sensação de que isso me oprime. Quando não me é permitido ter esse momento de cuidado, parece que tudo desanda, que a vida fica meio fora do lugar. Você acaba se sentindo na obrigação de estar sempre bem cuidada. E não é porque você não está com a unha feita que está mal cuidada. Nós acabamos tendendo para esse lado de achar que estar ao natural é estar desleixada. Eu me sinto cobrada, na obrigação de ter uma performance de feminilidade, de algo que não devia ser uma obrigação.(depoimento a Sarah Kelly) 

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    João Lemos

    “Uso a vaidade como forma de resistência”

    Mari Lobo, 27, criadora de conteúdo de moda, beleza e lifestyle

    “Sou vaidosa em várias áreas da vida, inclusive como profissional. Gosto de tudo do meu jeitinho. Tento sempre ser caprichosa no meu trabalho e também com meu marido ou com minhas amigas. Desde mais nova sou vaidosa e uso a vaidade como forma de resistência. Na adolescência, fui rejeitada como mulher negra e gorda. Então, usei a minha vaidade para me valorizar mais. Para mim, é uma forma de mostrar minha verdadeira essência, o que vem de dentro para fora. Nesse mundo racista, gosto de usar isso como ferramenta para mostrar que as mulheres pretas são lindas e que nossa beleza transcende, que é algo de dentro para fora.(depoimento a Sarah Kelly) 

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    “Escolhi usar a vaidade ao meu favor e não me tornar escrava dela”

    Gabriela Loran, 31, atriz, modelo e influenciadora

    “Acredito que tudo na vida é sobre dose, inclusive a vaidade. Sou, sim, uma mulher vaidosa, mas na medida certa. Demorei muito para me tornar a mulher que sou hoje e nunca tive pressa para esse resultado. Ainda estou em constante mudança e esse é um dos prazeres da vida. Poder mudar. Escolhi usar a vaidade ao meu favor e não me tornar escrava dela. Também gosto de me ver bagunçada ou estar livre para sair nas ruas sem maquiagem. Esse é o ponto central: ter liberdade de ser vaidosa, mas na dose certa.(depoimento a Leonardo Neiva)

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    “Faço para mim, não para os outros”

    Nay Teodoro, 29, criadora de conteúdo e estudante de styling na Parsons School of Design de Nova York

    “Faço para mim, não para os outros. Sinto que cresci uma menina muito vaidosa, cuidando sempre das unhas, do cabelo e tudo mais. Aí fui mãe, com 21 anos, e perdi toda a vaidade. Cuidar de um bebê exige tempo, né? Eu era mãe jovem. Sinto que consegui, aos poucos, voltar para esse lugar em que gosto de estar, me sentindo bem comigo mesma, passando um tempo comigo. Meu filho já tem sete anos, foi um processo gradual. Agora, com ele mais independente, a vaidade voltou a ser muito importante para mim. Sinto que ela me ajuda. A autoconfiança que tenho quando estou ‘montada”, maquiada, com as unhas feitas, quando deito na minha cama depois de um dia de cuidados — isso tudo me impulsiona. Me dá mais confiança.” (depoimento a Sarah Kelly)

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    Tereza Maciel

    “Sou sazonalmente vaidoso, de tempos em tempos faço uma manutenção intensa e religiosa da imagem”

    AQNO, 37, cantor, compositor e produtor

    “Sou sazonalmente vaidoso, de tempos em tempos faço uma manutenção intensa e religiosa da imagem. Viro rato de academia, o maníaco da dieta, skincare todos os dias e etc., mas em outros momento eu tô bem ‘f*da-se tudo isso, me aceitem como eu posso ser nesse momento’. São dois extremos. Inclusive gostaria de encontrar um equilíbrio e uma constância, pois ser vaidoso não é ruim quando traz benefícios para além da imagem e sem obsessão.” (depoimento a Amauri Terto)

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    “A vaidade é uma armadilha”

    Maria Ribeiro, 38, artista visual e fotógrafa, autora do livro “Nós, Madalenas” (Editora de Cultura Ltda, 2024)

    “A vaidade é construída a partir de conceitos como beleza e feminilidade, que são construções sociais e que mudam com o tempo. Vivemos em uma sociedade capitalista e patriarcal que coloca a mulher em um lugar de escravidão em relação à estética, seja para incutir insegurança e sensações de insuficiência e de não merecimento, seja para alimentar o lado consumista. Enquanto as mulheres gastam uma quantidade gigante de tempo, energia e dinheiro atrás desse padrão estético, os homens ocupam os lugares de poder. A vaidade é uma armadilha. Tenho buscado cada vez mais focar na minha saúde, na qualidade de vida e no bem-estar, e menos na estética. Há anos, não me depilo, não faço sobrancelha, não costumo usar maquiagem e não faço as unhas. Tenho tentado focar mais os meus recursos e a minha energia na saúde, em me alimentar bem, praticar autocuidado, criar comunidade e cuidar da minha saúde física e mental. Faço exercícios, mas não a partir de um lugar de rejeição ao meu corpo, como se eu precisasse mudá-lo, mas porque quero cuidar do meu corpo, estou ficando mais velha e não quero me machucar.(depoimento a Sarah Kelly)