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As questões raciais retratadas em ‘O Avesso da Pele’, vencedor do Jabuti, uma série sobre tatuagens consideradas feias, a obsessão atual por skincare e movimentos pela aceitação da pele. Veja as dicas da equipe Gama
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Bloco de notas
As questões raciais retratadas em ‘O Avesso da Pele’, vencedor do Jabuti, uma série sobre tatuagens consideradas feias, a obsessão atual por skincare e movimentos pela aceitação da pele. Veja as dicas da equipe Gama
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Companhia das Letras
Vencedor do último prêmio Jabuti, “O AVESSO DA PELE” (Companhia das Letras, 2020) reflete sobre identidade e negritude com a história de um homem que reconstrói a memória da infância e do pai, morto em uma abordagem policial. O livro do escritor Jeferson Tenório lida com a subjetividade dos personagens, marcada pelo racismo, seus relacionamentos familiares e a precariedade do sistema público de ensino e da vida dos mais pobres no Brasil.
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Exibido em preto e branco, o filme “Identidade” (2021) aborda as perversidades do racismo com sutileza e inteligência. Baseada em romance da americana Nella Larsen, a trama traz a história de duas amigas de infância que se reencontram na idade adulta na Nova York dos anos 1920. Ambas são negras, mas uma delas, ironicamente chamada Clare, tem a pele mais clara e usa uma peruca loira para SE PASSAR POR BRANCA e ter os privilégios correspondentes.
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Big Polvo Color Wheels, óleo sobre tela, Adriana Varejão (2018)
QUAL É SUA COR DE PELE? Perguntou o IBGE, em 1976. A questão, aberta, tentava fugir das respostas padrão – branco, amarelo, negro, pardo, vermelho. “Burro quando foge”, “queimada de sol” e “café com leite” foram algumas das definições dadas pelos brasileiros, que inspiraram Adriana Varejão em sua série POLVO. Composta de uma caixa de tintas que reproduz 33 das tonalidades trazidas pela pesquisa, e mais duas séries de retratos, a artista carioca queria “levantar questões relacionadas à raça”, um tema que lhe interessa há tempos, e falar de MISCIGENAÇÃO. “Mesmo sem ter consciência, a gente convive com uma multiplicidade racial muito grande”, disse ela em entrevista à Trip. Uma das obras da série estará, neste ano, em exposição na Pinacoteca.
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Reportagem recente da revista Elle mostra como a falta de pesquisa EXCLUIU AS PELES NEGRAS DOS TRATAMENTOS ESTÉTICOS. Sem referências de estudos, procedimentos como laser e peeling muitas vezes não estão disponíveis para pessoas negras, o que fez com que alguns dermatologistas tivessem que desbravar um caminho desconhecido para democratizar o atendimento.
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O que fazer quando, em algum momento da vida, você fez uma TATUAGEM FEIA? No reality da Netflix “Tattoo Fail” (2021) cinco tatuadores se propõem a transformar tattoos desastrosas – sempre com histórias cômicas por trás – em novos desenhos. Quem define as mudanças, porém, são os acompanhantes dos clientes, entre amigos e familiares.
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“Ter ‘pele boa’ está se tornando o novo ‘ser magra’”
Julia Petit, influenciadora de beleza há mais de uma década e dona de uma marca de produtos para pele. Em entrevista, ela critica a obsessão atual com “skincare”. Para ela, esses cuidados não devem ser associados à saúde mental e nem gerar uma compra desenfreada de produtos.
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A ideia do “MOVIMENTO PELE LIVRE” é combater padrões sociais e estéticos em relação à pele, que muitas vezes fazem com que pessoas se submetam a tratamentos caros e invasivos. Influenciadores como a mineira Kéren Paiva, que lida com acne desde cedo, ajudam a normalizar rostos sem maquiagem e edição de Photoshop em busca de aceitação e liberdade.
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Viktor Braga/UFC
A PELE DE TILÁPIA (sim, o peixe) têm tido cada vez mais aplicações na área da saúde. Há alguns anos, pesquisadores do Ceará criaram um método pioneiro para o tratamento de queimaduras de pele de segundo e terceiro graus – a aplicação da pele do peixe ajuda na cicatrização e diminui a dor na troca de curativos. Ela também já foi usada para reconstrução vaginal de pacientes com câncer e recuperação cirúrgica de crianças nascidas com síndrome de Apert, que leva, dentre outras coisas, à sindactilia (quando os dedos das mãos ou dos pés nascem juntos).
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“Contemple o desenho fundo/ Dessas minhas jovens rugas/ Conquistadas a duras penas/ Entre aventuras e fugas/ A vida tem sido água/ Fazendo caminhos esguios/ Se abrindo em veios e vales/ Na pele leito de rio”
“Na Pele” (2017), música fruto de uma parceria entre Pitty e Elza Soares.
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Cada vez mais artistas têm falado com naturalidade sobre o ENVELHECIMENTO DA PELE em reação à pressão social machista que é direcionada principalmente às mulheres. “Para uma atriz, as rugas, as marcas da vida são bem-vindas e ajudam a contar as histórias”, disse, por exemplo, a atriz Taís Araújo. Já Fafá de Belém disse em vídeo no Youtube: “Adoro ter 63 anos. Não uso botox, não uso maquiagem. E acho que nós, mulheres, temos que nos orgulhar da pele que temos.” E Tatá Werneck rebateu um comentário maldoso no Instagram sobre rugas nos olhos: “35 anos sem nunca ter feito nada, só mil caretas. Acredite, vale a pena”. Lembramos também de Kate Winslet, muito conhecida por proibir retoques digitais em seu rosto e corpo, o que veio à tona de novo com a série “Mare of Eastown” (2021).
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CAPA O que sua pele diz?
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1Reportagem Doenças de pele e emoções: entenda essa relação
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2Conversas Alessandra Devulsky: ‘O colorismo é a ideologia que permite que o racismo se reproduza’
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3Reportagem Onde estão as pessoas com vitiligo?
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4Podcast da semana Fabi Gomes: 'Uma pele radiante não se consegue com um passe de mágica'
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5Bloco de notas As dicas da redação sobre o tema da semana