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5 dicasComo começar a fazer terapia
A escolha do profissional, o custo, o alinhamento de expectativas: confira nossos toques para embarcar em um processo terapêutico
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5 dicasComo começar a fazer terapia
A escolha do profissional, o custo, o alinhamento de expectativas: confira nossos toques para embarcar em um processo terapêutico
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Elabore suas demandas iniciais –
Terapia é para todo mundo, desde que haja alguma queixa. “Não é preciso ter um grande trauma para querer iniciar uma terapia, mas é preciso apresentar um sofrimento, uma angústia, um incômodo, uma repetição de problemas que te desagrada” explica a psicóloga clínica Patrícia Eugênio, mestre pela PUC-SP. Se te ajudar a se entender, vale até escrever ou listar o que está te movendo a querer procurar um psicanalista ou psicólogo. E saiba que terapia é um ato de autocuidado que traz benefícios independentemente do teor das suas questões. Se ainda tiver receios, converse com familiares e amigos que já fazem terapia para ouvir um pouco sobre a experiência deles. -
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Peça indicações e conheça alguns terapeutas –
É interessante procurar profissionais com referências de pessoas próximas e checar a formação de cada um (e, quando houver, o perfil nas redes sociais). Há muitas abordagens, que muitas vezes se entrelaçam na prática, como psicanálise, psicologia junguiana, Gestalt terapia, psicodrama, psicologia humanista, arteterapia, terapia reichiana; além das linhas cognitivo-comportamentais. Se você é leigo nesse universo, porém, não se preocupe: a conexão com o terapeuta é mais importante. “Esse vínculo é muito mais relevante do que a orientação teórica”, diz o psicólogo e psicanalista Lucas Bulamah, mestre e doutor pela USP. Na busca pelo terapeuta, é preciso marcar uma primeira sessão – que comumente não é cobrada – para conhecer o profissional e explicar suas demandas – pode ser que você não encontre alguém com quem se sinta à vontade de primeira e precise conhecer algumas pessoas. O terapeuta “perfeito” não existe, claro, mas é essencial haver uma alguma conexão – é uma relação muito íntima, afinal. “É importante, sobretudo, entender se o profissional está em condições de cuidar de você, o que envolve tanto os horários que ele tem disponível na agenda até a experiência e o interesse. Parece óbvio, mas não é”, diz Balumah. Para identificar um bom profissional nas primeiras sessões, perceba se ele mostra uma boa escuta (o que é essencial), se fala muito de si (a terapia diz respeito somente ao paciente), se cita outros pacientes na sessão (o que é antiético), oferece soluções rápidas e milagrosas (o que não existe) ou apela para conclusões simplificadoras. -
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Encontre um valor que você pode pagar –
Na primeira conversa o terapeuta normalmente explica a forma como trabalha em relação a periodicidade, como e quanto cobra e como lida como faltas ou remarcações. Não tenha vergonha de negociar o valor e dizer quanto você realmente pode pagar – é uma prática comum. Se estiver pesando muito, saiba que alguns planos de saúde oferecem reembolso para as sessões, algumas empresas subsidiam terapia e algumas faculdades de psicologia possuem clínicas onde os alunos dão consultas gratuitas sob orientação. Há também profissionais e clínicas que trabalham com valores sociais – procure-os e explique a sua situação, se for o caso. Aliás, neste momento da pandemia, muitos psicólogos só estão atendendo online e não têm previsão de voltar ao consultório, e essa possibilidade de romper barreiras geográficas também ajuda na questão do custo: pessoas de fora das grandes capitais, por exemplo, costumam cobrar menos. -
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Entenda o que esperar de um processo terapêutico –
Terapia não é um “tratamento de saúde” como outro qualquer, por assim dizer. É um processo que requer abertura, entrega e paciência. “Nos tempos em que a gente vive, em que tudo é instantâneo, o desafio de quem entra na terapia é desapegar da urgência”, comenta Patrícia Eugênio. “Nada é para já na terapia, é um processo. Demoramos muito tempo para consolidar nossa identidade de certo jeito, e a gente não abre mão disso fácil. Todo paciente tem o próprio tempo, e o bom profissional respeita isso”, diz Lucas Bulamah (claro que, se houver um problema grave, o terapeuta pode te encaminhar a um médico, como um psiquiatra ou neurologista). Terapias de cunho comportamental até usam a ideia de alta, já que costumam trabalhar com os sintomas (e não necessariamente com a causa), mas, no geral, terapias são processos não-lineares sem duração determinada. “É um caminho de autoconhecimento, e isso não tem fim. Mas é uma porta que pode ser sempre aberta e fechada. Pode ser que em determinado momento você pense ‘até aqui está bom para mim por agora’”, explica Patrícia Eugênio. “O fim de análise é um tema de discussão longíssimo. Mas dá para dizer que a ‘alta’ nesse sentido é quando o paciente se sente melhor e mais organizado para lidar com as questões da vida e para de ir”, diz Bulamah. -
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Saiba que uma sessão de terapia não é necessariamente agradável –
“Pode ser dolorido, porque o lugar do terapeuta muitas vezes é o de apontar aquilo que o paciente se recusa a ver, os aspectos mais sombrios de si”, diz a psicóloga Patrícia Eugênio. É um processo que requer coragem, enfrentamento, insistência, e, em grande medida, curiosidade sobre si. E você consegue perceber seu desenvolvimento identificando mudanças sutis na sua vida – de perspectivas, de comportamentos, de sentimentos. É bom saber também que cada terapia pode ter uma serventia em determinado momento da vida: depois de uma experiência com uma abordagem durante um período você pode conhecer outra.