Cadeira de Plástico
A cadeira monobloco, como é conhecida no exterior, é universal, onipresente e o mais famoso assento do globo
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O QUE É
Um símbolo da globalização, a cadeira de plástico é a mais popular do mundo. Você já a viu — e provavelmente já sentou em uma delas — em bares, igrejas, reuniões de amigos e em qualquer outro lugar onde precisou passar mais de 30 minutos. Feita de polipropileno, ela é leve, surpreendentemente resistente e fácil de empilhar. A cadeira tradicional é branca, mas existem variações em diversas cores. O design é quase sempre o mesmo: duas pernas traseiras, duas pernas dianteiras que continuam até os braços, um assento e um encosto. A depender do modelo, há pequenas variações no padrão do encosto: algumas apresentam as tradicionais tiras de plástico (o número de tiras pode variar), enquanto outras têm um pedaço único e sólido como encosto. Fora do Brasil, é conhecida como “monobloc chair” devido ao fato de ser um assento feito de uma única peça e de um único material. Por aqui, alguns fabricantes adotam o termo monobloco, mas o mais comum é encontrá-la à venda apenas como “cadeira de plástico”.
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QUEM FEZ
Sem qualquer tipo de patente, é difícil bater o martelo e dizer quem de fato é o criador dessa peça de mobiliário. A ideia de uma cadeira de plástico feita de uma única peça é antiga, data da década de 1920, mas foi só no começo da década de 50 que a tecnologia possibilitou a criação desse tipo de objeto. A cadeira Panton, criada por Verner Panton; a Bofinger, de Helmut Bätzner; a Selene, de Vico Magistretti; e a Universale, de Joe Colombo, são alguns dos modelos que pavimentaram o caminho para o modelo de plástico como conhecemos hoje. Foi na década de 1970 e 1980, entretanto, que a produção desse tipo de assento se popularizou. O engenheiro francês Henry Massonnet foi o responsável pela popular Fauteuil 300 e na década de 1980 a empresa francesa Grosfillex lançou a Resin Garden. Ambos modelos se beneficiaram da evolução tecnológica de sua época, que permitia a produção desse tipo de objeto de maneira mais rápida e barata. Com isso, diversas empresas ao redor do mundo passaram a fabricar suas próprias cadeiras monobloco, fortalecendo seu atual reinado. Hoje, são inúmeras as marcas que a produzem.
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POR QUE É TÃO DESEJADA
Universal, a cadeira de plástico é o exemplo perfeito de um produto de consumo de massa. Presente nos quatro cantos do mundo, o objeto transcendeu fronteiras geográficas e se tornou um patrimônio mundial reconhecido por todos. Seja na recente aparição no material de divulgação de um clipe da Anitta sobre o Rio de Janeiro que acabou virando um meme altamente replicado ou em um museu de design alemão, ela se tornou um assento onipresente. Ethan Zuckerman, ex-diretor do Centro para Mídia Cívica do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), afirma que objetos costumam carregar indicações de onde e quando foram feitos, mas que com a cadeira é diferente. “A monobloco é um dos poucos objetos que eu consigo pensar que está livre de qualquer contexto específico. Ver uma cadeira de plástico branca em uma fotografia não te oferece qualquer pista sobre onde ou quando você está.” Além de toda a sua fama e popularidade, as cadeiras são baratas, de uso prático e custam pouco para serem produzidas: cerca de US$ 3,50 por unidade.
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VALE?
Depende. Para alguns, o objeto é o maior exemplo de como o capitalismo e a globalização roubam a identidade cultural das coisas e transformam a multiplicidade do mundo em uma coisa só — branca e sem graça. Para outros, a cadeira é o ápice da democratização e do acesso devido ao seu baixo preço. O que se pode dizer com certeza é que não há cadeira mais barata no mercado (e não importa de qual mercado estamos falando). Por outro lado, o acesso democrático vem com um preço: ela está longe de ser sustentável.
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ONDE COMPRAR
Lojas de departamento e de construção, mercados e afins são a sua melhor opção para comprar uma dessas cadeiras. Online, elas costumam ser vendidas com preço na faixa de R$ 30 à R $50.