Conteúdos sobre luto na Gama Revista

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Chimamanda e a perda do pai

Em "Notas sobre o luto" (Companhia das Letras, 2021), a autora nigeriana narra a dor, a raiva e a solidão que seguiram a morte do pai, em junho de 2020, além das dificuldades do sepultamento na pandemia, com aeroportos fechados e funerárias lotadas. “O luto é uma forma cruel de aprendizado. (...) É um tormento não apenas do espírito, mas também do corpo. Carne, músculos, órgãos, tudo fica comprometido. Nenhuma posição é confortável.” (Betina Neves)
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Um relato sobre o luto -- e seus gatilhos

Muitos têm sido os sentimentos que nos unem, enquanto povo, raça, chame como quiser, ao longo deste 2020. Frustração. Inquietação. Raiva. Saudade. E para muitos, luto. Neste longo, belo, e tortuoso (com gatilhos, muitos deles) relato para a New Yorker, a escritora Nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie reflete sobre a perda de seu pai, James Nwoye Adichie, falecido neste 2020 — não por Covid-19, mas por uma falência renal. Mãe e irmãos, primos, memórias íntimas, a carreira ilustre do Professor de Estatística, toda a jornada de uma vida é revivida e rememorada. A cronologia é fragmentada; memórias se sobrepõem a lições sobre a cultura nigeriana e do povo Igbo, e a banalidades burocráticas. Ler as palavras de Chimamanda traz um estranho conforto, um apaziguamento. Expor-se tanto é um ato de vulnerabilidade, mas que gera, sobretudo, empatia. É como se, ao abrir seu luto e a história dos seus familiares, ela estivesse nos ajudando a encontrar os denominadores comuns que nos tornam mais próximos uns dos outros. Menos diferentes, mais humanos, unidos em nossos sentimentos.