O que fazer para manter a paz: dicas de ouro da boa convivência — Gama Revista
Como viver junto?

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Relações

Regras de ouro da convivência

29 de Março de 2020

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Relações

Regras de ouro da convivência

29 de Março de 2020
  • 1

    Laís Bodanzky

    Diretora de cinema
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    “Tem uma expressão em inglês que, eu acho, tem um conceito por trás muito bom: put yourself in someone else’s shoes, ou tente andar com o sapato dos outros. Normalmente, a gente só sabe andar com o próprio sapato. Experimentar o do outro é interessante, muda a ótica, fica tudo muito diferente. Outra regra básica é prestar atenção se estamos fazendo aos outros aquilo que gostaríamos que fizessem com a gente. Existe uma dificuldade de se colocar no lugar da outra pessoa, de ver de outro ponto de vista. Esse exercício é difícil, mas necessário.” 

  • 2

    Janaína Rueda

    Chef e restaurateur
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    “Conviver é ser flexível, amar e perdoar. É difícil e talvez seja a maior missão que temos no planeta. Quando formos capazes de conviver, não haverá mais sofrimento.
    O grande segredo é respirar fundo, sempre. Respira e imagina que todos nós somos mortais, que a vida é passageira. Tem também a tática da transparência: ser o mais transparente possível resolve 70% dos casos. A falta de comunicação correta é a maior causadora das discórdias, e a verdade é sempre a solução.”

  • 3

    Débora Garofalo

    Professora da rede pública de São Paulo
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    “Muitos dizem que viver junto é uma arte. Não acredito que exista uma receita, mas a educação tem um papel fundamental nisso. Como professora, foco sempre na questão socioemocional dos alunos (do autocuidado ao autoconhecimento). Tento estimulá-los a aprender juntos. Para nos tornarmos pessoas melhores, a gente precisa exercitar mais isto: se colocar no lugar do outro, aprender a ouvir, ter uma escuta atenta. Disponibilizar um tempo para ouvir os anseios do outro, seus problemas e colaborar de forma construtiva, mostrando caminhos, mas não soluções. É preciso permitir que as pessoas também reflitam sobre as atitudes delas.”

  • 4

    João Galindo

    Maestro
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    “A convivência numa orquestra sempre teve a ver com muita disciplina. As melhores orquestras são as mais disciplinadas. A concorrência é muito grande, todos os músicos querem estar entre os melhores, mas só os com maior senso de responsabilidade em relação à equipe conseguem. O sonho do maestro é ter a perfeita harmonia entre todos os músicos. Mas tudo começa com disciplina individual. Às vezes os músicos não se dão bem. O que os mantém unidos é a disciplina, a boa vontade e também um ideal maior, que é a disposição de trabalhar juntos. O resto é questão de educação e cultura.”

  • 5

    Yann Duzzert

    Professor de negociação e resolução de conflitos da Fundação Getulio Vargas
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    “Existem maneiras de prevenir conflitos e conviver melhor com o outro. E elas passam pelas tomadas de decisões mais elegantes e racionais. Quando há mais planejamento, conversas e decisões que não sejam unilaterais, existe uma probabilidade maior de harmonia. E, se surgir conflito, ele deve ser lidado com indulgência, maturidade e sabedoria para que não haja exageros. Elegância moral sempre ajuda a compor com o problema, e não a virar mais um problema. Outra questão é estar com valores e percepções alinhados com os do outro. Talvez não valha a pena discutir com quem acredita em algo muito absurdo.”

  • 6

    Tai Castilho

    Psicoterapeuta de casal e família, fundadora do Instituto de Terapia Familiar de São Paulo
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    “Trabalho muito com casais e famílias. Como regra de ouro, diria para contemplar e legitimar as diferenças, escutar o outro e estar aberto para o diálogo: não ser sempre opinativo e se mostrar disponível para, assim, construir relações mais colaborativas e menos individualistas. A palavra-chave é delicadeza.”

  • 7

    Satyanatha, autor de “Seja Monge – A Arte da Meditação”

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    “Dou aulas de autoconhecimento e conhecimento da própria mente. Como ela funciona? Existe o mundo como ele é, como fato, e existe como a gente vê e entende esse mundo. E eles são muito diferentes. Mas as coisas do nosso mundo interno também são reais. E esse mundo real que a gente tem dentro afeta a nossa percepção do mundo externo. Portanto, cada pessoa experimenta uma realidade diferente da outra. Os fatos são compartilhados, mas não necessariamente os significados. Entender a diversidade do mundo interno de cada um é fundamental para sobreviver e conviver. Por isso, os mesmos fatos podem levar a reações diferentes. Entender isso faz com que a gente busque uma comunicação e um respeito ao que a outra pessoa tem dentro, como se ela fosse um jardim diferente, com flores diferentes. E aí tentamos criar harmonia. Diferença não significa divergência.”

  • 8

    Ana Cláudia Scalquette

    Advogada e professora de direito de família na Universidade Presbiteriana Mackenzie
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    “Pode parecer clichê, mas a regra é respeito. Entre nós, advogados, tem uma palavra que traduz muito o que eu penso, que é urbanidade. É a regra do bom convívio, da cordialidade, da afabilidade. Ela foge da tolerância, porque tolerar é suportar; então você presumidamente levaria a vida no mau humor, achando que as pessoas seriam um peso para você. Pelo contrário, é você acolher, compreender, respeitar as diferenças, ter paciência e, sobretudo, não julgar. Porque, quando você coloca o seu peso e a sua medida, cria uma caixinha em que as pessoas ou entram ou saem do seu parâmetro. Então é estar aberto para novas convivências, novos desafios, novos problemas, novas amizades. Isso é a vida boa.”