Como criar um pet ecológico — Gama Revista

Como criar um pet ecológico

Se quer evitar que seu bichinho cause impactos indesejáveis no meio ambiente, dê uma olhada nessas dicas e reveja seus hábitos

Leonardo Neiva 03 de Maio de 2023
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    Prefira a alimentação mais natural e ajude a reduzir a emissão de carbono –
    Se você pensa que alimentar seu gatinho ou cãozinho tem a ver apenas com a saúde deles, talvez tenha uma surpresa. Pesquisas já apontaram que o preparo de dietas com altos níveis de proteínas, que geralmente caracterizam aquilo que os pets consomem, gera uma emissão considerável de dióxido de carbono no ambiente. Segundo um estudo de 2017, esse número chega a 67 milhões de toneladas por ano nos EUA, com um impacto climático relevante. E rações úmidas, por exemplo, podem estar entre as grandes vilãs. O veterinário Artur Vasconcelos, especialista em alimentação natural bioapropriada para pets, defende uma dieta próxima da que os animais encontrariam na natureza, com ingredientes frescos, de acordo com sua genética e fisiologia. “Como vantagens, vejo uma melhor adequação entre macronutrientes, como proteínas e gorduras, e redução da exposição a alimentos não adequados à espécie, a exemplo de grãos e restos de óleos vegetais, e a substâncias sintéticas usadas como conservantes.” Segundo Vasconcelos, a indústria da ração é um braço da agroindústria de monocultura e da indústria de ultraprocessados, nada simpática nem à saúde humana nem à do planeta. “Optar por algo fora dessa cadeia é a forma mais imediata de tornar a manutenção dos animais de estimação algo menos impactante”, afirma.

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    Repense os acessórios do seu pet e prefira materiais duráveis e reciclados –
    Dentro do dia a dia de um pet, são os pequenos cuidados que podem fazer a diferença na hora de estabelecer uma rotina mais sustentável ecologicamente. Portanto, preste atenção naquilo que seu gatinho ou cãozinho consome e se pergunte se está tomando as decisões mais adequadas. Vasconcelos sugere, na hora de ir ao pet shop, priorizar coleiras, brinquedos, comedouros e roupas feitas de materiais mais duráveis. Já o veterinário comportamental Dalton Ishikawa, criador da Pet Games, empresa de brinquedos interativos para cães e gatos, considera que, quando possível, o ideal é até mesmo evitar comprar algum apetrecho para seu pet. Em vez disso, por que não ser criativo e fazer você mesmo? “Você pode estimular ou atiçar seu pet usando um objeto feito de material reciclado ou com matéria-prima que você já tem em casa”, sugere o veterinário, que atua com o conceito de enriquecimento ambiental, método que cria estímulos físicos e emocionais como aqueles que o bicho encontraria na natureza. Assim, botar as mãos na massa para criar prateleiras por onde seu gato pode circular usando madeiras fora de uso, ou mesmo adaptar um pneu velho no seu quintal para que seu cão possa morder à vontade são só algumas das opções pela frente.

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    Vá atrás do eco-friendly (mas sempre de olho no greenwashing) –
    Diferente de outros mercados desenvolvidos, em que a população tem maior poder aquisitivo, os produtos eco-friendly para pets ainda não chegaram a se popularizar no Brasil. Mas eles estão sim por aí, cada vez com maior variedade e quantidade. “Existe uma preocupação, produtos menos tóxicos, com pouco plástico etc.”, diz Ishikawa. Desde saquinhos biodegradáveis para coleta de cocô e linhas de cosméticos veganos até comedores à base de termoplásticos, que facilitam a reutilização do material, há algumas opções disponíveis hoje para os donos de pets. Mas um dos problemas, diz Ishikawa, são os altos preços na comparação com produtos mais poluentes, o que dificulta o avanço desse mercado. Para Vasconcelos, no Brasil, essa indústria ainda é incipiente e imatura, o que favorece o greenwashing [prática de enganar o consumidor com produtos que parecem sustentáveis ou orgânicos, mas não são]. “A indústria aproveita a legislação ruim e a falta de conhecimento do consumidor para confundi-lo”, afirma. Portanto, caso esteja disposto a desembolsar uma quantia maior por qualquer produto que se diga orgânico ou sustentável para seu pet, pesquise bem a marca e verifique o que dizem os especialistas para não cair em uma mentira.

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    Dê a destinação adequada aos dejetos –
    Se uma alimentação mais natural deve ser preocupação constante em meio aos cuidados com o pet, saber o que fazer na hora de recolher e jogar fora os dejetos é algo que também merece atenção. Quando os bichinhos fazem suas necessidades dentro do ambiente doméstico, prefira sempre areia — no caso dos gatos — e sacos de lixo de materiais biodegradáveis. Ou então, como sugere Vasconcelos, direcione os dejetos a um biodigestor ou a uma composteira doméstica. Esta última pode inclusive ser encontrada por valores razoáveis na internet e em lojas específicas ou até mesmo produzida artesanalmente em casa. Agora, se você está na rua com o pet, o mais recomendado é recorrer a sacolinhas biodegradáveis e compostáveis, que são feitas de fibras naturais e se decompõem em alguns poucos meses. Afinal, se não recolhidas, as fezes dos animais podem transmitir doenças ou até poluir cursos de água. Ah, e não deixe o trabalho de recolher os dejetos adequadamente inibir suas caminhadas com o pet. Embora não seja super agradável, é uma tarefa rápida e prática. Se precisar ir a lugares próximos, aproveite a deixa para fazer aquele passeio com seu bichinho, deixando o carro na garagem e levando sempre consigo a sacola adequada.

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    Fique de olho nos gastos de água e energia –
    Ter um bichinho em casa pode significar também uma forma garantida de aumentar o desperdício de água e energia elétrica. “Hoje em dia, um dos maiores problemas é o uso descontrolado de água na rotina do pet”, afirma Valeska Rodrigues, professora do curso de Medicina Veterinária da Unifran, ao blog Vida de Bicho. Por isso, se seu gato prefere beber água corrente e te pede o tempo todo para abrir torneiras para ele, vale a pena investir em uma fonte que vai filtrando para o felino uma quantidade limitada de água. Assim, você não precisa jogar pelo ralo boa parte do líquido só para que o bicho dê alguns goles. Outra dica é buscar um modelo que gaste menos energia, para não acabar trocando um desperdício pelo outro. Já para quem tem cães e prefere dar banho neles em casa, o melhor é restringir o período da ducha, usando produtos de fácil enxague. Ao final do banho, opte por utilizar uma toalha antes de ligar o secador, também para gastar menos energia.

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