Caros leitoras e leitores,
Quando lançamos a Gama, há um ano, o Brasil começava a viver a pandemia e não tínhamos como imaginar o que estava por vir. Naquela hora, hesitamos em colocar a revista no ar, mas apostamos que ela seria um espaço no qual poderíamos olhar para os temas que passaram a ser urgentes nas nossas vidas diante do novo contexto. A primeira edição, Como viver junto, planejada meses antes, imediatamente ganhou outro significado. E o novo momento da história do Brasil passou a influenciar nosso modo de pensar as pautas, os formatos, e tudo mais na revista.
Isso não se deu sem desafios. A Gama foi originalmente pensada para um mundo que não existe mais. E o que será o novo mundo (ou o “novo normal”) ainda se resume a um monte de incertezas. Algo que agrega complexidade a duas das nossas diretrizes editoriais: ser “um mapa dos modos de viver” e fazer “as perguntas que importam para pensar o mundo hoje”. Parte da resposta está em outro dos nossos princípios editoriais: não importa o tema ou a pergunta da Semana, queremos ser sempre um convite à reflexão e ao diálogo.
Está claro que não há saída para a crise que vivemos hoje
sem muita disposição para a escuta e para o diálogo.
O país passa por um momento muito difícil. Não por acaso, nossa edição sobre depressão foi um marco de audiência. Ao mesmo tempo, nossa atenção nunca esteve tão voltada para temas que nos informam sobre o país em que queremos viver: diversidade, família, questão racial, hábitos de consumo, Amazônia, recomeço, alimentação e tantos outros.
Não poderia terminar esta carta de um ano sem mencionar a equipe da Gama. A revista foi ao ar após fecharmos a redação, e uma equipe que nunca havia trabalhado em conjunto com a Gama no ar fez isso de maneira brilhante remotamente, com um grande talento e compromisso. A seguir, a equipe que hoje compõe a nossa redação faz uma seleção de textos marcantes publicados ao longo desses doze meses.
Estamos agora planejando nosso próximo ano e a interação
com vocês tem sido fundamental.
Obrigada por nos acompanharem ao longo deste ano.
Foi muito bom e importante tê-los conosco!
Paula Miraglia
publisher e diretora-geral
“Gosto muito desta entrevista porque ela aborda mais assuntos do que promete. Michael Pollan, mais que um pesquisador, é um pensador e nesta conversa fala sobre envelhecimento, amor, novas perspectivas de vida e descobertas na maturidade. Li como um alento e uma inspiração para o futuro”
Isabelle Moreira Lima, editora executiva
Lendo essa conversa com Antonio Pitanga, senti que ele estava na minha frente. Imaginei seus olhos e os movimentos do seu corpo enquanto lia suas palavras sobre saudade, futuro, abraço, cultura, política. Tudo aquilo que há de mais humano. Humanidade que Pitanga, com 81 anos, não pretende deixar para trás tão cedo. Em suas próprias palavras: já sente saudade do que viverá
Thiago Quadros, editor-assistente de arte
“Foi neste texto que conheci o incrível Thiago Amparo. Em um depoimento extremamente importante, publicado na semana de estreia da Gama, meu xará, que é advogado e professor de direito internacional e de direitos humanos, apresenta um relato potente e revoltante em que mostra como cercas físicas, metafóricas e culturais cerceiam os alcances de pessoas LGBT. Limitando oportunidades e segregando experiências, a força que essas “cercas” impõem é ainda amplificada pelo racismo enfrentado por ele.”
Thiago Araújo, Head de marketing, audiência e inteligência de dados
“Esta investigação sobre casamento abogâmico depois de 15 anos de casada. É uma reflexão bem pessoal, ao mesmo tempo em que diz muito sobre a nossa sociedade. Eu li e saí espalhando loucamente por aí. É o tipo de texto que mexe com você, que te provoca, que te ajuda, que te inspira. E é a cara de Gama pra mim.”
Marina Menezes, operações e desenvolvimento institucional
“As palavras de Conceição Evaristo sobre o genocídio de pessoas negras no Brasil traduzem todos os meus sentimentos como mulher negra. Nossos corpos estão marcados para morrer, a bala não erra o alvo.”
Joana Diniz, estagiária de marketing