A partir deste sábado (13), o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, abrigado no Parque Ibirapuera, recebe a exposição do artista mineiro Gustavo Nazareno. A mostra reúne cerca de 150 trabalhos, entre pinturas a óleo sobre linho e desenhos em carvão, que partem de inspirações em contos de fada, fabulação e a fé em Exu na qualidade de Elegbara, uma das denominações do orixá do movimento e da comunicação. Até 1/10. (Ana Elisa Faria)
Disponível na Netflix, a primeira temporada de “Rainhas Africanas: Nzinga” conta a história real da mulher que comandou dois reinos da África Central no século 17, narrada pela atriz Jada Pinkett Smith. Já a Globo estreia na terça (2), após a novela das nove, a série “Encantado’s”. A comédia mostra os dilemas de uma família negra do subúrbio do Rio, dividida entre o trabalho num mercadinho e os ensaios de uma escola de samba. (Leonardo Neiva)
Ainda que o Museu da Escravidão e da Liberdade, um projeto da secretária municipal de Cultura do Rio de Janeiro, não tenha saído no papel, há no Brasil instituições importantes que tratam do legado do povo negro e de seus descendentes. Reportagem da Folha de S.Paulo listou algumas após fala de Fred Nicácio, integrante do BBB 23, que reclamou da inexistência de tais espaços. São elas: Museu Afro Brasil (SP), o Instituto Pretos Novos (RJ), o Museu do Escravo (MG), o Museu da Abolição (PE), entre outras. (Luara Calvi Anic)
Com sede original fundada em 2020 pela artista e editora de moda Igi Ayedun, foi inaugurado no dia 3/2 o novo espaço expositivo na capital paulista da galeria HOA, a primeira com direção composta totalmente por pessoas pretas. A nova sede pretende realizar atividades culturais, exposições, cursos e encontros com foco em artistas racializados ou LGBTQI+. Na rua Brigadeiro Galvão, na Barra Funda, em SP. (Andressa Algave)
Criada por Renata Andrade e Thais Pontes, e com texto final de Chico Mattoso e Antonio Prata, a série acompanha dois irmãos (Luís Miranda e Vilma Melo) que, após a morte do pai, assumem a gerência de um espaço que é supermercado de dia e escola de samba à noite. Fruto de uma oficina para autores negros da Globo em 2018, "Encantado's" traz um elenco 90% negro e uma "fé inquebrantável na vida, uma ideia de que as coisas vão dar certo”, diz Prata. Estreia em 18/11 no Globoplay. (Manuela Stelzer)
A Casa Sueli Carneiro disponibiliza, a partir do dia 16/11, o curso online e gratuito “Ler o Brasil”, que mergulha na obra de grandes autoras e autores negros para entender melhor a realidade do país. Serão videoaulas, roteiros de estudo e atividades para os alunos, que podem fazer o curso no ritmo que desejarem. As aulas serão ministradas por Sueli Carneiro, Conceição Evaristo, Edson Cardoso e Muniz Sodré. Inscrições até 14/11. (Manuela Stelzer)
Disponíveis em Brumadinho a partir do dia 19/11, as exposições “Quilombo: Vida, problemas e aspirações do negro” e “O Mundo é o Teatro do Homem” discutem teatro e jornalismo negro. São homenagens ao jornal Quilombo, que circulou de 1948 a 1950, e ao Teatro Experimental Negro, que pautou protagonismo e psicodrama em suas ações. As apresentações vão até julho de 2023, com taxa de R$ 50 para entrada. (Andressa Algave)
Com uma programação online e presencial e o apoio da TV Aljazeera e do streaming Mubi, a 2ª Semana de Cinema Negro é realizada na capital mineira até 15/9. Na programação, longas do horror ao infantil nacionais e internacionais como “Africa, The Jungle, Drums and Revolution” (1979) do Sudão; “Jagdpartie”, (1964) da Alemanha Oriental; e “Marte Um” (2022), que representará o Brasil nos Oscars de 2023. Os ingressos poderão ser retirados 1h antes no Cine Humberto Mauro. (Andressa Algave)
A Rádio Batuta, do Instituto Moreira Salles, lançou o programa “Música Negra do Brasil”, uma série de áudio-ensaios que, mensalmente, aborda temas e conta histórias de vozes e gêneros ligados ao universo musical afro-brasileiro. Com curadoria do professor e produtor Bernardo Oliveira, já há três episódios disponíveis: “Os cocos: 1829-1998”, “Dona Ivone Lara: Um Samba Raro, Atemporal” e “Milton Nascimento e o Clube da Encruza”. (Ana Elisa Faria)
Após 10 anos da morte do artista e intelectual, o Inhotim sedia, de forma inédita, outro museu dentro de seu espaço: o Museu de Arte Negra, em parceria com o Ipeafro. A partir de 4 de dezembro e pelos próximos dois anos, o local receberá um programa de exposições diversas, sendo a primeira um diálogo entre as obras de Tunga e Nascimento, amigos de longa data. Todas as mostras desafiam conceitos vigentes da arte moderna, além de apoiarem e promoverem a produção de artistas negros. O Inhotim está aberto para visitação de quinta à domingo, e os ingressos custam R$ 44. (Manuela Stelzer)
A nova produção da Netflix estreou esta semana. A história acompanha o bandido Nat Love (Jonathan Majors) que reúne um bando de criminosos para caçar o seu antigo rival, Rufus Buck (Idris Elba). Com direção de Jeymes Samuel e produção de Jay Z, o longa reimagina o papel de importantes figuras históricas negras do mundo dos cowboys e fora-da-lei. Regina King, LaKeith Stanfield e Zazie Beetz também acompanham Majors e Elba em um western que conta com um elenco principal formado somente por atores e atrizes negros. (Daniel Vila Nova)
De outubro a dezembro, o Sesc 24 de Maio recebe a Ocupação Olhares Inspirados: Raquel Trindade, Rainha Kambinda, uma homenagem à trajetória da multiartista pernambucana. Além da mostra, que conta com pesquisa da curadora Renata Felinto, a instituição promove rodas de conversa sobre a influência cultural e social de Raquel Trindade, e também sobre a presença de mulheres negras no universo artístico. A série de bate-papos virtuais tem mediação de Vitor e Elis Trindade, filho e nora de Raquel, e serão transmitidos no canal do Sesc 24 de Maio. (Manuela Stelzer)
Organizada pelo Instituto Moreira Salles (IMS) paulista, a mostra "Carolina Maria de Jesus: um Brasil para os brasileiros" se dedica a celebrar a vida e a contribuição literária da catadora de papel e autora do clássico Quarto de Despejo (Francisco Alves, 1960), que narra sua rotina nas comunidades pobres de São Paulo. Além da escrita, o evento foca nas atividades de Carolina como compositora, cantora, e artista de circo. Com abertura no sábado (25), vai até o dia 1º de janeiro. (Andressa Algave)
Oferecido gratuitamente pela plataforma Batekoo, o curso terá aula inaugural no dia 17 com a cantora Margareth Menezes e o músico Evandro Fióti. Depois, serão mais seis encontros com gente como o pesquisador e produtor Samuel Da Silva Lima e a educadora musical Nany Vieira discutindo temas como a glamourização e a criminalização do funk e a relação da educação com o movimento hip hop. Link para inscrições aqui. (Betina Neves)
As festas não vão voltar tão cedo, mas o Instituto Das Pretas, em parceria com a Budweiser, encontrou um jeito de matar a saudade de uma aglomeração: a websérie “Bekoo das Pretas Made By Queens”. A série retrata a história da festa “Bekoo das Pretas”, evento cultural organizado por mulheres negras que celebra a diversidade racial nas periferias do Espírito Santo. Serão um total de sete episódios lançados até oito de abril, todos no YouTube. (Daniel Vila Nova)
Nove tons de pele, nove histórias, uma única realidade: racismo. O documentário “Dentro da Minha Pele”, já disponível na Globoplay, aborda um tema universal, mas que se desdobra de diferentes maneiras ao longo da vida de uma pessoa negra no Brasil. Do médico ao garçom, da modelo à trabalhadora doméstica, o longa explora e desvenda a discriminação racial, velada ou não, ao apresentar o dia a dia de nove pessoas com diferentes tons de pele preta na cidade de São Paulo. Selecionado para o Festival de Documentários da Holanda, o filme de Val Gomes e Toni Venturi conta com a presença de artistas como Chico César e Luedji Luna, além dos intelectuais Sueli Carneiro, Cida Bento e Jessé de Souza. (Daniel Vila Nova)
O novo single de Ludmilla consagrou sua realeza não só nas comunidades, mas no universo da música como um todo: a carioca se tornou a primeira cantora negra da América Latina a alcançar mais de um bilhão de streams só no Spotify. No clipe de “Rainha da Favela”, ela presta homenagem a suas maiores inspirações no funk: Tati Quebra-Barraco, Valesca Popozuda, MC Kátia A Fiel e MC Carol de Niterói; na letra, pede respeito ao trabalhador negro. Na ocasião do lançamento, a artista, casada com a dançarina Brunna Gonçalves desde 2019 e dona da própria carreira, diz ao Uol Universa que é “representatividade por onde quer que passe” e que serve de inspiração e referência para os jovens das periferias, algo que lhe faltou no passado. Na entrevista, Ludmilla fala sobre vida profissional, religião, racismo, amor e até filhos — já que ela e a companheira planejam ser mães em breve. (Manuela Stelzer)