Lançado em 1997 pelo selo independente Cosa Nostra, “Sobrevivendo no Inferno”, dos Racionais MC’s, vendeu mais de 1,5 milhão de cópias e é hoje considerado o álbum mais importante do rap brasileiro. Contendo “Diário de um Detento”, entre outros hits, ele agora virou tema da coleção O Livro do Disco, da editora Cobogó. “Racionais MC’s: Sobrevivendo no Inferno”, de Arthur Rocha, reúne uma miscelânea de vozes num panorama que busca refletir a relevância estética, social e política da obra. (Leonardo Neiva)
Há anos definido como um gênio musical exigente, João Gilberto acaba de ganhar nova biografia -- a primeira escrita por uma pessoa próxima ao músico. Em título publicado pela Lazuli, o poeta Luiz Galvão, dos Novos Baianos, desvenda uma personalidade totalmente diferente do artista recluso que conhecíamos. O caráter ranzinza ainda está ali, mas junto a ele, emerge entre as palavras um homem simpático, brincalhão e generoso com os amigos. (Manuela Stelzer)
Quer entender por que o nome de Philip Roth não sai das manchetes mais de três anos após sua morte? Em duas reportagens, o Times analisa o legado controverso deixado pelo autor de “Pastoral Americana”. Enquanto uma delas trata da doação de Roth à biblioteca de Newark, outra aborda a polêmica envolvendo o biógrafo do escritor acusado de abuso sexual — o que despertou dúvidas sobre o tratamento que Roth reservava às mulheres. (Leonardo Neiva)
Você já pode ter assistido, mas muito dificilmente leu “Nomadland” (2020), grande ganhador do último Oscar. Isso porque a primeira versão em português do livro que serviu de base para o longa chega em 30/5, pela Rocco. A obra de Jessica Bruder retrata americanos afetados pela crise, que vivem em trailers e pegam trabalhos sazonais. A reportagem inspirou o filme dirigido por Chloé Zhao e com Frances McDormand — ambas premiadas. (Leonardo Neiva)
Em "Notas sobre o luto" (Companhia das Letras, 2021), a autora nigeriana narra a dor, a raiva e a solidão que seguiram a morte do pai, em junho de 2020, além das dificuldades do sepultamento na pandemia, com aeroportos fechados e funerárias lotadas. “O luto é uma forma cruel de aprendizado. (...) É um tormento não apenas do espírito, mas também do corpo. Carne, músculos, órgãos, tudo fica comprometido. Nenhuma posição é confortável.” (Betina Neves)
Uma livraria que passou por seis endereços, uma guerra mundial e duas ditaduras. Parece ficcção, mas trata-se da história da Livraria São José -- considerada a mais antiga do Rio de Janeiro. O proprietário, seu Germano, começou a trabalhar na loja aos 12 como faxineiro, acompanhou a sobrevivência da livraria à especulação imobiliária e até à ditadura, mas aos 83 não conseguiu resistir à pandemia e às reduções de vendas. (Dandara Franco)