Caderno Moleskine clássico
Baseado no design usado por grandes escritores e pintores, o caderno se popularizou entre um público jovem e artístico
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O que é
O lendário caderno usado por ícones como Vincent Van Gogh (1853-1890), Ernest Hemingway (1899-1961), Pablo Picasso (1881-1973) e o escritor inglês Bruce Chatwin (1940-1989)… Bem, a frase pode não ser estritamente verdadeira, já que os produtos da marca começaram a ser vendidos somente em 1998, após a morte de todos os artistas citados, mas foi a forma que a Modo & Modo, empresa de Milão inicialmente responsável por sua fabricação, encontrou de popularizar o hoje onipresente caderno Moleskine, principalmente entre artistas, aspirantes a artistas e os que gostariam de ser vistos como artistas. Ao contrário do que o nome insinua, ele não é revestido de tecido moleskin, mas sim envolto por uma capa dura de papel cartão — hoje há também opções em capa mole. Em sua versão original, o Moleskine pode ser encontrado numa variedade de cores e tamanhos, desde a edição de bolso, com 9 x 14 cm, até sua versão extragrande, com 21,59 x 27,94 cm, que vem com algumas páginas destacáveis e um bolsinho para acomodar notas. O número de páginas também é variável, indo de 192 na versão de bolso até 240 na grande.
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Quem faz
Diz a lenda, ou ao menos a história oficial divulgada pela marca, que a versão atual se originou de uma simples leitura da professora romana Maria Sebregondi. Em 1995, ao virar as páginas do semificcional “The Songlines”, do romancista e escritor de viagens Bruce Chatwin, Sebregondi topou com uma passagem pitoresca, em que o autor lamentava o fim da produção de sua linha de cadernos preferida, do tipo “moleskine”. Em suas pesquisas posteriores, a professora descobriu que artistas celebrados como Picasso e Hemingway usavam cadernos bastante semelhantes ao descrito por Chatwin. Assim, baseada nos interesses de artistas do passado, Sebregondi registrou oficialmente em 1996 aquela que acabaria conhecida como a marca de cadernos favorita dos artistas do presente.
Fabricado no início pela milanesa Modo & Modo, a distribuição e a reputação do Moleskine cresceram ano após ano na Itália, na Europa e no mundo. A partir de 2006, dizendo-se incapaz de arcar com a enorme demanda, a empresa foi vendida para um fundo de investimento francês, o Société Générale Capital, que mudou o nome da companhia para Moleskine Srl, lançando várias linhas novas do produto. Em 2017, foi a vez do grupo de investimento belga D’Ieteren adquirir 100% das ações da empresa. -
Por que é tão desejado
O caderno Moleskine é bastante forte e durável, fácil de usar e carregar para lá e para cá, seja no bolso, na bolsa ou numa mochila, a depender do tamanho. Seu design simples e direto e as muitas opções de cores também são atrativos a mais. Apesar de tudo isso, no entanto, não tem como fugir da resposta mais óbvia: o Moleskine é objeto de desejo por ser quase uma garantia de status e por ajudar a compor uma imagem artística cobiçada por muitos. Verdade que o próprio departamento de marketing da Modo & Modo já admitiu haver certo exagero na divulgação do caderno como o favorito da classe artística ao longo dos últimos séculos, mas mesmo assim seu uso se tornou corrente o suficiente para que o hype continue se sustentando. Entre seus usuários contemporâneos, estão artistas como o escritor Dave Eggers (“O Círculo”), o diretor Spike Jonze (“Quero Ser John Malkovich”) e até Neil Gaiman (“Deuses Americanos”) — que já confessou ter desistido da marca após uma suposta queda na qualidade do papel.
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Vale?
A questão pode ser complexa. Há defensores e detratores por todos os lados. Sem dúvida, o preço do Moleskine ultrapassa o de outros tipos de cadernos e agendas ou mesmo o de genéricos que surgiram desde seu lançamento. No sentido de escrever, anotar, rabiscar ou desenhar, há opções muito mais baratas e funcionais. Por outro lado, o Moleskine clássico, além de toda a história por trás, também é defendido por alguns como mais bem feito que a maioria, mais esteticamente agradável, com materiais melhores e um detalhe que facilita na hora de usar: uma lombada que permite que ambas as páginas formem um ângulo de 180º quando abertas. Se a pessoa tiver os recursos e estiver disposta a pagar por esses pequenos confortos, por que não?
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Como comprar
Eles estão em livrarias, em papelarias e nas gigantes do comércio online. Na Amazon, os preços variam bastante de acordo com o modelo, tamanho, material, cor, número de páginas e desenho. Há desde os R$ 39,99 do modelo Volant branco de bolso até os R$ 199,90 do modelo grande, que vem acompanhado de uma caneta. Também é possível comprar em uma das três lojas físicas da marca, em São Paulo e Curitiba.